sábado, 12 de dezembro de 2009

CONTINUAREI...

Continuarei perseguindo a esperança. A esperança de que haja o despertar da consciência por justiça em todos os níveis.

Continuarei buscando as formas de gritar contra a fome.

Continuarei levando o brado de alerta contra a desigualdade.

Continuarei denunciando o sistema que joga a vida humana nas calçadas.

Continuarei não aceitando o caos generalizado que ignora a saúde da maioria.

Continuarei protestando contra a impunidade e a sujeira.

Continuarei lutando pela transparência e respeito aos nossos interesses.

Continuarei indignado diante da destruição feita pelas mãos da ganância estúpida.

Continuarei percorrendo os caminhos que me levam a aprender para poder ensinar.

Mas continuarei, também, falando do amor, da esperança e da possibilidade de um novo mundo.

Continuarei, também, exaltando a excelência humana e os que têm atitude em todos os sentidos porque eles ainda existem.

Continuarei, também, levando a mensagem da forma que puder àqueles cuja alma e caráter indicam que é possível construir uma existência melhor em um mundo melhor.

Continuarei escrevendo na tentativa de que cada linha possa despertar o amor universal.

Continuarei escrevendo as revoltas e a esperança ao mesmo tempo, pois, quando escrevo, estou a serviço de Deus.

(Wagner Marins)

AS DUAS FACES DO NATAL



O contraste social desenha um Natal com duas faces, aliás, não só nessa época. Mas em se tratando de um momento que contagia o ser humano e embala os seus sonhos, é preciso uma reflexão distinta.

As mansões cercadas de luzes e no seu interior a mesa é farta, com delicias natalinas à vontade. No estalar das taças de cristal com o melhor Champagne, brinda-se à noite de gente corada e despreocupada com o amanhã.

Na mesma rua quem sabe, de forma mais modesta, famílias inteiras também se alegram sob a melhor roupa e presenteiam suas crianças e amores.

Um pouco mais distante, na casa de um modesto trabalhador, reúnem-se a mulher e os filhos, felizes pelo pai que pode dar um simples brinquedo com o ganho de um salário a mais e, sob a mesa, alguns doces, salgados e bebida espumante que vieram numa cesta básica de Natal, carregada nas costas o ano inteiro. Esmola enfeitada.

Mais adiante, os solitários que nada comemoram em seus quartos de pensão, vão dormir mais cedo para nada ouvirem ou pensarem.

Na medida em que se avança e se aproximam os bolsões de miséria, o Natal é comemorado nas garrafas de aguardente e os fogos são os estampidos das balas.

Nas esquinas, nas valas dos viadutos e nas calçadas frias, da Metrópole governada pelos defensores das elites, existe um sub mundo que abarca a exclusão social de forma cruel, onde não há sonhos e nem presente ao pé de uma árvore de Natal.

Não sou contra os que podem, mas condeno ferrenhamente os abutres que vivem sob a fortuna da corrupção, enquanto as necessidades de uma multidão não são atendidas.

A esperança dos miseráveis está na existência de Deus.

(Wagner Marins)

LIBERTE A ÁGUIA!

Em seu livro, A Águia e a Galinha, Leonardo Boff descreve a metáfora humana, onde cada um de nós hospeda dentro de si uma águia.

A águia que rompe os limites apertados do arranjo existencial.Somos, portanto, muito mais do que o sistema quer nos impor a qualquer custo.

Há movimentos na política, na educação e nos processos de mundialização que pretendem reduzir-nos a simples galinhas, confinadas nos limites do terreiro.
É um processo cruel que pretende bloquear a grandeza humana, seja de quem for ou condição social em que viver.

Esse processo favorece a manutenção do poder e com ele toda a sujeira que assistimos através do escárnio político, desmandos, abandono, corrupção e o desrespeito com a dignidade humana.

Contudo, hei de ver um dia milhares de Águias levantando vôo, arrebatando os abutres que detém o poder, fazendo surgir uma nova aurora, com justiça social.

VOCÊ VAI LIBERTAR A SUA ÁGUIA?

(Wagner Marins)