quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

==========PARA SEMPRE!==========

US$ 239 milhões acumulados em reservas internacionais no último ano. Aumento de 385% frente a 2003. (fonte: Banco Central)


A classe C já corresponde a 53,6% da população brasileira e  AB aumentou 10,7% para 15,6% de 2003 a 2009. (fonte: FGV)


R$ 69,92 bilhões investidos em habitação. Aumento de 600% em relação a 2003. (fonte: Ministério das Cidades)


596 mil bolsas do Prouni concedidas em 1.253 municípios de 2005 a 2009. (Posição em março/2010)


Mais de 3 milhões de veículos vendidos em 2009, um novo recorde histórico. Crescimento de 150% em comparação a 2003.


24,1 milhões de brasileiros superaram a pobreza, entre 2003 e 2008. (fonte: PNAD)


12,1 de empregos formais gerados nos últimos 7 anos. (fonte: Rais e Caged)


Desmatamento 74,4% menor do que em 2004. O menor índice já registrado desde 1998, quando foi iniciada a taxa anual. (fonte: INPE)


O percentual da população pobre caiu de 42,7% para 28,8%. (fonte: PNAD)


Queda de 61,6% da desnutrição infantil, entre 2003 e 2008. (fonte: Ministério da Saúde)

Wagner Marins

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

ATENÇÃO--->HOJE: Em último pronunciamento, Lula pedirá apoio do povo a Dilma

O presidente Lula conversa com a presidente eleita, Dilma Rousseff, durante balanço de seu governo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará nesta quinta-feira seu último pronunciamento à nação e, além de apresentar um balanço de sua gestão, pedirá à população que apoie a sucessora Dilma Rousseff.

Lula, que deixa o cargo em 1º de janeiro após dois mandatos, exaltará que sua origem popular o ajudou a fazer um governo que atendesse todas as camadas da população.

"Mostramos que é possível e necessário governar para todos, e quando isso acontece é um ganho para o país," discursará Lula, em rede nacional de rádio e TV, segundo relato de um assessor à Reuters.

Numa aparição por volta das 20h, com duração de pouco mais de dez minutos, o presidente fará um depoimento carregado de emoção, e pedirá aos brasileiros que não o questionem sobre seu futuro, mas se questionem sobre o futuro do país.

Lula dirá à nação que sua trajetória de vida -- um operário pobre, com pouco estudo, que chegou à Presidência da República -- serve para que todos possam alimentar seus sonhos e se superar. O pronunciamento foi gravado na segunda-feira, pouco antes de ele se reunir com a comissão executiva do PT.

O presidente apresentará tabelas e estatísticas para falar dos avanços do governo, listará obras como a transposição do Rio São Francisco, as futuras hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, que estão sendo construídas no leito do Rio Madeira, e voltará a dizer que o Brasil conquistou seu "passaporte para o futuro" com a descoberta do pré-sal.

Lula repetirá que seu governo não se preocupou apenas com a elite e que agiu pensando em todos os brasileiros.

Apenas Dilma será citada nominalmente pelo presidente, e ele dirá que a sucessora tem "competência" para governar o Brasil e é a pessoa "que mais do que ninguém conhece o que foi feito no Brasil".

"Agora, estamos provando ao mundo e a nós mesmos que o Brasil tem um encontro marcado com o sucesso", discursará Lula em tom ufanista.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Trens da CPTM transformam cidadãos em passageiros da agonia

A inacreditável e indigna jornada diária de milhões de cidadãos


São Paulo – A estação Francisco Morato, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na Zona Oeste, às 6h23 da manhã, está lotada. Parada obrigatória para quem vem de Jundiaí, Várzea Paulista, Campo Limpo Paulista e Botujuru e está a caminho da capital, ela passa por obras de ampliação e modernização – o percurso de Jundiaí até Morato tem 21,5 quilômetros e dura 35 minutos.

Na plataforma, o empurra-empurra leva alguns passageiros além da linha de segurança amarela. Estreita e perigosa, qualquer esbarrão mais forte pode ser fatal. Edilson José, 43 anos, funcionário das Casas Bahia de Pirituba, ensina: "Somente se enfiando nesse tumulto, você consegue espaço para entrar no vagão”.

O trem chega. Apinhado. Ninguém respeita o desembarque dos passageiros, pois o medo de que ele feche as portas e vá embora antes de conseguir entrar é maior. Há uma surda batalha entre quem quer sair e quem quer entrar. Neuza Fernandes, 72 anos, aposentada, desce do trem indignada: “Que falta de educação, as pessoas não respeitam nem os idosos”.

A cada nova estação, mais sofrimento. As pessoas conseguem embarcar mesmo já não havendo espaço para mais ninguém e o trem segue explodindo de gente até a estação Palmeiras/Barra Funda.

Trem e metrô, a dose dupla
Entre 2007 e 2010, o número de passageiros naquele trajeto aumentou de 2,3 milhões para 5 milhões, com a junção de CPTM e Metrô. Em 2009, 75 trens foram incorporados à frota – 44 do Metrô e 31 da CPTM – e outros 34 foram reformados.

Depois do sofrimento enfrentado nas estações e composições da CPTM, o esgotamento do sistema fica claro na plataforma da Barra Funda: o sufoco de ter de enfrentar outra fila, a do Metrô, é pior.

Cadeirante no trem
A multidão empurra todos para dentro dos vagões. Carolina Ferreira, 36 anos, dona de casa e mãe de Guilherme Ferreira, 8 anos, estudante e deficiente físico, tem o olhar apreensivo, pensa em como irá embarcar o filho e sua cadeira de rodas. Ela procura um espaço nos vagões destinados às pessoas com deficiência, o primeiro e o último.

O menino tem consulta com hora marcada no hospital que fica próximo da estação Carrão, do Metrô. Depois de perder dois trens, um passageiro solidário comunica aos seguranças da estação que ela está com dificuldades para embarcar. Os seguranças afastam as pessoas e, enfim, embarcam mãe e filho. “Faço essa maratona sempre que ele tem de ir ao médico, porque em Morato não tem hospital (apropriado para o tratamento)” – explica Carolina.

Dentro do trem, as pessoas se juntam, se espremem. Cada um se encaixa como pode. Quem vai descer logo fica bem perto da porta, abraçado à barra de ferro do vagão. Todos seguem sem alegria no rosto. Muitos viajam com fones no ouvido ou lendo um livro. Daniel Moreira, 24 anos, estudante de administração, explica por que suporta o trem . “Não tenho carro, e ir de ônibus para o centro da cidade talvez fosse pior. O percurso é angustiante, mas fazer o quê? É o que temos” – relata.

Ao chegar à estação Carrão, Carolina desce com Guilherme na cadeira de rodas e segue sua maratona até o hospital, talvez esperando que a volta seja menos angustiante.

Fonte: Rede Brasil Atual
Por: Leonardo Brito, da Rede Brasil Atual
Publicado em 18/12/2010, 17:35

Governo Dilma será melhor ou igual ao de Lula para 83%



A presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), fará um governo igual ou melhor que o do presidente Lula para 83% dos brasileiros, revela pesquisa Datafolha.

De acordo com o instituto, a expectativa de 53% dos entrevistados é que a gestão da petista seja similar à do antecessor. Outros 30% avaliam que ela se sairá melhor.

A estratificação do levantamento mostra que Dilma obtém seus melhores índices na fatia da população menos escolarizada, mais jovem e que declara renda mensal de até cinco salários mínimos.

Foram ouvidas em todo o país 11.281 pessoas, de 17 a 19 do mês passado.

A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Para 73%, o futuro governo de Dilma será ótimo ou bom. É o segundo percentual mais alto de expectativa sobre o mandato de um presidente eleito desde a redemocratização do país.
Em dezembro de 2002, a expectativa positiva sobre Lula era de 76%.

Os números de Dilma superam os do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) tanto no primeiro mandato (70%) como no segundo (41%). Fernando Collor (1990-92) obteve 71%. Não foi feita pesquisa em 2006.

Os picos positivos foram demonstrados no Nordeste do país, especialmente em Pernambuco (78%), no Ceará (79%) e em Minas Gerais (80%). No Sul, o índice de otimismo cai para 68%.

PROMESSAS
O instituto sondou o percentual de confiança dos eleitores sobre o cumprimento de promessas de campanha. Uma parcela de 31% disse acreditar que ela cumprirá a maioria das promessas, outros 59% esperam que cumpra parte delas, e 6% acham que não realizará nenhuma.

Os números são similares ao que o brasileiro esperava de Lula em 2002. À época, 31% acreditavam que ele fosse cumprir suas promessas.

A diferença entre a expectativa em relação a Dilma e a que se tinha sobre o Lula está nas áreas de atuação de governo. Para 18% dos entrevistados, a gestão dela se sairá melhor na saúde. Em seguida, aparecem economia (12%) e educação (12%).

Quando se trata da expectativa sobre a área em o novo governo terá o pior desempenho, destacam-se saúde (13%), combate à violência e segurança pública (13%).

Antes do primeiro mandato, 27% apostavam que a administração de Lula avançaria no combate ao desemprego, e 18%, na erradicação da fome e miséria. Para 10%, a economia declinaria.

Tanto Lula como Dilma marcam seus índices mais altos de "ruim ou péssimo" quando a expectativa é sobre o combate à corrupção (10% para ele, e 20% para ela).

A exemplo do que ocorreu em relação a Lula (43%), em 2002, agora os entrevistados acreditam que os "trabalhadores" serão os mais beneficiados pelo governo (33%).

Nos demais setores a serem beneficiados, no entanto, não há semelhanças. Em 2002, 14% citavam a agricultura, e 11%, a indústria, como áreas que seriam privilegiadas. Neste ano, aparecem políticos (13%) e bancos (10%).

Fonte: Folha.com

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

2010: A FORÇA DA MOBILIZAÇÃO DE UM POVO



Não há farsa que consiga esmagar a mobilização de um povo, nem mesmo com o apoio inesgotável da mídia golpista, das articulações da direita conservadora, das coligações espúrias e da arrogância da elite.


Neste ano, a manutenção da Justiça Social se fez prevalecer na vontade de um povo, e há de continuar ecoando acima da linha da miséria, acima das ostentações e delírios dos engomados e acima das tentativas de golpe à dignidade do homem comum.


A manutenção que permitirá o Brasil seguir mudando, cujos índices traduzem o real motivo dessa grande mobilização popular.


US$ 239 milhões acumulados em reservas internacionais no último ano. Aumento de 385% frente a 2003. (fonte: Banco Central)

A classe C já corresponde a 53,6% da população brasileira e  AB aumentou 10,7% para 15,6% de 2003 a 2009. (fonte: FGV)

R$ 69,92 bilhões investidos em habitação. Aumento de 600% em relação a 2003. (fonte: Ministério das Cidades)

596 mil bolsas do Prouni concedidas em 1.253 municípios de 2005 a 2009. (Posição em março/2010)

Mais de 3 milhos de veículos vendidos em 2009, um novo recorde histórico. Crescimento de 150% em comparação a 2003. 

24,1 milhões de brasileiros superaram a pobreza, entre 2003 e 2008. (fonte: PNAD)

12,1 de empregos formais gerados nos últimos 7 anos. (fonte: Rais e Caged)

Desmatamento 74,4% menor do que em 2004. O menor índice já registrado desde 1998, quando foi iniciada a taxa anual. (fonte: INPE)

O percentual da população pobre caiu de 42,7% para 28,8%. (fonte: PNAD)

Queda de 61,6% da desnutrição infantil, entre 2003 e 2008. (fonte: Ministério da Saúde)

Esses e inúmeros outros motivos nos fazem acreditar que as mudanças continuarão nos quatro cantos deste país, calando definitivamente a voz do descaso e da exclusão social.


Em 2011, continuaremos com a esperança e no apoio incondicional aos projetos sociais que dignificam a vida de milhares e consolidando o seu legado às gerações futuras.




quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

LEIA-IMPORTANTE-->Assédio Moral: o Fantasma no Ambiente de Trabalho


Nesta entrevista a Dra. Margarida Barreto, médica ginecologista e do Trabalho, pesquisadora do Núcleo de Estudos Psicossociais da Dialética Exclusão e Inclusão Social (Nexin PUC/São Paulo), explica o que é assédio moral e como o trabalhador deve procurar ajuda e alerta: " Quem é humilhado sistematicamente, pode sair das ideações suicidas e agir, rumo a morte, tirando a própria vida, por não suportar o sofrimento".


Diesat: O que é assédio moral?
Dra. Margarida Barreto: Assediar alguém significa estabelecer um cerco e não dá trégua ao outro, humilhando, inferiorizando e desqualificando-o de forma sistemática e repetitiva. São ataques verbais e gestuais, perseguições e ameaças veladas ou explicitas; fofocas e maledicências que ao longo do tempo, vão desestabilizando emocionalmente e devastando a vida do outro.
Para a UNIÃO EUROPEIA o assédio moral é um comportamento negativo entre colegas ou entre superiores e inferiores hierárquicos, em que a vitima é objeto de ataque sistemático por longo tempo, de modo direto ou indireto, contra uma ou mais pessoas.
Já a Organização Internacional do Trabalho considera-o todas as vezes em que uma pessoa se comporta para rebaixar o outro, através de meios vingativos, cruéis, maliciosos ou humilhantes contra uma pessoa ou um grupo de trabalhadores. São criticas repetitivas e desqualificações, isolando-o do contato com o grupo e difundindo falsas informações sobre ele.
Qualquer que seja o conceito usado, no assédio há sempre um núcleo ou matriz que encontramos em todos os países, mostrando que estamos ante uma tortura psicológica nas relações interpessoais no local de trabalho, o que nos leva a considerá-la como um problema de saúde publica. Nesta matriz, encontramos algumas táticas que se repetem: isolar, ignorar, desqualificar, desmoralizar, desestabilizar, degradar as condições de trabalho e forçar a pedir demissão ou desistir do emprego, do projeto, da empresa. Resumiríamos, afirmando que em todos os casos de assédio moral encontramos:
-Repetitividade e persistência da ação
-Intencionalidade
-Temporalidade e direcionalidade
-Degradação das condições de trabalho

Os efeitos são devastadores a vida (físico/psicológico) das pessoas que são humilhadas e sofrem agressões verbais e outros atos de constrangimento, quer no âmbito publico ou privado (a portas fechadas). Aqui, a diferença está na relação de poder estabelecida, que pode ser assimétrica ou simétrica com atos de violência explícitos ou sutis.

D: De que forma o trabalhador é assediado no ambiente de trabalho?
M.B: Leymann, o primeiro estudioso do tema, a pratica do assédio moral envolve mais de 40 atos que fazem parte de um processo que ocorre ao longo do tempo, por um período de seis meses. Para ele, existe o assédio moral quando há uma relação assimétrica de poder e este, pode ser em conseqüência de uma experiência maior ou mesmo, uma maior proximidade com a alta hierarquia. Deste modo, ele catalogou quatro grandes grupos de ações: ações contra a dignidade; ações contra o exercício do trabalho; manipulação da comunicação e ações de iniqüidade.
Como exemplo de ações muito comuns aqui em nosso país, citaria: isolar dos colegas e ignorar sua presença; dar instruções confusas, sobrecarregar trabalho, bloquear o andamento do trabalho, criticar em publico, constrangendo-o ou desqualificando-o; impor horários injustificados; caluniar; disseminar fofocas e maledicências; transferir de setor sem conhecimento prévio; proibir colegas de conversar, almoçar entre tantos outros atos, contanto que reforce o lema. "Não falte para não perceberem que você não faz falta", passando a idéia que o trabalhador é um inútil, ou que faz é tão pouco que não tem valor para a Empresa.

D: Quando começaram as discussões sobre o problema?
M.B.: Na Europa, o tema foi bastante discutido por Leymann e posteriormente, Marie France Hirigoyen. Aqui no Brasil, começamos a ouvir atentamente os trabalhadores que eram humilhados em seu local de trabalho desde o inicio a partir de 1993. Sabíamos que humilhar o outro não era novo. Mas, os relatos que nos chegavam, eram freqüentes. O fato é que a intensificação das humilhações no trabalho coincide com as mudanças que ocorreram na forma de organizar o trabalho e nas políticas de gestão, nestes últimos 30 anos. Mudou o discurso e novos rótulos surgiram para velhas questões. Por exemplo, ser flexível passou a apontar um novo horizonte de expectativas no qual o trabalhador agora denominado de "colaborador", deverá estar sempre motivado, ser dinâmico e comunicativo, aberto para os novos desafios, ter capacidade para trabalhar em grupo, ser criativo e competitivo como forma de ascender no mundo do trabalho e em especial ser dedicado a empresa e seu trabalho. O discurso é sedutor, pois a flexibilidade deve ser aceita e internalizada por todos; é uma forma de compensar a insegurança que passo aparecer a partir das demissões massivas e reestruturações constantes. Cada um deve suportar o novo desafio, a nova sobrecarga e mostrar que é capaz de se ajustar aos novos tempos. Com poucas pessoas executando mais tarefas, sob intensa pressão para produzir, não precisamos refletir muito para constatar as consequencias que isso traria no tempo: novas doenças e mais demissões. Fomos percebendo que as humilhações neste contexto, era algo que fazia parte da micropolitica de controle empresarial e que se manifestava na corrente dos gestos cotidianos. Estávamos diante de uma ferramenta de controle dos gestos, da voz, dos pensamentos e emoções. Assim, devemos avaliar as novas doenças, os novos riscos emergentes em associação as mudanças no mundo do trabalho e que foram profundas. Ressalto também que a reestruturação produtiva veio acompanhada de desregulamentações das relações de trabalho, de flexibilização dos direitos, da adoção de novas políticas de gestão quer por injuria ou pelo medo, de controle rígido e disciplinar dos trabalhadores, da colonização do imaginário, quer por política de punição aos que não alcançaram as metas ou por premiação dos "bons" na capacidade de ultrapassá-las e dá produção. É um ambiente propicio para instaurar o conflito entre colegas e a competitividade, passa a ser a regra. Sabemos que as empresas estão mais preocupadas em aumentar seus lucros com poucos gastos que com a saúde dos seus trabalhadores. O que importa é faturar cada vez mais e o trabalhador que adoece vira peça descartável e que deve ser trocada. Então ser flexível para o capital, é ser capaz de se adaptar, em reagir ao invés de agir; em aceitar ao invés de resistir e lutar. Porque afirmo isso? Quando o trabalhador adoece, envelhece ou questiona praticas ilícitas ou não se submete as normas que lhes são impostas, perde o valor e torna-se uma "persona non grata", o que o obriga, freqüentemente, a deixar a empresa. O valor do trabalhador está em ser guerreiro 24 horas, não adoecer, não ter família, não ter preocupações e preferencialmente, que todo o seu pensamento e emoções, estejam direcionados ao bem estar da empresa. Logo, todo assédio tem como intencionalidade forçar o outro a desistir do emprego, pedindo a demissão ou mesmo desistindo de um projeto ou mudando de setor, de Estado.

D: Existe uma categoria que apresente mais denuncias relacionadas a assédio moral?
M.B.: Hoje, é difícil você dizer qual a categoria que não tem assédio moral nas relações de trabalho. Isso porque o assedio tem como causalidade a organização do trabalho e uma cultura organizacional que mantém e reproduz a "voz" da organização, como verdade absoluta e inquestionável. Mas, poderíamos apontar as categorias em que é muito comum: saúde, educação, comunicação em especial com os jornalistas e o setor de serviços, como por exemplo, os bancários.

D: Como o movimento sindical pode auxiliar trabalhadores que sofrem assédio?
M.B.: Em primeiro lugar, o dirigente deve ouvir seu companheiro. É necessário que os dirigentes compreendam e conheçam esse novo mundo do trabalho nesta nova configuração, em que os trabalhadores foram transformados em nômades do trabalho e das relações, vivendo uma sociedade sem emprego, com uma vida limítrofe e caótica, tendo que se submeter a exploração. É necessário que os dirigentes conheçam os novos riscos emergentes, reflitam a cultura empresarial, que escutem e compreendam a voz daqueles que sofrem, adoecem e morrem do/no trabalho. Se não conhecem o que acontece de fato no intra-muros, a ação se restringe a julgar ou encaminhar o trabalhador assediado para o medico ou o departamento jurídico, em atos e ações individualizadas. E as ações coletivas, ficam esquecidas.
Se não tivermos uma práxis compromissada com classe trabalhadora, poucas vitórias alcançaremos. Digo isto, pois vejo por esse Brasil, muitos "dirigentes" que sequer sabem o que ocorre dentro daquela empresa em que ele um dia, trabalhou e isso leva a atitudes de indiferença em relação a dor do outro. Falta reflexão-ação, sonhos pessoais que se mesclem com os sonhos coletivos, falta luta ativa, organização por local de trabalho, mobilização e compromisso de classe! Pensar em eliminar o assédio moral das relações laborais passa pela luta por justiça, por dignidade, por generosidade, por respeito nas relações de trabalho, por uma nova forma de organizar o trabalho em que a cultura reforce a autonomia e criatividade para pensar e fazer; que a vida daqueles que produzem riquezas, seja privilegiada em sua plenitude. Um sindicalismo "combativo" não pode defender os interesses do capital, viabilizando a existência de empresas que matam e adoecem centenas de trabalhadores anualmente, com a desculpa que está preservando o emprego. Aqui, é uma questão de defesa da vida. Não podemos sair de um sindicalismo de contestação e caminhar para um sindicalismo de "viabilização das empresas. Enquanto esse cenário persistir, assistiremos o aumento da exploração no trabalho - que é uma face da violência - a intensificação da flexibilidade, mobilidade e humilhações para produzir, sob o olhar passivo do movimento sindical

D: Quais são as conseqüências na saúde destes trabalhadores?
M.B: Quem sofre o assédio moral no trabalho, manifestará algumas reações. A primeira seria uma reação social cuja resposta corporal a ação nociva, se manifesta como isolamento social, ressentimentos, tristeza, reprodução da violência em outros espaços e até mesmo com filhos. Há aumento do uso de drogas, quebra dos laços afetivos e muitas crianças de país que sofreram violência no trabalho, tem menor desempenho na escola. Em segundo lugar, a pessoa assediada sente um mal estar que se manifesta no julgamento negativo de si, como se fosse sem valor ou mesmo um lixo. Além das varias alterações cotidianas, devido aos pensamentos repetitivos e recorrentes, com o tempo, começam a apresentar doenças e danos psíquicos com idéias de indignidade, esquecimentos, choro freqüente e que podem caminhar para a depressão, o burn-out, a síndrome do pânico e outros transtornos da esfera mental E por ultimo, que m é humilhado sistematicamente, pode sair das ideações suicidas e agir, rumo a morte, tirando a própria vida, por não suportar o sofrimento. Assim o assédio moral gera morte. A Marie France lembra que "Não se morre diariamente de todas as agressões, mas perde-se uma parte de si a cada noite, volta-se para casa exausto, humilhado, deprimido. É a repetição do ato que é destruidor". Estamos diante de um risco que tem repercussões na família, desestruturando-a freqüentemente e devastando a vida daquele que sofre a violência moral ou psicológica no local de trabalho. Estamos falando de mais um risco no ambiente de trabalho, que causa danos a dimensão física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano. Daí a necessidade de compreender essa relação capital x trabalho para atuar com compromisso de classe, pois ter saúde, ser livre e feliz, envolve a ordem do conhecimento, da razão livre, dos bons encontros, da compreensão não somente de si mesmo, mas dos outros e somente com os outros podemos transformar o mundo do trabalho e a sociedade em que vivemos.

D: O que levou a Dra. a pesquisar sobre o tema?
M.B.: Comecei a trabalhar no Sindicato dos Químicos ao final de 1992, logo após o término do curso de especialização em medicina do trabalho. E neste espaço passei a ouvir historias de sofrimento e compreendi desde o inicio que a dor colocada não era resultante de fraquezas individuais. Ao contrário: estava diante de guerreiros e guerreiras da produção e que após dá a vida em uma determinada empresa, sentiam-se traídos porque adoeceram ou porque questionaram a empresa e como resultado, mudava a forma da empresa de lidar com eles. As histórias de sofrimento me atravessavam e na tentativa de ajudá-los ativamente, procurei a Psicologia Social da PUC/SP para fazer o mestrado. Lá, sistematizei uma pesquisa que resultou na escuta atenta de 2072 trabalhadores de 97 empresas do ramo químico, plástico, cosmético e farmacêutico e cujo nome da dissertação foi dado por um trabalhador que após contar sua historia, me disse: "eu vivo dentro da empresa uma jornada de humilhações". Ele me deu o nome e a chave da compreensão dos gritos de sofrimento que escutava.


Diesat
Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho

domingo, 12 de dezembro de 2010

Governo Dilma quer criar linha oficial de pobreza para medir miséria

De Gilberto Costa, da Agência Brasil

A presidente eleita, Dilma Rousseff, deverá estabelecer linhas oficiais de pobreza e de indigência no país para monitorar as políticas sociais do governo e medir a melhoria das condições de vida da população. O valor ainda não foi estabelecido, mas existe a possibilidade de o novo governo fixar em R$ 108 a renda familiar por pessoa como linha de pobreza.

A sugestão desse valor é do economista e coordenador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marcelo Neri, que apresentou um seminário sobre políticas sociais para a equipe de transição do futuro governo em meados de novembro, com a ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, e o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ricardo Paes e Barros.

De acordo com Neri, a presidenta Dilma -que prometeu em seu discurso de vitória erradicar a miséria e criar “oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras”- quer “sofisticar a tecnologia social” e suplantar os ganhos do governo Lula, que considera uma “herança bendita”, porque diminuiu a pobreza em 45%.

A ideia, segundo o economista, é que a meta de erradicar a miséria seja tratada como a meta de inflação. “Se tem uma meta de erradicar a pobreza é preciso saber qual o critério. Do mesmo modo que há uma meta de inflação, que escolheu o IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] como medida”, comparou em entrevista à Agência Brasil.

Para Marcio Pochmann, presidente do Ipea, o Brasil está na direção correta, mas é preciso uma sofisticação nas políticas. “Por isso, se pensa ser necessário estabelecer uma linha administrativa da pobreza extrema”, disse.

O Ipea está fornecendo dados e análises para a definição dessas políticas e para fixar as linhas de miséria e de pobreza. Pochmann não quis adiantar os valores, mas assinalou que não é apenas uma “decisão monetária” ou “administrativa e política”, mas também uma escolha “técnica com base na realidade”.

Marcelo Neri sugere que a verificação da renda das famílias seja mais criteriosa e não se baseie apenas na informação da renda reportada, mas também em dados sobre todos “ativos” das pessoas do domicílio (tipo de trabalho, condições de moradia, acesso a serviços públicos, como saúde e educação) e “carências” (crianças lactantes, pessoas com deficiência e idosos na família).

“Assim vai se olhar para quem é pobre e não apenas para quem está pobre ou diz que é pobre”, ponderou.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de três brasileiros a cada grupo de dez não vivem com segurança alimentar (refeições necessárias e ingestão suficiente de nutrientes) e 11,2 milhões de pessoas ainda passam fome.



sábado, 11 de dezembro de 2010

METRÔ DE SÃO PAULO: VERGONHA NACIONAL!


METRÔ DE SÃO PAULO: BASTA!
SAIBA MAIS 


Ontem, 10/12/10, mais uma vez o sistema porco do METRÔ DE SÃO PAULO, deixou milhares de usuários sem transporte para voltarem para suas casas. NÃO É A PRIMEIRA VEZ!  O povo da cidade de São Paulo vem enfrentando essa situação infeliz, há anos.


Essa vergonhosa situação instalada no no sistema metroviário de São Paulo é o reflexo do (DES)GOVERNO reinante no Estado de São Paulo, há 16 anos. Não podemos CONTINUAR ACEITANDO esse DESCASO, esse DESRESPEITO com a população.


Aquele candidato DERROTADO nas eleições presidenciais, que largou o governo nas mãos de outro infeliz, usou em sua campanha progandas MENTIROSAS sobre o que "fez" para o Metrô de SP. É UMA GRANDE FARSA. Somente quem dependente desse sistema falido poderá confirmar o que estou dizendo.


Peço a amigos advogados que, por gentileza, orientem-me sobre o que podemos fazer contra esse sistema, do ponto de vista jurídico.


Peço também a todos que se mobilizem, inclusive os que dependem desse sistema de transporte FALIDO!



VAMOS À LUTA? OU VAMOS FICAR CALADOS???


Wagner Marins

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

"Twittaço" comemora o Dia dos Direitos Humanos


(Brasília, 09/12/2010) – Amanhã (10/12) é o Dia dos Direitos Humanos. Para celebrar esta data tão importante, o Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia convida todos os usuários do Twitter para uma mobilização de internautas (twittaço) em apoio aos direitos humanos.


Faça-se ouvirPara participar, basta publicar mensagens com a hashtag #DireitosHumanos no dia 10 de dezembro. A iniciativa, proposta pelo Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia, deve ser entendida como uma ação de toda a sociedade brasileira, comprometida com os valores e princípios dos direitos humanos universais.

A data marca o 62º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o primeiro documento a reconhecer, no âmbito internacional, direitos fundamentais aplicáveis a todas e todos, independentemente de raça, etnia, gênero, origem, religião, idade, situação civil, condição de saúde, ou qualquer outra forma de diferenciação. Até 10 de dezembro de 1948, o Direito Internacional não tratava de questões humanitárias em tempos de paz, confinadas à legislação interna de cada país.

Hoje a Declaração Universal de Direitos Humanos é o documento mais traduzido do planeta, com versões em mais de 300 idiomas e dialetos, de Abkhaz (idioma usado na região do Cáucaso) a Zulu (língua falada na África setentrional). Somos iguais na diferença!

O Programa Interagencial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia é uma parceria entre seis agências do Sistema ONU e o governo federal brasileiro, com apoio do Fundo para o Alcance dos Objetivos do Milênio, criado pelo governo espanhol. Nossa missão é contribuir para a incorporação dos princípios da equidade de gênero, raça e etnia, transparência e inovação na gestão pública e para o fortalecimento da participação social nas políticas de desenvolvimento humano.

Veja abaixo algumas sugestões de Twitts, do Programa Interagencial. Crie o seu, divulgue e participe!

Hashtag
#DireitosHumanos 

DIREITOS HUMANOS
Sou brasileiro e comemoro o Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

Sou brasileira e comemoro o Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

Sou mulher e comemoro o Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

Sou homem e comemoro o Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

Sou negra e comemoro o Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

Sou negro e comemoro o Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

Sou índia e comemoro o Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

Sou índio e comemoro o Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

GÊNERO, RAÇA E ETNIA
Sou contra o racismo e comemoro o Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

Sou contra o preconceito e comemoro o Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

Sou a favor da igualdade de gênero, raça e etnia e comemoro o Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
 Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

 Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

 Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Dia dos #DireitosHumanoshttp://bit.ly/dO6bR2

Toda pessoa tem direitos e liberdades sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, religião, opinião política, ou origem. Dia dos #Direitos Humanos http://bit.ly/dO6bR2

 Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Dia dos #DireitosHumanoshttp://bit.ly/dO6bR2

 Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

 Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras do Estado. Dia dos #DireitosHumanoshttp://bit.ly/dO6bR2

Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica. Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

A vontade do povo será a base da autoridade do governo. Dia dos #DireitosHumanos http://bit.ly/dO6bR2

 Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio gozarão da mesma proteção social. Dia dos #DireitosHumanoshttp://bit.ly/dO6bR2

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Wagner Marins