quinta-feira, 30 de junho de 2011

MOBILIZAÇÃO NACIONAL!

É PRA ISSO QUE SÃO ELEITOS!

Governo de São Paulo autoriza reajuste
de pedágios em 9,77%
O governo de São Paulo anunciou hoje os novos valores das tarifas de pedágios nas rodovias privatizadas a partir do dia 1º de julho. A maior tarifa do Estado, cobrada na rodovia dos Imigrantes, que liga a capital à Baixada Santista, vai custar R$ 20,10 --hoje, é R$ 18,50.
O governo usou dois indexadores diferentes, de acordo com o que prevê cada um dos contratos firmados com as concessionárias.
Os pedágios das praças cujas concessões foram assinadas entre 1998 e 2000 utilizaram o IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado) --o reajuste aplicado foi de 9,77%.
Estão nessa situação, entre outras, as rodovias dos Imigrantes, Anchieta, Anhanguera, Bandeirantes, Washington Luís, Castello Branco e parte da Raposo Tavares.
Já os contratos assinados a partir de 2008 tiveram como base o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que ficou em 6,55%. Utilizam este índice os contratos firmados com as concessionárias das rodovias Ayrton Senna, Carvalho Pinto, Dom Pedro 1º, Marechal Rondon e parte da Raposo Tavares.
Como os valores são arredondados sempre na casa dos R$ 0,10 --no ano passado, foi em R$ 0,05--, o reajuste efetivo final pode variar de praça para praça.
O governo anunciou hoje também que, a partir do ano que vem, todos as tarifas serão reajustadas pelo IPCA, que, a médio e longo prazo, tende a ter variações menores que o IGP-M, bastante influenciado pelo dólar. As tarifas das rodovias federais já são reajustadas pelo IPCA.
Para generalizar o indexador utilizado na correção das tarifas, o governo firmou um acordo com as concessionárias, que terão aumento no prazo dos contratos caso as variações do IPCA fique abaixo da verificada com o IGP-M.

FONTE: Folha Uol

6 DE JULHO - DIA NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO!


Dia 6 de julho vamos expor as diferenças
do projeto da CUT para o Brasil


30/06/2011

Mobilização abre período de campanhas por aumentos reais, que simbolizam a disputa por um novo modelo de desenvolvimento

Escrito por: Isaias Dalle, Leonardo Severo, Luiz Carvalho


A primeira parte do encontro da Direção Nacional da Central Única dos Trabalhadores, na manhã desta quinta-feira (30), em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, destacou que o Dia 6 de Julho será um marco histórico para reafirmar ao Brasil que a CUT deseja um outro modelo de desenvolvimento, que aprofunde a distribuição de renda e altere os rumos do atual modelo concentrador da política econômica.

A escolha do dia 6 de julho para realizar o Dia Nacional de Mobilização da CUT também tem um aspecto simbólico: a abertura das lutas do segundo semestre e das campanhas por aumentos reais de salário, contra as tentativas conservadoras de associar os salários ao risco de descontrole da inflação. Essas campanhas salariais vão representar a luta dos trabalhadores para avançar na luta por mudanças sociais no Brasil.

Em sua intervenção, o presidente nacional, Artur Henrique, ressaltou que apesar de representar uma vitória, a ampla aliança que elegeu a presidenta Dilma Rousseff aumenta a responsabilidade dos movimentos sociais.

O dirigente exemplificou com uma série de contradições presentes dentro do governo. “O mandato começou com o discurso para desqualificar a política de valorização do salário mínimo e seguiu como a defesa do corte de R$ 50 bilhões no orçamento para controlar a inflação por meio da redução do investimento. Nenhuma palavra sobre a mudança na política macroeconômica, sobre a redução de juros e, pior, sem debate, discussão ou articulação com os trabalhadores”, afirmou. Ele questionou também a visita da presidenta à China apenas em companhia de empresários, no momento em que o Brasil discute a desindustrialização por conta da invasão de importados e a questão do trabalho decente, e a criação de um grupo para discutir a eficiência do setor público sem qualquer representação de trabalhadores ou representantes da sociedade civil.

Diferente das outras centrais
O presidente cutista comentou o motivo da central não realizar uma mobilização unificada e citou o que diferencia a CUT das demais centrais. “A diferença não é só de pauta, mas de concepção e prática, mesmo nos pontos em que supostamente há convergência. Todas são favoráveis à aplicação da Convenção 151, sobre negociação do setor público, mas acompanhada de unicidade e imposto sindical. A proposta deles não tem uma linha sobre negociação coletiva”, criticou.

O mesmo vale para a discussão sobre o fim do Fator Previdenciário, que todas querem extinguir, mas apenas a CUT tem proposta prática para modificar (Fator 85/95). Quanto à  terceirização, comentou:  “Nós somos contra, mas algumas centrais querem fortalecer as empresas prestadoras de serviço para ampliar alguns sindicatos, mesmo que isso signifique a morte de trabalhadores e menores salários”.

O caminho para mudar esse cenário é a imprescindível mobilização “Queremos ver nossa gente, nossa pauta sendo debatida. Para isso, precisamos colocar a CUT nas ruas e o dia 6 de Julho é fundamental nesse processo”, disse.

FONTE: CUT BRASIL

terça-feira, 28 de junho de 2011

DVDs contam rigor vivido pelos jornalistas durante a ditadura


Série faz parte do projeto Resistir é Preciso e será lançada no antigo Deops, em São Paulo

Publicado em 27/06/2011, 15:00 - Última atualização às 16:21


São Paulo – O Instituto Vladimir Herzog promove, nesta segunda-feira (27), a partir das 19h30, o lançamento da coleção Protagonistas dessa História, uma coletânea de depoimentos de jornalistas que participaram da imprensa combativa da ditadura no período de 1964 a 1979, apresentada em uma caixa com 12 DVDs. O evento de apresentação será  no Memorial da Resistência, instalado no mesmo prédio onde funcionou o Departamento Estadual de Ordem Política e Social do Estado de São Paulo (Deops), entre 1940 e 1983.  O memorial fica na chamada Estação Pinacoteca, região central da capital paulista.
A coleção faz parte do projeto “Resistir é Preciso” e mostra a adversidade do trabalho diário, além de relatos sobre exílio e clandestinidade de profissionais da imprensa brasileira durante a ditadura. Paulo Moreira Leite, Juca Kfouri, Audálio Dantas, Maria Rita Kehl, Bernardo Kucinski e Ziraldo Alves Pinto estão entre os jornalistas que dão seus depoimentos.
O lançamento é resultado de um acervo reunido nas últimas décadas. “Estamos comemorando o fato de já termos reunido mais de 300 publicações deste período tão crítico, debatido até hoje no Brasil”, conta Ivo Herzog, filho de Vladimir Herzog e diretor do instituto. O objetivo do projeto, segundo Ivo, é "resgatar e documentar para a história do Brasil a trajetória da imprensa que combateu a ditadura militar e assegurar que as novas gerações não percam a memória daqueles dias".
Ivo Herzog adianta parte do conteúdo do material. “São histórias fortes, algumas inéditas, misturadas a depoimentos históricos. Grandes nomes do jornalismo do país falam sobre o que foram os anos de poderio militar e sobre a imprensa da época.”
O trabalho foi realizado em parceria com a Petrobras e cumpre um dos objetivos do Wladimir Herzog, de formar um acervo multimídia que preserve a história recente do Brasil .
O Memorial da Resistência, na Estação Pinacoteca, fica no Largo General Osório, 66, região central de São Paulo. A entrada é franca.
Ouça reportagem da Rádio Brasil Atual sobre o lançamento da coleção.

sábado, 25 de junho de 2011

Em vídeo, hackers incitam ataques a sites do governo


veja...

O vídeo acima, divulgado pelo grupo de hackers denominado LulzSecBrazil, exibe uma mensagem que incita os usuários de internet a participarem dos ataques a sites ligados ao governo brasileiro.

O mesmo grupo assumiu, por meio de sua página, a autoria dos ataques aos sites da Presidência da República e do Ministério dos Esportes.

Na tarde desta quinta-feira, em um chat frequentado por simpatizantes do grupo, muitos usuários conversavam sobre ataques ao site do Senado, que ficou fora do ar por alguns minutos durante o dia.

O Serpro (Serviço de Processamento de Dados), que hospeda os sites do governo federal, classificou o ataque como o maior já enfrentado pelas páginas eletrônicas. Segundo o Serpro, não houve vazamento de informações.

SAIBA MAIS

O grupo de hackers LulzSec (Lulz Security) chamou a atenção mundial pela primeira vez há dois meses, com a invasão da rede on-line do PlayStation, da Sony, e o vazamento dos dados de milhões de usuários. O game, de alcance global, passou dias fora do ar.

Na semana passada, o grupo assumiu um ataque ao site da CIA. Anteontem, o FBI invadiu e confiscou equipamentos de um servidor de internet no Estado de Virgínia, parte de uma investigação dos membros do LulzSec realizada junto com a própria CIA e agências europeias, segundo o "New York Times". Um membro do LulzSec foi preso no Reino Unido.

O nome Lulz vem de LOL ("laugh out loud", rir alto), uma gíria de internet usada, em geral, após brincadeiras on-line e pegadinhas.
Anterior e mais conhecido, o grupo Anonymous nasceu como coletivo hacker há cerca de três anos.

A exemplo do LulzSec, começou com brincadeiras on-line, até realizar uma série de ataques em defesa do WikiLeaks, em dezembro do ano passado.
Conseguiu afetar a operação de sites globais como Visa, MasterCard e PayPal, por terem suspendido contas da organização de Julian Assange, que expôs segredos americanos.

 Editoria de Arte/Folhapress
                                                                                               


FONTE: Folha/UOL





sexta-feira, 24 de junho de 2011

O MEU BRASIL SEGUE MUDANDO!


Inflação esfria, mas geração
de emprego e renda, não

Emprego com carteira assinada resiste à alta de juro e segue intenso

Em maio, foram criados 252 mil novos empregos com carteira assinada, terceiro melhor resultado da história no mês, segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta segunda-feira (20/06). No ano, vagas novas somam 1,1 milhão, patamar inferior apenas a 2010. Segundo o ministro Carlos Lupi, investimentos estrangeiros estão sustentando ritmo do mercado de trabalho.

BRASÍLIA – O ritmo de criação de empregos com carteira assinada continua intenso, apesar das tentativas do governo, sobretudo com aumento de juros, de esfriar a economia para conter a inflação. Em maio, as empresas contrataram como nunca, e fizeram o segundo maior corte de vagas também, e o resultado foi um saldo final de 252 mil novos postos de trabalho.

Foi o terceiro melhor desempenho de um mês de maio dos 19 anos de vida do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), segundo informações divulgadas pelo ministério do Trabalho nesta segunda-feira (20/06). Só perdeu para maio de 2004 e de 2010.

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, foi aberta 1,171 milhão de vagas com carteira assinada, patamar superado apenas pelo registrado no ano passado (1,383 milhão).

Para o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o ritmo de geração de empregos está sendo sustentado pelos investimentos estrangeiros. As oportunidades de lucro proporcionadas por um dos países que mais crescem no mundo, atualmente, atrairiam capitais que, investidos, compensariam um mercado interno menos intenso.

“O Brasil virou a meca dos investimentos”, afirmou Lupi, que disse ter sentido isso nas reuniões da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de que participou recentemente em Genebra. “Não tem desaceleração na geração de emprego, apenas acomodações setoriais”, declarou.

De abril para maio, a criação de vagas com carteira assinada foi 42 mil mais baixa. Desde 2002, foi a sétima vez que houve recuo na passagem entre estes dois meses.

Lupi mantém a aposta de que serão gerados 3 milhões de empregos em 2011. Para ele, a criação de vagas vai se acelerar por causa de investimentos públicos em habitação e nas obras da Copa de 2014, por exemplo. “O segundo semestre vai surpreender”, declarou.

Emprego e renda estabilizam-se em nível recorde em maio, diz IBGE

Taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas continua em 6,4% na virada de abril para maio. Salário médio sobe 1,1% e atinge R$ 1,566 mil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou os dados nesta quarta-feira (22/06), são os melhores resultados da história para o mês de maio. No ano, renda média cresceu 4%, apesar de desemprego ter subido quase um ponto.

BRASÍLIA – O mercado de trabalho nas seis maiores regiões metropolitanas brasileiras estabilizou-se na passagem de abril para maio em patamares recordes de emprego e renda. O desemprego continuou em 6,4%, e o salário médio subiu 1,1%, atingindo R$ 1,566 mil. Nos dois casos, são os melhores resultados já registrados num mês de maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou as informações nesta quarta-feira (22/06). 

Na pesquisa, o IBGE apurou que havia, em maio, 22,4 milhões de pessoas em idade ativa trabalhando nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador. E que 1,5 milhão estava desocupada. São quase os mesmos números verificados em abril (22,3 milhões e 1,5 milhões, respectivamente).

Em relação a maio do ano passado, 552 mil novos trabalhadores entraram no mercado, alta de 2,5%. E 242 mil deixaram de procurar emprego, queda de 13,7%. Há doze meses, a taxa de desemprego era de 7,5%.

Das seis regiões metropolitanas, Belo Horizonte tomou o lugar de Porto Alegre como a capital com menor desemprego do país (4,7% e 5,1%, respectivamente). O pior desempenho continua sendo de Salvador (10,5%).

No caso dos salários, a renda média dos trabalhadores cresceu 4% de janeiro a maio, apesar de a taxa de desemprego ter passado de 5,3% em dezembro, a menor da história, para 6,4% agora. 

O Rio de Janeiro voltou a ultrapassar São Paulo e lidera o quesito, com R$ 1,682 mil mensais, 7% acima do rendimento médio nacional. A menor renda é a de Recife, com R$ 1,077, 32% abaixo da média.

Brasil alivia imposto dos ricos, diz estudo; reforma ignora injustiça

Estudo de abrangência internacional divulgado nesta terça-feira (21/06) diz que Brasil tem taxação 'leve' dos salários mais altos. No G-8, grupo das economias mais desenvolvidas, apenas a Rússia tributa os ricos menos do que o Brasil. Proposta de reforma tributária em debate dentro do governo não ataca 'regressividade' fiscal do sistema brasileiro. Enquanto a Receita Federal brasileira morde 26% do salário dos ricos, a Itália leva 46%, a Alemanha 44%, França 41%, Canadá 35%, EUA 30% e Japão 28%.

BRASÍLIA – O Brasil tributa a renda e o patrimônio das pessoas menos do que outros países, com uma carga fiscal concentrada nos chamados impostos indiretos, aplicados sobre a compra de bens e serviços, o que prejudica os mais pobres, que não conseguem guardar dinheiro. E, quando taxa a renda, alivia os grandes salários e morde mais forte contracheques menores, segundo estudo de abrangência internacional divulgado nesta terça-feira (21/06).

Comparado aos países do G-8, grupo que até pouco tempo atrás reunia as economias mais ricas do mundo, o Brasil só ganha da Rússia no quesito “taxação de salário alto”. Todos os outros tributam mais: Estados Unidos, Alemanha, Japão, Reino Unido, França, Canadá e Itália. 

Enquanto a Receita Federal brasileira morde 26% do salário dos ricos, a Itália leva 46%, a Alemanha 44%, França 41%, Reino Unido 39%, Canadá 35%, EUA 30% e Japão 28%.

A comparação foi feita por uma entidade chamada UHY, sediada em Londres e que reúne uma série de escritórios de auditoria independentes espalhados por 78 países diferentes.

O estudo considera que salário alto é aquele de 200 mil dólares anuais. O que, pelo câmbio brasileiro desta terça-feira, equivale a um holerite mensal de 26 mil reais.

O Brasil também não se sai muito bem quando a comparação extrapola o G-8 e a lista ganha outros dez países: Índia, Estônia, México, Egito, Holanda, Malásia, Israel, Irlanda, Dubai e Espanha. Neste caso, somente Estônia, Egito e Dubai, além da Rússia, tributam menos os salários polpudos. Ou seja, 14 países tributam mais os mais ricos.

O estudo classifica a taxação dos ricos no Brasil de “relativamente leve”. “Muitos desses assalariados de alta renda são altamente qualificados, e os países estão arriscados a perder habilidades e capital se os funcionários são tributados significativamente em comparação a outros países competidores”, diz o presidente da auditoria brasileira que é parceira da rede UHY internacional, Paulo Moreira.

O estudo também comparou a taxação dos contracheques menores. Foi considerada “baixa renda” quem ganha até 25 mil dólares por ano, o equivalente a 3,3 mil reais mensais. O Brasil fica com 16% da renda dessas pessoas. No G-8, tributam mais a Alemanha (27%), França (25%), Itália (25%) e Reino Unido (17%). Quem menos tributa é o Japão (10%).

Ampliando-se a lista de comparações com os mesmos dez países de fora do G-8 (total de 19): oito taxam mais do que o Brasil e dez taxam menos.

Em maio, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que analisava só a taxação por faixa de renda no Brasil, já havia apontado alívio fiscal para salário gordo. “O sistema tributário brasileiro exerce peso excessivo sobre as camadas pobres e intermediárias de renda, o que se deve, especialmente, aos impostos sobre o consumo”, dizia o pesquisador Fernando Gaiger Silveira, autor do estudo.

Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o governo deveria aproveitar que está a discutir uma reforma tributária para atacar a regressividade e a injustiça da carga fiscal brasileira. Mas o ministério da Fazenda não pretende abordar a questão na sua proposta.
Contra bancos, governo deve cada vez mais para fundos de pensão

Para depender menos dos bancos e tentar pagar juros mais baixos na rolagem da dívida pública, governo intensifica negócios com entidades de previdência. Tesouro Nacional já vendeu neste ano R$ 34 bilhões em títulos para as entidades, cinco vezes mais do que para instituições financeiras. Segundo estrategista do Tesouro, dívida está "concentrada demais" nos bancos. Com Dilma, débito federal total em títulos públicos já cresceu R$ 62 bilhões e atingiu R$ 1,6 trilhão em maio.

André Barrocal
BRASÍLIA – A dívida do governo federal em títulos públicos negociados com o chamado “mercado” dentro do Brasil cresceu R$ 62 bilhões na gestão Dilma Rousseff. No fim de maio, somava R$ 1,665 trilhão, informou nesta terça-feira (21/06) a Secretaria do Tesouro Nacional, responsável por administrá-la. 

A evolução da dívida em 2011 tem tido um comportamento diferente, quando se observa o dono da fatura. Ou seja, quem tira proveito das vantagens de ser credor e de poder de dizer ao endividado quanto quer ganhar para rolar a dívida no vencimento do papagaio. 

Para depender menos dos bancos, os principais credores, e com isso tentar pagar juros mais baixos na rolagem, o Tesouro tenta fazer cada vez mais negócios com entidades de previdência. Sobretudo fundos de pensão de estatais, dirigidos muitas vezes por indicados do governo.

Dos R$ 62 bilhões em dívida nova feita pelo Tesouro em 2011, mais da metade (R$ 34 bilhões) tinha na outra ponta uma entidade previdenciária como cliente. No fim de maio, nenhum credor tinha aumentado tanto sua fatia na dívida. Hoje, aquelas entidades são credoras de 15,7% do débito (eram de 14,21% em dezembro).

O montante negociado pelo governo com o setor previdenciário este ano é quase cinco vezes maior do que os contratos novos fechados com bancos e instituições financeiras em geral (corretoras e distribuidoras de valores). 

Estratégia: menos concentração
O coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Otávio Ladeira, tem feito reuniões periódicas com entidades de previdência para incentivá-las a entrar mais no jogo da dívida. “Temos tido sucesso. Precisamos ampliar a base de investidores”, afirma. 

Segundo Ladeira, quanto mais dívida em poucas mãos, pior para o setor público. O poder de barganha para negociar juros menores diminui. Para ele, há “concentração demais” de dívida nos bancos, especialmente nos grandes.

Hoje, bancos e instituições financeiras controlam 30,14% dos títulos públicos. Um pouco menos do que em dezembro de 2010 (30,85%). De janeiro a maio, a dívida federal com eles subiu R$ 7 bilhões. 

Nos negócios com fundos de investimento, aconteceu o mesmo. A dívida controlada por eles subiu R$ 7 bilhões em 2011. Mas a participação do setor no bolo total da dívida teve ligeira queda (de 25,71% para 25,21%). Os fundos são o segundo maior credor federal.

Para tentar enfrentar um pouco da gula das instituições financeiras brasileiras, o governo já havia buscado fazer mais negócios com estrangeiros. Na visão do Tesouro, o capital externo aceitaria juros menores porque o lucro no Brasil supera tanto o obtido em qualquer outro lugar, que, ainda assim, vale a pena investir aqui.

Essa política começou em 2006, quando o governo isentou de imposto de renda o lucro dos estrangeiros com títulos públicos. De lá para cá, a participação deles no total da dívida avançou sem parar. Ao fim de maio, estava em 11,45%, depois de aumentar em R$ 8 bilhões desde janeiro.

Dilma receberá até dezembro projeto de mais direitos para doméstica

Ministro do Trabalho diz que governo vai começar a estudar proposta para garantir às domésticas todos os direitos trabalhistas dados a quem têm carteira assinada, em resposta à recente decisão da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo Carlos Lupi, intenção é mandar projeto à presidenta Dilma Rousseff até o fim do ano.

BRASÍLIA – O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse nesta segunda-feira (20/06) que pretende mandar à presidenta Dilma Rousseff até o fim do ano uma proposta que garanta FGTS, abono salarial e seguro-desemprego para empregadas domésticas, entre outros benefícios de um trabalhador ser contratato com carteira assinada. 

A discussão do assunto dentro do governo é consequência da aprovação, semana passada, de uma convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que equipara domésticas aos demais trabalhadores. Dos mais de 180 países presentes à votação, apenas 16 votaram contra.

Para valer no país, convenção precisará ser ratificada pelo Congresso. A ratificação, no caso, significa o envio ao Congresso de uma proposta que pode até ser de mudança na Constitutição. Segundo Lupi, os ministérios do Trabalho e da Previdência vão começar a negociar uma proposta em breve, para entregar à presidenta. “Não podemos ter trabalhador formal de primeira e de segunda classe”, declarou Lupi.

De acordo com Lupi, existem hoje no Brasil 7 milhões de domóesticas, mas apenas 10% têm carteira assinada. É um emprego formal diferenciado, que não garante a elas todos os direitos trabalhistas.

O ministro não acredita que o aumento dos encargos sociais na contratação de domésticas vai impedir a formalização delas. Ele disse que o Brasil já é um grande gerador de emprego em geral mesmo com os encargos sociais já existentes em outras áreas.

Senado antecipa-se a Dilma e propõe projeto de direitos a doméstico

Lindbergh Farias (PT-RJ) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) apresentam propostas de mudança constitucional para estender aos empregados domésticos todos os direitos dos trabalhadores formais. Dos 34 previstos na Constituição, 23 são negados à categoria. Um dia antes, ministro do Trabalho havia dito que presidenta Dilma Rousseff receberia até o fim do ano projeto com a mesma finalidade, para enviar ao Congresso.

BRASÍLIA – Para tentar conquistar a paternidade de uma ideia com apelo popular, dois senadores anteciparam-se a estudos que o governo anunciou que ainda vai fazer e apresentaram, nesta terça-feira (21/06), proposta que estende a empregados domésticos todos os direitos trabalhistas previstos na Constituição.

Os dois projetos mudam o artigo sétimo da Carta de 1988. O artigo enumera 34 direitos dos trabalhadores da cidade e do campo e, ao mesmo tempo, diz que apenas nove deles valem para os domésticos. A estes últimos são negados, por exemplo, fundo de garantia, seguro desemprego e jornada de trabalho de 44 horas semanais.

Mas há uma diferença entre os dois projetos. Enquanto a proposta de Lindbergh Farias (PT-RJ) estende os direitos, a de Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) avança e diz também que a conta dos direitos será paga pelo Estado. Os empregadores poderiam abater os custos do imposto de renda.

A equiparação dos domésticos aos outros trabalhadores formais foi aprovada pela Organização do Trabalho (OIT) no início de junho, com apoio do Brasil. A adesão do país à Convenção ainda precisa ser ratificada pelo Congresso. 

Na segunda-feira (20/06), o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, havia dito que seu ministério e o da Previdência vão começar a estudar uma proposta para mandar à presidenta Dilma Rousseff, para que ela envie ao Congresso. Os estudos devem acabar até o fim do ano.

domingo, 19 de junho de 2011

O INÚTIL (SERRA) VOLTA À CENA

Esse RIDÍCULO e ETERNO DERROTADO, não perde a oportunidade de "falar abobrinha" Wagner Marins


Serra requenta discurso usado contra o Bolsa Família

Após perder as eleições presidenciais e a disputa interna no PSDB, o ex-governador de São Paulo, José Serra, luta para se manter sob os holofotes disparando críticas quase diárias ao governo de Dilma Rousseff. Um dos alvos do tucano tem sido o programa Brasil sem Miséria, lançado recentemente pelo governo federal. Para Serra, um “factoide destinado a ganhar um passageiro espaço gratuito nos jornais e na televisão”, ou então, “a nova versão do Fome Zero do Lula, que ficou só no nome”. Ao fazer isso, o ex-candidato requenta discurso já utilizado, sem sucesso, contra o programa Bolsa Família.
Marco Aurélio Weissheimer

Após acumular duas pesadas derrotas, na eleição presidencial de 2010, e na disputa pelo comando de seu partido, agora em 2011, o ex-candidato José Serra ganhou como uma espécie de prêmio de consolação a presidência do recém criado Conselho Político do PSDB. A partir deste cargo, Serra vem procurando se manter sob os holofotes disparando críticas quase diárias ao governo de Dilma Rousseff. Um dos alvos do tucano tem sido o programa Brasil sem Miséria, lançado recentemente pelo governo federal. Para Serra, um “factoide destinado a ganhar um passageiro espaço gratuito nos jornais e na televisão”, ou então, “a nova versão do Fome Zero do Lula, que ficou só no nome”.

Não é essa a opinião do chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Néri, que qualificou o lançamento do Plano Brasil sem Miséria como um “momento histórico” para o país. Na avaliação do economista, o Brasil deverá colher uma “safra muito boa” de indicadores sociais na próxima década. Um dos principais avanços do plano, disse Marcelo Néri à Agência Brasil, é que ele dá ao combate à miséria um peso institucional inédito. Além disso, enfatizou, o programa sinaliza continuidade em relação aos resultados sociais obtidos nos últimos anos, em especial a queda de 67% da pobreza extrema desde o Plano Real. “A desigualdade está no mínimo histórico. E, nesse momento, você resolve abrir outra frente para plantar e colher outros resultados, mas já usando a própria colheita como semente”.

O economista da FGV também chamou atenção para o que chamou de “federalismo social” do programa. Os municípios, observou, tiveram uma atuação muito importante no combate à pobreza, mas com pouca participação relativa dos estados. Néri também elogiou a decisão de elevar o número de filhos, de três para cinco, que passarão a contar com os benefícios do programa Bolsa Família. Segundo ele, no próximo mês a miséria já vai ser menor com a incorporação de 1,3 milhão de pessoas, basicamente, crianças. Néri também contestou também a crítica de alguns economistas sobe o impacto fiscal do programa, observando que “é barato combater a pobreza”.

A economista Maria da Conceição Tavares também saiu em defesa do programa e criticou as declarações de Serra: “O ex governador José Serra escreveu, recentemente, um artigo desaforado sobre o Plano Brasil sem Miseria, no estilo que usou na sua campanha eleitoral. Aproveitou, além disso, no seu estilo agressivo, para atacar o governo da Presidenta Dilma em todas as frentes, da política econômica à social. Serra, como de costume, não tem razão. Seria bom os cidadãos, de modo geral, se informarem a respeito do Plano Brasil sem Miséria”.

Em artigo publicado nesta quarta-feira, no jornal O Globo, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, reafirmou o compromisso de retirar 16 milhões de brasileiros da situação de extrema pobreza. “Vamos aperfeiçoar o Bolsa Família em dois pontos: com a busca ativa dos que têm perfil de receber transferência de renda e ainda não recebem, incluiremos mais 800 mil famílias; e com a ampliação de três para cinco filhos por família que recebem a parcela variável, serão beneficiadas 1,3 milhão de crianças e adolescentes”, destacou a ministra.

Tereza Campello enfatizou ainda que esses 16 milhões de pobres extremos “têm nome, endereço e direitos”. “Desses, 40% têm até 14 anos, 71% são negros e 47% vivem no campo. Estão espalhados por esta imensa nação, refletindo sua diversidade nas diferentes caras da miséria”. E lembrou a disposição já demonstrada de governadores e prefeitos em participar do programa: “O plano conta com o conhecimento adquirido em experiências positivas de inclusão em todos os níveis, com a disposição já demonstrada de governadores e prefeitos, independentemente de suas opções partidárias”.

As críticas de Serra ao programa requentam, na verdade, uma estratégia já adotada pela oposição no início do governo Lula, por ocasião do lançamento do Bolsa Família. No início, o programa foi atacado como uma política assistencialista, insuficiente e como uma ameaça para a estabilidade fiscal. Quando os resultados começaram a aparecer, as críticas deram lugar à uma disputa pela paternidade do programa que foi reivindicada, entre outros, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo falecido senador Antônio Carlos Magalhães.

Houve ainda, naquela época, teses mais exóticas, como a defendida pelo jornalista Gilberto Dimenstein. Em um artigo publicado na Folha de S. Paulo, em 2 de abril de 2006, o jornalista defendeu que o então presidente Lula representava uma “ameaça” ao Bolsa Família. “Para sobreviver, o programa teria de ser visto como um patrimônio nacional, e não como marca pessoal de Lula”. O “risco Lula”, segundo Dimenstein, seria a exploração eleitoral do programa.

Nenhuma das previsões e advertências de Dimenstein acabou se confirmando. Pelo contrário. De 2006 para cá, o Bolsa Família consolidou-se como um programa reconhecido internacionalmente. Lula encerrou um ciclo de oito anos de governo firmando-se como uma liderança mundial. Não só pelo Bolsa Família, obviamente, mas também por ele. E o programa vem sendo tema obrigatório em todas as eleições de lá para cá, sem prejuízo para a sua execução. Passadas as eleições, a disputa pela paternidade do programa cessa e retornam as críticas originárias. Em um período onde luta para não submergir na cena política, Serra, que na campanha eleitoral prometeu aumentar o valor do Bolsa Família, requenta esses discursos, tentando dar-lhes uma roupagem nova.

FONTE: Boletim CARTA MAIOR

Lula destaca papel da blogosfera contra velha mídia



Em encontro com blogueiros, ex-presidente ironiza ataque de objeto ao candidato tucano na campanha presidencial e evidencia trabalho feito no mundo virtual

Brasília – Durante o 2º Encontro Nacional de Blogueiros, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o papel da blogosfera e da liberdade de comunicação no país. Na palestra transmitida pela Rede Brasil Atual e pela TVT, ele também ironizou a chamada velha mídia. "Vocês evitaram que a sociedade brasileira fosse manipulada como durante muito tempo foi. Vocês evitaram que os chamados falsos formadores de opinião pública que, às vezes, não convencem nem quem está em casa assistindo, ditassem regras."
Lula lembrou da campanha eleitoral de 2010 e do papel importante dos blogueiros que confrontavam a cobertura da grande imprensa de forma ostensiva e de qualidade, mesmo sendo "sujos" - apelido dado por Serra à blogosfera durante a campanha presidencial. "Vocês foram xingados exatamente por aqueles que faziam a sujeira. Cidadão fez a sujeira e resolveu dizer que vocês que faziam."
O ex-presidente destacou a seriedade com que é feito o debate dos blogueiros e, também, a diversidade das opiniões. "Vocês são uma alternativa, uma possibilidade que a sociedade participe, que não fique refém desse ou daquele formador de opinião pública. Ela pode ouvir, escutar ou ler, mas também pode falar."

Bolinha de papel

Lula lembrou de um episódio da campanha eleitoral, em que o então candidato tucano, José Serra, acusou militantes contrários à sua candidatura de tê-lo acertado na cabeça com um objeto. E a consequentes e intensa cobertura de setores da imprensa enfatizando o objeto pelo qual Serra foi atingido.
"Na verdade o estrago não foi na cabeça, foi na urna. Foi o único momento na história em que um candidato saiu mais fraco do que entrou", ironizou Lula.


FONTE: Revista do Brasil

terça-feira, 7 de junho de 2011

Reforma Política é destaque na TV CUT


07/06/2011

Prof. Ladislau Dowbor e Artur Henrique debatem propostas para uma Reforma Política no Brasil



FONTE: Site da CUT NACIONAL

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Exposição no trânsito - Adesivos "Família Feliz"


Febre dos adesivos da "família feliz" cola no país todo. 

Mas há quem veja exagero no modismo

Você está parado em um congestionamento, algo comum para quem vive em qualquer grande cidade do país. Naquela lentidão dos carros, percebe algo curioso: adesivos de bonecos palito formam uma família feliz na traseira do 
veículo à sua frente. Roda mais um pouco, e lá estão eles em outro carro, agora arranjados de maneira diferente e com desenhos de cachorros e passarinhos. Uma boneca aqui, um gato ali, um homem e uma mulher grávida acolá. E você descobre a febre que tomou o país: os “adesivos da família feliz”.
A professora aposentada Alfa Torchia, de São Paulo, conta que os colocou em seu carro porque viu na rua e se identificou com a cena. “Sou evangélica e muito a favor da família, a favor da união. Então quis mostrar para todo mundo que tinha uma família, porque me orgulho dela. E a moda pegou, viu? Na minha igreja todo mundo colocou!”
Alfa tem adesivos na traseira do carro representando ela, o marido, as duas filhas adultas e o cachorro Kim, “que é parte da família”. Nos últimos dias, depois de ouvir comentários de que os adesivos poderiam ser perigosos por expor demais os donos do veículo, ela incluiu um sexto elemento: mais um cachorro, “para despistar bandidos”. O novo “membro” autocolante também serve para provocar: “Eu digo que é meu genro, aquele cachorro”.
Quem está rindo à toa com essa moda é o paulista Germano Spadini, dono de uma empresa de adesivos, que afirma ter sido o criador da coisa. Ele conta que em 2008, com o nascimento do filho, fez um adesivo com ele, a mulher e o bebê, para pôr no próprio carro. “As pessoas começaram a pedir, encomendar desenhos personalizados, e não parei mais. Mas o negócio estourou mesmo de um ano para cá.” Spadini chega a vender 8.000 adesivos por mês, fora os kits-padrão para revendedores. Cada personagem custa de R$ 2 a R$ 5, dependendo da cor e do tema. “Tem gente que encomenda tantos adesivos que eu fico pensando como vão caber no carro!” 
Histórias bizarras também não faltam: “Outro dia, um homem encomendou a família toda, mas pediu para deixar a sogra sem cabeça e ainda escrever ‘sogra’ embaixo. Teve uma mulher que pediu o gato com auréola, porque o bicho já havia morrido. Familiares falecidos com asas também são comuns”. A novidade, segundo o empresário, é o adesivo do “segurança” da família. “Como algumas pessoas estão falando que é perigoso, que dá informação para bandido, criei a linha de bonecos seguranças, para colar ao lado dos familiares.”
O que é motivo de piada para o inventor preocupa uma parte da população. Dar tanta informação sobre quantas e que tipo de pessoas formam aquele núcleo familiar poderia deixá-lo vulnerável a sequestros, assaltos e chantagens. Diversas reportagens, algumas sensacionalistas, outras coerentes, abordaram o assunto. Amigas da dona Alfa removeram os adesivos, com medo.
A Polícia Militar diz que é preciso cuidado, mas não os considera mais perigosos do que o modo como as pessoas se expõem em sites de relacionamento, na internet. De qualquer forma, eles já têm nome para a polícia. São os “adesivos currículo”, que contêm informações sobre a vida particular das pessoas. Além dos “adesivos da família feliz”, autocolantes de faculdades, academias e preferência religiosa, por exemplo, dão igualmente dicas importantes. 
A tensão causada pelos adesivos envolve sobretudo sequestro. No falso sequestro, por exemplo, poderiam ajudar golpistas a convencer a vítima de que há um familiar refém, pois eles teriam a ideia de como é a constituição da família. O veículo estacionado em garagens que permitam o acesso visual também poderia facilitar a vida de bandidos. A corporação militar, no entanto, afirma que os “adesivos currículo” não têm influência significativa nesse caso: “Conhecer a estrutura familiar não vai aumentar ou diminuir o potencial de uma pessoa se tornar vítima. Os sequestros-relâmpago, por exemplo, são crimes planejados, e os adesivos pouco podem acrescentar. O objetivo é encontrar uma pessoa com dinheiro e cartões bancários”.
O marido da assistente social Neiva Imhoss, de São Miguel do Oeste, Santa Catarina, não gosta muito dos adesivos que ela colou no carro: pai, mãe, dois filhos pequenos, passarinhos, tartarugas e dois cachorros. “Ele acha que é muita exposição, porque a cidade é pequena e todo mundo sabe que o carro é meu” conta. “Mas, então, ele que não cole no dele! No meu, só não coloquei as ovelhas que temos porque não couberam.” 
Neiva diz que aderiu ao modismo porque o filho de 3 anos via os desenhos nos outros carros e apontava. “Quando comprei, ele me ajudou a colar.” Segundo a assistente social, oito em dez carros em sua cidade têm os adesivos da família feliz, que são vendidos em todas as livrarias, bazares, bancas de jornal. “Também tem com as cores do Grêmio e do Inter, porque futebol é uma febre ainda mais antiga por aqui.” 
A auxiliar de escritório Roberta Santos, de 28 anos, também colocou os adesivos da família a pedido da filha Laís, em outubro de 2010. Na traseira do carro estão devidamente representados ela, o marido, as duas filhas e a cachorra. Em Atibaia (SP), todos sabem que aquele carro é dela. 
“Não dá para fazer nada de errado, todo mundo sabe que ele é meu por causa dos adesivos! Um dia desses, meu marido ficou com o carro e foi me buscar no trabalho. O vigia achou que era eu, mas quando viu que eu estava dentro da loja, ficou superconfuso e veio perguntar quem estava dentro do meu carro.” O marido, o gerente de produção Julio Cesar dos Santos, de 38 anos, não se importa com os adesivos, e ela diz que não acha a moda perigosa. “Se alguém for nos assaltar ou fazer mal, não será por causa dos adesivos. Acho isso uma besteira.”

“Família Doriana”

Mas por que essa onda em 2011? A psicanalista Dinah Stella Bertoni afirma que há algumas explicações. Segundo ela, a sociedade atual parece valorizar o ser humano mais pela imagem que ele transmite publicamente do que pela troca de experiências proporcionada pelas relações humanas. “Essa tendência tem sido cada vez mais intensa, e aquilo que deveria ser íntimo passa a ser exposto, como no caso das redes sociais, dos reality shows e dos tais adesivos, que promovem o conceito de ‘família Doriana’ ”, diz Dinah, numa alusão às famílias perfeitas dos comerciais de margarina. 
Para o arquiteto e urbanista Giancarlo Morettoni Júnior , os veículos se tornaram membros da família e recebem muitas vezes mais cuidados do que os parentes de carne e osso. “Os carros na sociedade moderna ocidental são sagrados, quase como as vacas na Índia. Fazem parte da família.” Ele lembra que a garagem da casa geralmente é maior que os quartos, assim como as vagas dos escritórios são maiores que as baias. As cidades são projetadas para os carros. “Eles são protegidos até do frio e da chuva… O marido leva o carro para lavar, encerar, passar produtos especiais, e não deixa a mulher ir ao cabeleireiro porque é caro. Representar a família com os adesivos é parte dessa lógica, porque o carro está mais do que inserido na família e, para muitos, é mais importante que ela.”
No Rio Grande do Sul, os adesivos se tornaram tão presentes que um grupo de amigos resolveu brincar com o assunto. Eles inventaram a “guerrilha dos adesivos da família”, e saíram colando componentes a mais nos carros. Onde antes tinha apenas um casal, apareceu uma moça ao lado. Onde tinha pai, mãe e criança, de repente surgiu uma mulher grávida. Os “guerrilheiros” filmaram a ação e jogaram no YouTube. A brincadeira rendeu mais de 230 mil views e repercutiu em todo o país. 
Marcos Piangers, um dos autores da façanha, diz que a ideia era provocar. “Achamos aquilo meio patético, essa mania moderna de tentar exibir para os outros como você é feliz, como sua família é perfeita. Toda família, vista de perto, tem defeitos”, diz Piangers. “E as pessoas fazem isso o tempo todo, no Facebook, no Orkut, nas frases do MSN, sempre tentando mostrar que a vida delas é ou está incrível.” Dessa constatação nasceram adesivos que aludem a um bebê indesejado, um amante, um casal gay, “esse tipo de coisa que acontece, mas ninguém anuncia”, pontua.  
Piangers conta que ele e os amigos não esperavam para ver a reação das pessoas porque acharam mais engraçado deixar o dono do carro imaginar o que teria acontecido. “Além do que esperar o dono do carro aparecer seria muito mais trabalhoso.” Apesar das críticas, ele afirma que não houve nenhuma preocupação social e política. “Apenas fazer rir e questionar essa mania besta.”
Para a psicóloga Dinah, a “mania besta” diz muito sobre nosso tempo. “A impressão que se tem é que cada vez mais precisamos da visão alheia para nos sentirmos aprovados, seguros de nossos papéis sociais e, por que não dizer, para que não nos sintamos sozinhos. A opinião que mantemos sobre nós não parece mais suficiente. Necessitamos de um olhar que aprove nosso corpo, ‘curta’ nossas opiniões e que nos ‘siga’, mesmo nos momentos de privacidade.” 
Dinah aborda também a questão do modelo familiar, por que se busca tanto a imagem de família tradicional, a exibição do clichê “mãe-pai-filhos-animal de estimação”. Isso parece indicar, em sua opinião, um receio de que os novos arranjos familiares – o namorado da mãe ou o meio-irmão da nova família do pai – ameacem a função familiar, que é transmitir valores e construir nossa identidade. E conclui com uma proposta: “Devemos valorizar mais a convivência familiar real, em vez de mantê-la numa imagem paralisada, com expressão de felicidade. Precisamos procurar nossa família, discutir essas novas configurações e expressar o amor por todos os seus membros também do lado de dentro do carro, por meio do cuidado e da aceitação das diferenças.”