sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Governo insere 52 nomes na "lista suja" do trabalho escravo


Atualizada nesta sexta (30), o cadastro de empregadores flagrados com mão-de-obra análoga à de escravo cresceu com a entrada de 52 novos registros, chegando ao número recorde de 294 nomes, de acordo com notícia divulgada no Blog doSakamoto. Entre os que entraram na “lista suja” estão grupos sucroalcooleiros, madeireiras, empresários e até uma empreiteira envolvida na construção da usina hidrelétrica de Jirau. 


A relação inclui também médicos, políticos, famílias poderosas e casos de exploração de trabalho infantil e de trabalho escravo urbano. Para ver a lista atualizada, clique aqui.

A “lista suja” tem sido um dos principais instrumentos no combate a esse crime, através da pressão da opinião pública e da repressão econômica. Após a inclusão do nome do infrator, instituições federais, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Banco da Amazônia, o Banco do Nordeste e o BNDES suspendem a contratação de financiamentos e o acesso ao crédito. Bancos privados também estão proibidos de conceder crédito rural aos relacionados na lista. Quem é nela inserido também é submetido a restrições comerciais e outros tipo de bloqueio de negócios por parte das empresas signatárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo – que representam mais de 25% do PIB brasileiro.

O nome de uma pessoa física ou jurídica é incluído na relação depois de concluído o processo administrativo referente à fiscalização dos auditores do governo federal e lá permanece por, pelo menos, dois anos. Durante esse período, o empregador deve garantir que regularizou os problemas e quitou suas pendências com o governo e os trabalhadores. Caso contrário, permanece na lista.

Abaixo, trechos da apuração de Bianca Pyl, Daniel Santini e Maurício Hashizume, da Repórter Brasil, que monitora o cadastro desde sua criação em novembro de 2003:

Entre os novos registros, há casos como o de Lidenor de Freitas Façanha Júnior, cujos trabalhadores, segundo os auditores fiscais do trabalho envolvidos nas operações de libertação, bebiam água infestada com rãs, e o do fazendeiro Wilson Zemann, que explorava crianças e adolescentes no cultivo de fumo. Entre os estados com mais inclusões nesta atualização estão Pará (9 novos nomes), Mato Grosso e Minais Gerais (8 cada). A incidência do problema no chamado Arco do Desmatamento demonstra que a utilização de trabalho escravo na derrubada da mata para a expansão de empreendimentos agropecuários segue presente.

Nesta atualização, apenas dois nomes foram retirados do cadastro (Dirceu Bottega e Francisco Antélius Sérvulo Vaz), o que pesou para que a relação chegasse a quase 300 registros.

Escravos da cana

Entre os destaques da atualização estão libertações que chamam a atenção pelo grande número de escravos resgatados em plantações de cana-de-açúcar. Só na Usina Santa Clotilde S/A, uma das principais de Alagoas, foram flagrados 401 trabalhadores em situação degradante em 2008. Também entra nesta atualização a Usina Paineiras, que utilizou 81 escravos em Itabapoana (RJ) em 2009. Um ano após o flagrante que resultou nesta inclusão, a empresa comprou a produção da Erbas Agropecuária, onde foram flagrados 95 trabalhadores escravizados.
Mesmo com o aumento da preocupação social por parte das usinas, real ou apenas declarado, o setor ainda tem ocorrências de mão-de-obra escrava.

A Miguel Forte Indústria S/A foi flagrada explorando 35 trabalhadores, incluindo três adolescentes, na colheita de erva-mate em Bituruna (PR). A madeireira, que mantinha o grupo em barracões de lona sob comando de “capatazes”, anuncia na sua página que “o apoio a projetos sociais que promovem a cidadania e o bem-estar, principalmente entre a população carente, mostra o comprometimento da Miguel Forte com os ideais de uma sociedade mais justa e humana”. À frente da empresa, Rui Gerson Brandt, acumula o cargo de presidente do Sindicato das Indústrias de Papel e Celulose do Paraná (Sindpacel).

Hidrelétrica de Jirau

Não é só na monocultura ou no campo que os flagrantes acontecem. As condições degradantes em projetos bilionários do país têm sido uma constante e, nesta atualização, uma das empreiteiras envolvidas na construção de uma hidrelétrica também entrou na lista. A Construtora BS, contratada pelo consórcio Energia Sustentável do Brasil (Enersus), foi flagrada utilizando 38 escravos na construção da Usina Hidrelétrica de Jirau. Além de enfrentarem problemas relacionados aos alojamentos, segurança no trabalho e saúde, os empregados ainda eram submetidos a escravidão por dívida, por vezes em esquemas sofisticados que envolvem até a cobrança por meio de boletos bancários, conforme denunciado, na época, pela Repórter Brasil.

Mesmo após o flagrante, as condições de trabalho não melhoraram, segundo denúncias recentes. Em abril deste ano, um grupo de 20 trabalhadores procurou o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Rondônia (Sticcero) alegando que a BS não havia pago o aviso prévio e eles estavam dormindo no galpão da Construtora, sem ter como voltar para casa. Uma liminar chegou a bloquear os bens da empresa em 2011.

O isolamento, aliás, continua sendo utilizado como ferramenta para escravizar pessoas. Nesta atualização da lista, foi incluído Ernoel Rodrigues Junior, cujos trabalhadores estavam em um local de tão difícil acesso que foi necessário um helicóptero para o resgate dos trabalhadores. ??Entre os libertados estavam dois adolescentes de 15 e 17 anos e uma de 16 anos. Para chegar no local em que o grupo estava, foi necessário percorrer a partir de São Félix do Xingu (PA) por 14 horas um caminho que contava com uma ponte de madeira submersa, balsa e estradas de terra em condições tão ruins que foi necessário o uso de tratores para desatolar alguns dos veículos. De acordo com os relatos colhidos pela fiscalização, todos tinham medo de reclamar porque o fazendeiro e o segurança da propriedade andavam armados. Para que conseguisse fazer a denúncia, um trabalhador explorado conseguiu fugir e teve de caminhar durante seis dias pela mata e por estradas de terra.

Outro destaque na atualização da “lista suja” neste ano é a inclusão de Fernando Jorge Peralta pela exploração de escravos na Fazenda Peralta, em Rondolândia (MT). O Grupo Peralta é um conglomerado empresarial poderoso, do qual fazem parte a rede de supermercados Paulistão, a Brasterra Empreendimentos Imobiliários, as concessionárias Estoril Renault/Nissan (em Santos, Guarujá e Praia Grande), os shoppings Litoral Plaza Shopping e Mauá Plaza Shopping (cuja construção, na época, envolveu uma denúncia de propina), a Transportadora Peralta (Transper) e a PRO-PER Publicidade e Propaganda, só para citar os principais ramos de atividade do grupo. O flagrante que levou Fernando Jorge à “lista suja” aconteceu em 2010 e envolveu a libertação de 11 trabalhadores de sua fazenda.

Luiz Carlos Brioschi e Osmar Brioschi, que também entram na lista nesta atualização, foram flagrados se aproveitando de 39 trabalhadores na colheita do café em Marechal Floriano (ES). Eles mantinham os empregados em regime de escravidão por dívidas e em condições extremamente precárias de trabalho e vida. Dois dias após a libertação ter sido divulgada, Osmar Brioschi esteve entre os homenageados com placas e diplomas na Assembleia Legislativa do Espírito Santo pelo “trabalho realizado em favor do campo capixaba”, por iniciativa do deputado Atayde Armani (DEM-ES).

Devastação ambiental

Outro aspecto reforçado pela atualização da lista é o elo entre escravidão e devastação ambiental. O uso de escravos em grandes projetos de desmatamento e em áreas com conflitos agrícolas é bastante comum. Desta vez, foi incluído na relação Tarcio Juliano de Souza, apontado como responsável pela destruição de milhares de hectares de floresta amazônica nos últimos anos. Ele é considerado pela Polícia Federal responsável por montar um esquema para desmatar cerca de 5 mil hectares de floresta nativa na região de Lábrea (AM), onde mantém a Fazenda Alto da Serra. Chegou a ser preso em Rio Branco (AC) pelos crimes de redução de pessoas a condições análogas à escravidão, aliciamento de trabalhadores e destruição de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e foi denunciado por tentar comprar um fiscal. Na época, o superintendente regional do trabalho Dermilson Chagas declarou que Tárcio estava à frente de um “consórcio de fazendeiros” do Acre formado para transformar grandes áreas de Lábrea (AM) em pastos, com a utilização criminosa de escravos para o desmate, para criar gado bovino.

Políticos e doutores

Um ex-prefeito, um ex-secretário municipal do Meio Ambiente e dois médicos estão entre os que entraram na relação nesta atualização. O ex-prefeito Edmar Koller Heller foi flagrado em 2010 explorando mão-de-obra escrava em um garimpo na Fazenda Beira Rio, que fica em Novo Mundo (MT), a 800 km da capital mato-grossense Cuiabá (MT), próximo à divisa com o Pará. Edmar foi prefeito de Peixoto de Azevedo (MT) em 2000, pelo extinto PFL (hoje DEM). Teve seu mandato cassado após ser acusado de desvio de recursos públicos, contratação de pessoal especializado sem licitação e contratação ilegal de veículos automotores de auxiliares de confiança.

Em 2007, ele se envolveu em outro escândalo político e chegou a ser preso. Como secretário de Administração da prefeita Cleuseli Missassi Heller, sua esposa, ele foi considerado responsável por improbidade administrativa, configurada pelo favorecimento de uma única empresa em processos licitatórios do município. Em 2009, a Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso manteve a condenação.

Outro político que passa a fazer parte da lista é Evanildo Nascimento Souza, flagrado com escravos quando ainda era secretário de Meio Ambiente de Goianésia do Pará (PA). O homem que deveria zelar pela natureza foi flagrado explorando trabalhadores justamente no corte e queima de madeira para produção de carvão. De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT), foram encontrados na Fazenda RDM (onde se localiza a Carvoaria da Mata), em julho de 2009, nove trabalhadores laborando em condições degradantes no corte de madeira, transporte, empilhamento, enchimento dos fornos, vedação do forno com barro e carbonização. Os trabalhadores não possuíam equipamentos de proteção individual (EPIs) e estavam alojados em um barraco em péssimas condições, sujo com detritos, restos de maquinário e peças de veículos, armazenamento de combustível, sem separação para homens e mulheres, nem ventilação e iluminação.

Os médicos incluídos na relação são José Palmiro Da Silva Filho, CRM 830, flagrado com cinco escravos na Fazenda São Clemente, em Cáceres (MT), e Ovídio Octávio Pamplona Lobato, CRM 3236, flagrado com 30 escravos na Fazenda Tartarugas, em Soure (PA).



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

ASSÉDIO MORAL: NINGUÉM MERECE!!!



Bancos registram 103 denúncias de assédio moral no 1º semestre de 2011

Números não retratam a realidade, onde bancários/as são vítimas constantes da pressão e assédio

Escrito por: Contraf-CUT

Em reunião ocorrida nesta terça-feira (20), em São Paulo, com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, a Fenaban apresentou um novo relatório com as denúncias de assédio moral recebidas pelos bancos entre 1º de fevereiro e 30 de junho de 2011. Foram registradas 103 denúncias no período, sendo 65 feitas por meio dos sindicatos e 38 pelos canais internos de cada instituição financeira.

Os números foram somados por solicitação das entidades sindicais, ao contrário dos dados apresentados na primeira reunião realizada em 12 de agosto. Trata-se do primeiro levantamento semestral exibido pelos bancos ao movimento sindical sobre assédio moral.

Destas 103 denúncias, 69 apurações foram encerradas até 30 de junho, das quais em 23 os bancos reconhecem que tenha havido violência psicológica contra os bancários. Além destas, 37 denúncias não foram reconhecidas como casos de assédio; 9 não reuniam, na avaliação dos bancos, elementos suficientes para apuração; e 34 continuavam em aberto no final do semestre.

Chama a atenção o baixo número de denúncias em que os bancos reconhecem o assédio entre os casos encaminhados pelos sindicatos. Dos 65 processos, apenas 5 tiveram esse desfecho entre 34 encerrados no semestre. São apenas 14% das denúncias concluídas no período.

"É muito pouco. Se os sindicatos vão até os locais de trabalho, averiguam e constatam a situação de assédio, é esperado um número maior de casos que terminem com alguma consequência para o denunciado", avalia Plínio Pavão, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT. "Precisamos aprofundar a discussão e chegar aos motivos desse problema", aponta.

Avaliação semestral
A reunião concluiu a avaliação dos dados do primeiro semestre de 2011 sobre o programa de combate ao assédio moral, previsto no parágrafo 2º do acordo coletivo de trabalho aditivo para prevenção de conflitos no ambiente de trabalho, firmado entre várias entidades sindicais e diversos bancos.

Os trabalhadores e bancos concordaram em fazer as avaliações em período semestral. Dessa forma, será realizada a discussão dos dados de janeiro a junho e outra sobre o período de julho a dezembro. No caso do primeiro semestre deste ano, como o acordo foi assinado no final de janeiro, apenas cinco meses foram avaliados.

Conceitos
Inicialmente, havia diferenças de conceito entre o levantamento feito pelo movimento sindical e os dados apresentados pela Fenaban. Ficou acordado que as denúncias serão contabilizadas tendo como referência o denunciado. Assim, várias reclamações referentes ao mesmo denunciado serão consideradas denúncias diferentes, enquanto denúncias coletivas contra uma mesma pessoa serão contabilizadas apenas uma vez.

As partes concordaram que seja informado para a Contraf-CUT quais as medidas que os bancos estão tomando para divulgar o programa de combate ao assédio moral e conscientizar os trabalhadores sobre os canais de denúncias.

Além disso, os sindicatos cobraram dos bancos respostas bem mais detalhadas para as denúncias apresentadas, de forma que se saiba exatamente o que foi apurado e que medidas serão adotadas.

Os bancários reivindicaram a inclusão de uma estatística indicando a causa de cada denúncia, mas os bancos negaram.


terça-feira, 27 de dezembro de 2011

REVISTA DE ESGOTO FRAUDA LISTA DE MAIS VENDIDOS PARA ESCONDER A PRIVATARIA TUCANA



Na lista dos mais vendidos nas livrarias, "A Privataria Tucana" não aparece no ranking da Veja
Comunique-se

O livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr, está entre os dez mais vendidos em livrarias e sites de literatura. No entanto, na lista dos 20 mais vendidos da revista Veja, a publicação não aparece em nenhuma das posições.

Segundo as livrarias Cultura, Publifolha e Saraiva, além do site especializado Publishnews, o livro que divulga possíveis irregularidades cometidas por integrantes do PSDB figura no 2º lugar entre os mais vendidos, na categoria não-ficção, perdendo apenas para o livro Steve Jobs,  de Walter Isaacson. A obra de Ribeiro Jr aparece em 10º no ranking anual da Fnac. 

No lugar em que deveria aparecer A Privataria Tucana, a Veja destaca o Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch. Nas outras listas, o livro de Narloch aparece apenas na 15ª posição.

A Privataria Tucana, editado pela Geração Editorial, é resultado de 12 anos de trabalho do ex-repórter do jornal O Globo e Estado de Minas, Amauri Rineiro Jr., que acabou indiciado pela Polícia Federal por suspeita de participar de um grupo que tentou quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos.

Segundo o jornalista, Serra tentou investigar detalhes da vida política de Aécio Neves, do mesmo partido, já que os dois disputavam internamente a candidatura à presidência da República, nas eleições de 2010. Irritado com a repercussão, Serra negou as acusações descritas na obra e chegou a chamar o livro de “lixo”.

Procurada pelo Comunique-se, a revista Veja preferiu não se pronunciar.


PSDB-LEVANDO SÃO PAULO NO BICO: FOLHA, ESTADO, VEJA E TELEVISÕES MINIMIZAM CORRUPÇÃO EM SP


Acobertados pela MÍDIA GOLPISTA e reinando no lamaçal
da corrupção há mais de 16 anos em São Paulo
Wagner Marins
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Do Blog da Cidadania, Eduardo Guimarães
No último dia 12 de outubro, este blog cobriu ato público “contra a corrupção” que começou no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, e terminou no “Centro Velho” da cidade, na praça Ramos de Azevedo, diante do Teatro Municipal de São Paulo. A matéria reproduziu respostas a um questionário que esta página apresentou aos manifestantes. Aquele questionário foi elaborado de forma a identificar possível viés político-partidário e ideológico nos integrantes da manifestação.
Das 27 entrevistas feitas com os manifestantes, 26 apontaram forte viés político-partidário, deixando ver que o que ocorria ali era produto de campanha de partidos e entidades de oposição ao governo federal. Dessas 26 entrevistas que apuraram esse fato, sete se estenderam em breves conversas entre o entrevistador e os entrevistados. Só não foram relatadas antes porque o blog esperou pelo contato com fonte da Assembléia Legislativa que só ocorreu na semana passada.
Naquelas conversas com os manifestantes “contra a corrupção”, eles foram perguntados sobre se também estavam protestando contra o escândalo das emendas parlamentares na Assembléia Legislativa de São Paulo. Apesar de o entrevistador ter percebido que um dos entrevistados se fez de desentendido, os outros seis pareceram sinceros ao declararem que não sabiam de nada sobre esse escândalo, o que pode ser explicado pela discretíssima e rara cobertura do assunto pela imprensa.
Para quem não sabe, aliás, explica-se que há três meses o deputado estadual Roque Barbiere (PTB-SP) denunciou que ao menos “um terço” dos deputados estaduais paulistas “venderiam” a “prefeitos e empresas privadas” as emendas parlamentares ao Orçamento que os governos tucanos do Estado há muito distribuem a aliados e até a um pequeno contingente de deputados “de oposição” que fontes da AL informaram ao blog (na semana passada) que são tão governistas quanto os deputados assumidamente da base do governo.
Por conta disso, a base de apoio do governo Alckmin na AL-SP está conseguindo enterrar mais esse escândalo. Na última quinta-feira, os deputados governistas conseguiram derrubar, por seis votos a dois, o funcionamento do Conselho de Ética. Segundo um funcionário da AL (que preferiu não se identificar) ouvido pelo blog no último sábado, sem uma divulgação da imprensa igual à que é feita em relação a ministros do governo Dilma investigação relevante e profunda alguma ocorrerá, como nenhuma ocorre há muito tempo em São Paulo.
A explicação que esses veículos dão em off (através de alguns de seus jornalistas que freqüentam redes sociais como Twitter ou Facebook e entram em debates com quem questiona a omissão da imprensa nos escândalos tucanos) é a de que são escândalos “regionais” e que, por isso, receberiam cobertura tão “diferenciada”, um claro eufemismo para cobertura omissa porque, a bem dos fatos, não há, em relação ao PSDB, o jornalismo “investigativo” que chega a tentar invadir domicílios em busca de “provas” contra pessoas ligadas ao governo federal.
A cobertura e fiscalização pífias da imprensa em relação ao comportamento da oposição ao governo Dilma nos Estados em que essa oposição é governo – como em São Paulo ou em Minas Gerais – se dá sob o argumento de que seriam assuntos “regionais”. Todavia, tal falácia pode ser facimente desmontada meramente lembrando o que era feito pela imprensa quando a petista Marta Suplicy ou a ex-petista Luiza Erundina governaram a capital paulista. Então, críticas e denúncias ganhavam manchetes quase diárias nos jornais supracitados e nos telejornais de alcance nacional.
A imprensa, por essa razão, não investiga o escândalo das emendas parlamentares em São Paulo, um escândalo que lança suspeitas sobre os governos tucanos que se encastelaram no poder desse Estado há quase vinte anos, suspeitas comparáveis às que desencadearam o escândalo do mensalão federal porque insinuam que os governos tucanos paulistas subornam deputados para obterem deles favores em votações na Assembléia Legislativa.
À diferença das matérias investigativas que veículos como Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e a revista Veja passaram a fazer todos os meses contra o governo federal desde o começo do governo Lula e que neste ano ganharam uma intensidade nunca vista em anos anteriores, com trabalhos de investigação se sobrepondo em várias frentes simultâneas, nenhuma das matérias sobre o governo de São Paulo, na última década, partiu da imprensa brasileira, mas, sim, da repercussão de denúncias antigas que circulam entre os aliados do governo federal ou da repercussão de investigações no exterior.
O caso Alstom é um exemplo. Contém denúncias sobre propina que teria sido paga pela empresa francesa Alstom a vários políticos do PSDB, entre eles o ex-governador Mario Covas, já falecido, e o atual governador de São Paulo, Geraldo Alkmin. As raras matérias que saíram na imprensa brasileira foram “chupadas” da mídia internacional, de veículos como Wall Street Journal e Der Spiegel, entre outros. A imprensa brasileira mesma, não investiga nada sobre esse caso.
Todavia, é um caso gravíssimo. Trata-se de escândalo que envolve muitos milhões de dólares e que tem alcance internacional. Fora do Brasil, as notícias correm soltas.  O assunto é tão sério que está sendo investigado pelo ministério público da Suíça, onde estão arrolados os nomes dos políticos tucanos aqui citados e de outros brasileiros envolvidos.
De acordo com o que consta em documentos enviados ao Ministério da Justiça do Brasil pelo ministério público da Suíça, no período que vai de 1998 a 2001 pelo menos 34 milhões de francos franceses teriam sido pagos em propinas a autoridades do governo do Estado de São Paulo através de empresas offshore (empresas criadas em paraísos fiscais, onde gozam de sigilo de suas contas bancárias que dificulta investigações).
Segundo o ministério público suíço, os pagamentos teriam sido feitos utilizando-se do esquema de contratos de “consultoria de fachada”. O valor das “comissões” supostamente pagas pela Alstom em troca da assinatura de contratos pelo governo de São Paulo chegaria a aproximadamente R$ 13,5 milhões. Segundo o Ministério Público da Suíça, pelo cruzamento de informações esses trabalhos de “consultoria” foram considerados como sendo fictícios.
No período de negociação e da assinatura dos contratos de consultoria estava à frente da Secretaria de Energia de São Paulo o então genro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, David Zylbersztajn, que deixou o cargo em janeiro de 1998 ao assumir a direção geral da Agência Nacional do Petróleo. O atual secretário de Coordenação das Subprefeituras da cidade de São Paulo, Andrea Matarazzo, que ocupou a secretaria por alguns meses, e o atual secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce, também estão envolvidos.
Para que se tenha uma idéia da enormidade do caso e para que se possa mensurar a enormidade da minimização que a imprensa brasileira faz dele, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) julgou irregular uma compra de 12 trens da Alstom no valor de R$ 223,5 milhões feita sem licitação pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), empresa do governo de São Paulo. O contrato foi assinado em 28 de dezembro de 2005, no governo de Geraldo Alckmin.
Pergunta: você se lembra, leitor, de quando foi a última vez que recebeu uma única notícia da grande imprensa sobre esse caso?
O caso Alstom é apenas um dos muitos casos de corrupção que pesam sobre o partido que há quase duas décadas governa o segundo orçamento da União, o de São Paulo, que, como se sabe, é maior do que os orçamentos da maioria dos países da América Latina. Imagine o leitor o que faria a imprensa brasileira se houvesse um escândalo internacional contra o PT.
A imprensa daria ajuda inestimável ao ministério público suíço usando contra o PSDB esse “jornalismo investigativo” que descobre “provas” contra petistas e aliados toda semana. Contudo, é escandaloso o total desinteresse da imprensa brasileira sobre qualquer pedido de CPI entre as dezenas deles que hibernam nas gavetas da Assembléia Legislativa de São Paulo, que, agora se sabe, vem sendo banhada pelos impostos dos paulistas que acabam escorrendo para o setor privado através de nada mais, nada menos do que… ONGs.
É possível concluir, então, que a única forma de os governos federal, estadual e municipal serem fiscalizados pela imprensa é sendo governos petistas, pois só estes são alvos de investigação da imprensa. Essas campanhas “jornalísticas” contra ministros, com manchetes de capa e de primeira página tomando os telejornais todos os dias e com a Justiça sendo célere, só ocorrem desse jeito. Votar no PSDB, portanto, significa conceder a políticos uma espécie de licença para roubar sob as barbas da imprensa e da Justiça.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

BRASIL, A ESPERANÇA PARA IMIGRANTES ILEGAIS HAITIANOS



Rota de imigração ilegal pela região norte atrai milhares de haitianos em fuga da miséria e falta de perspectiva. Em Brasileia, no Acre, abrigo de imigrantes produz 'calamidade pública'. Capital do Amazonas, Manaus torna-se também 'capital haitiana' no Brasil, uma referência por liderar forças de paz da ONU. Tropas começam a sair em março. Najla Passos

BRASÍLIA - Brasileia é uma pequena cidade de 20 mil habitantes cravada no sul do Acre, na fronteira com a Bolívia. É bem provável que a imensa maioria dos brasileiros jamais tenha ouvido falar dela. Fora das fronteiras locais, porém, o município faz sucesso. A cidade é a porta de entrada no Brasil de uma rota de imigração ilegal de haitianos para o país.

Hoje, a cidade hospeda 810 haitianos. Uma população que, fugida de um dos lugares mais pobres do mundo, e onde o Brasil é uma referência por comandar tropas de paz das Nações Unidas, sonha com a cidadania brasileira, que lhes daria o direito de trabalhar, de estudar, de usufruir o Sistema Único de Saúde (SUS), enfim, de viver legalmente no país.

O Brasil, porém, não possui um tratado internacional que exima os haitianos de visto de permanência. Eles também não podem ser enquadrados no conceito de “refugiado”, definido pela Convenção de Genebra, que considera como tal toda pessoa obrigada a sair de seu país, sozinha ou em grupo, devido a perseguições de caráter político, racial, de gênero ou religioso.

O combustível da fuga é a miséria. E, quando cruzam a fronteira da Bolívia o Brasil, os haitianos assumem a condição de imigrantes ilegais. Uma situação que também causa problemas para autoridades públicas brasileiras.

Em Brasiléia, 600 haitianos estão hospedados em um hotel do município com despesas pagas pelo governo do Acre. Recebem duas refeições diárias, além de café da manhã. Tudo isso significa um gasto mensal de R$ 1 milhão para os cofres de um dos estados mais pobres do país. 

E este não é, nem de longe, o maior problema. “O hotel em que eles estão alojados tem capacidade para 80 pessoas e estão vivendo 800. Não há como cozinhar para tanta gente, os banheiros não comportam. Daqui a pouco, a epidemia de cólera que assola o Haiti chegará até lá”, afirma o senador acreano Aníbal Diniz (PT).

Entre os hóspedes, há 17 mulheres grávidas e crianças em idade escolar. Em Brasiléia, os sistemas públicos de educação e saúde não têm como atender tanta gente. Para conseguir documentos como CPF (Cadastro de Pessoa Física) e carteira de trabalho, precisam esperar cerca de um mês. E as perspectivas são de que o número de haitianos no município aumente cada vez mais. 

Informações da Agência Brasileira de Informação (ABIN) e da Polícia Federal (PF) revelam que há 50 haitianos do lado boliviano da fronteira aguardando uma oportunidade para entrar no país. E outros que 200 já deixaram Porto Príncipe, a capital devastada do Haiti, em direção ao Brasil.

A rota identificada pelas autoridades brasileiras mostra que, do Haiti, os imigrantes ilegais seguem para a República Dominicana, que divide a Ilha de São Domingos com o Haiti. De lá, os imigrantes vão para Equador, Peru e Bolívia, até chegar ao Acre. É operada por pessoas conhecidas como “coiotes”, participantes de uma quadrilha que os serviços policias e de inteligência do Brasil tentam desbaratar.

Na cidade amazonense de Tabatinga, tríplice fronteira com Peru e Colômbia, os haitianos também chegam em grandes grupos. Lá, não é o governo do estado que acolhe os imigrantes, mas a sociedade civil organizada, principalmente por meio do trabalho da Pastoral do Migrante, da Igreja Católica. 

Levantamento feito pelas Nações Unidas aponta que, atualmente, 1,1 mil haitianos estão na cidade. Em 2010, a Polícia Federal recebeu 476 solicitações de refúgio. Em 2011, foram 1075. Todas elas foram negadas, mas os pleiteadores conseguiram um visto humanitário. Muitos se deslocaram para Manaus, em busca de emprego. 

É justamente na capital do Amazonas que se concentra o maior número de haitianos: 3,2 mil, a maioria mantida também pelas igrejas e comerciantes locais. Também há haitianos vivendo em Rio Branco (AC), Porto Velho (RO) e São Paulo (SP). Em todo o país, 3.274 já requereram visto de permanência e 1,3 mil receberam.

Calamidade pública
A pobreza e a miséria que, historicamente, colocam o Haiti no último lugar do ranking de desenvolvimento da América Latina e Caribe dificultam a reconstrução do país, após o terremoto de 2010, que afetou a vida de 3 milhões de haitianos e matou, de imediato, 222 mil pessoas. 

“O terremoto foi terrível, mas o país já era miserável antes dele. Outros países que passam por catástrofes naturais, como Chile, conseguem se recuperar. Mas o Haiti, não”, justifica o representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Andrés Ramirez. 

Segundo ele, hoje, passados quase dois anos, o Haiti continua sofrendo os efeitos da catástrofe. “Cerca de 300 mil casas foram destruídas. Mais de um milhão de pessoas continuam vivendo em acampamentos, em condições muito precárias. Por isso, o surto de cólera no país”, afirma. 

Além disso, a violência vitima, principalmente, as mulheres. “A incidência de gravidez nos acampamentos aumentou de 4% para 12%, principalmente devido aos estupros que ocorrem durante à noite, em função das deficiências de iluminação”, denuncia. 

Andrés Rmirez relata que a violência sexual e de gênero tem justificado, inclusive, que outros países aceitem receber os haitianos como refugiados. “Os números são modestos, mas já há 57 na Argentina, 146 no Peru e um no Chile”. 

É neste contexto que os haitianos decidem deixar o país. As famílias mais abastados se organizam e enviam alguns membros pra os Estados Unidos. As de menor poder aquisitivo, agora, têm a alternativa de tentar o Brasil, que exige menos recursos e é mais seguro. Nos Estados Unidos, se descobertos, os ilegais são deportados para seus países de origem. 

“A maior parte dos imigrantes ilegais haitianos é muito bem qualificada, justamente para conseguir emprego e ajudar a sustentar os que ficaram no Haiti”, diz o presidente do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), Luiz Paulo Teles Barreto, também secretário-executivo do Ministério de Justiça.

O Brasil é ume referência também por liderar, desde 2004, as forças de paz das Nações Unidas que atuam no Haiti. O ministério da Defesa diz que as tropas brasileiras vão deixar aquele país a partir de março de 2012.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

TUDO SOBRE O DEBATE "A PRIVATARIA TUCANA E O SILÊNCIO DA MÍDIA" E O PEDIDO DA CPI

Debate realizado no Sindicato dos Bancários de SP sobre o SILÊNCIO DA MÍDIA em relação ao livro A PRIVATARIA TUCANA. Confiram os DEPUTADOS QUE ASSINARAM O PEDIDO DA CPI DA PRIVATARIA, em Brasília, lembrando que muitos deputados que assinariam o requerimento já estavam fora de Brasília no momento da entrega.

A conclusão desse debate é de que a SUJEIRA é maior do que podemos imaginar, no REINO TUCANO. O que fizeram na década de 90 é algo revoltante, SERRA, FHC, DANIEL DANTAS e outros comparsas que pretendiam vender o Brasil, além da corrupção que correu solta nesse lamaçal.

Concluímos também, que a MÍDIA GOLPISTA encobertará de todas as formas essa sujeira quem vem à tona agora, cabendo a nós, blogueiros e usuários conscientes das redes sociais, levar a informação para a sociedade e com isso fazer com que esses calhordas sejam banidos da política brasileira, nas urnas das próximas eleições. TEMOS MUITO O QUE FAZER!!! 
(Wagner Marins)
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Para Amaury Ribeiro Jr., CPI da Privataria fará livro "ficar pequeno"

Tratado como celebridade em lançamento de livro com acusações contra lideranças tucanas, jornalista defende Protógenes como relator da CPI
Publicado em 21/12/2011, 20:40Última atualização às 22:10


São Paulo – O jornalista e autor do livro "A Privataria Tucana" Amaury Ribeiro Júnior disse, no início da noite desta quarta-feira (21), que acredita que o PSDB irá reagir caso a Câmara Federal instale uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O pedido de investigação foi protocolado com 206 assinaturas para apurar as informações contidas no livro.


Recebido como celebridade, entre pedidos de  fotografia de celular e de dedicatória no livro, Amaury afirmou viver um dos períodos mais emocionantes de sua vida. Ele participou de lançamento do livro na região central da capital paulista.


O evento aconteceu no dia em que o deputado federal Delegado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) protocolou pedido de CPI da Privataria. Cerca de 400 pessoas compareceram ao local, número bastante superior à expectativa dos organizadores, em função do fim de ano.


"Calculamos mal", admitiu Altamiro Borges, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. "Assim como a Geração Editorial, subestimamos o interesse sobre o tema."A alusão foi ao fato de a tiragem inicial de 15 mil exemplares ter sido vendida no primeiro fim de semana. Outros 30 mil exemplares foram rodados para atender à demanda, segundo informações da Geração Editorial. Para o evento, um auditório para 250 expectadores havia sido reservado, mas foi necessário exibir o debate em um telão para um segundo auditório, além da transmissão via internet.


O debate foi mediado por Renata Mielli, do Barão de Itararé, e pela jornalista Maria Inês Nassif, da agência Carta Maior.O livro traz documentos e informações contra o ex-caixa de campanha do PSDB e ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil na década de 1990 Ricardo Sérgio, apontado como "artesão" dos consórcios de privatização em troca de propinas. 


Outro citado é o ex-governador paulista José Serra (PSDB), que tem familiares apontados como agentes de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos na venda de estatais.

Nocaute
"Quando peguei a 'Veja' desta semana e vi que não tinha nada (risos)... Percebi que demos um nocaute na grande imprensa, na blindagem que têm os tucanos", disse Amaury Ribeiro Júnior. A maior parte dos veículos ligados aos maiores conglomerados de comunicação do país deixou o livro de lado, ou restringiram-se a dar a versão dos acusados no livro.


"Depois de um ano de tentativas de me atacar, senti o nocaute, porque eles não responderam", disse. "Nunca pensei que a gente conseguiria fazer isso. É um trabalho que, se não fosse a blogosfera e as redes sociais... Eu não conhecia nada disso. Eles (blogueiros) se articularam", completou.


Ele afirmou ainda que acredita que "Serra vai se levantar". "Uma das características do PSDB é ter uma conexão muito forte com Polícia Federal e o Ministério Público Federal", afirmou.


A iniciativa dos tucanos, segundo o jornalista, será voltada a tentar desqualificar os autores da denúncia, como fizeram com o próprio Amaury Ribeiro Júnior e com Protógenes Queiroz. "Tentam transformar réu em herói e quem investiga em réu."


O jornalista diz sentir-se orgulhoso por mostrar que as operações de lavagem de dinheiro descritas no livro são simplórias. "É diferente de fazer o povo entender corrupção quando se acha o cofre da Lunus (caso em 2001 que envolvia a governadora do Maranhão Roseane Sarney), que dava imagem (de pilhas de dinheiro)", disse. No caso de desvios mencionados no livro, ele afirma que são "operações que pareciam sofisticadas, mas o livro consegue mostrar que não".


Relator
Sobre a CPI da Privataria, Ribeiro Júnior defendeu que, ao ser instalada, a relatoria fique a cargo de Protógenes Queiroz. "A CPI caiu na mão certa porque Protógenes é um dos maiores especialistas em inteligência financeira", elogiou.
"Se CPI for aberta, vou avisar que o que está no livro é pequeno. Vai chegar à sociedade a forma como a editora de uma grande revista e veículos de comunicação tiveram dívidas perdoadas depois da privatização", adiantou.
O deputado e autor do pedido da CPI, Delegado Protógenes Queiroz, e o jornalista e blogueiro Paulo Henrique Amorim, também participaram do debate.

VÍDEO DO DEBATE



Com assinatura de 185 deputados, pedido de CPI da Privataria é protocolado


São Paulo – O deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) entregou nesta quarta-feira (21) ao presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), o pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar irregularidades em privatizações de estatais durante o governo Fernando Henrique Cardoso. A intenção é analisar o caso a partir de documentos e informações contidas no livro "A Privataria Tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Jr., lançado no início de dezembro. Inicialmente, houve a informação de 206 assinaturas, mas após conferência o número confirmado chegou a 185, incluindo nomes do PSDB e do DEM.

Protógenes afirmou, em seu perfil no Twitter que, ainda há deputados "pendentes", que sinalizaram apoio mas ainda não assinaram. Na véspera, Protógenes havia explicado a situação à Rede Brasil Atual: "Tem colegas que estão nas suas bases, às vezes no Norte do país, ou no Sul, mas que nos ligaram e confirmaram que vão assinar nosso requerimento".

Segundo a Agência Câmara, Maia disse que as assinaturas serão conferidas pela Secretaria Geral da presidência da Casa no início de 2012, procedimento obrigatório antes da criação da CPI. No entanto, ele garantiu que vai instalar a comissão juntamente com outras duas que estão "na fila", uma sobre o tráfico de pessoas e outra, sobre trabalho escravo. Neste primeiro ano da atual legislatura, a Câmara não teve nenhuma CPI.

Maia também afirmou que a investigação sobre a "privataria" deverá dar voz aos acusados de corrupção no livro. "É (uma CPI) explosiva, com contornos claros de debate político."

Por sua vez, Protógenes disse que, apesar da proximidade das eleições municipais em 2012, a CPI não será usada para atacar adversários políticos.

A comissão deverá convocar pelo menos quatro personagens citados no livro de Ribeiro Jr.: o ex-governador de São Paulo José Serra, o ex-tesoureiro do PSDB e ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio, o banqueiro Daniel Dantas e o atual ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, do PT.

Ainda em seu perfil no Twitter, Protógenes faz paródia ao título de outro livro para festejar a entrega do requerimento à presidência da Câmara: "Vamos investigar a insustentável leveza do ter nas privatizações".

No livro, Ribeiro Jr. faz acusações contra o ex-caixa de campanha do PSDB e ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil na década de 1990 Ricardo Sérgio, apontado como "artesão" dos consórcios de privatização em troca de propinas. Outro citado é o ex-governador paulista José Serra (PSDB), que tem familiares apontados como agentes de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.

“Os deputados mais ligados ao núcleo duro do PSDB não assinaram, mas outros mais ligados ao (senador) Aécio (Neves) estão se sentindo liberados (para assinar)”, afirmou. A Carta Maior consultou Aécio Neves, que se recusou a comentar o assunto, e disse que ninguém do PSDB falou com ele sobre ser liberado para assinar a CPI e sugeriu que a Câmara "tem mais o que fazer".
Entre os deputados que assinam o pedido, de acordo com a lista divulgada, estão quatro do PSDB: Fernando Francischini (PR), Jorginho Mello (SC), Luiz Carlos (AP),  e Nelson Marchezan Junior (RS). Há ainda quatro do DEM: Efraim Filho (PB), Mendonça Prado (SE), Onyx Lorenzoni (RS) e Pauderney Avelino (AM).

Deputados que assinaram o pedido de instalação da CPI
1 ABELARDO CAMARINHA PSB SP
 2 ADEMIR CAMILO PSD MG
 3 ADRIAN PMDB RJ
 4 ALBERTO FILHO PMDB MA
 5 ALESSANDRO MOLON PT RJ
 6 ALEXANDRE LEITE DEM SP
 7 ALICE PORTUGAL PCdoB BA
 8 ALINE CORRÊA PP SP
 9 ALMEIDA LIMA PPS SE
 10 AMAURI TEIXEIRA PT BA
 11 ANDRÉ FIGUEIREDO PDT CE
 12 ANDRE MOURA PSC SE
 13 ANDRE VARGAS PT PR
 14 ÂNGELO AGNOLIN PDT TO
 15 ANGELO VANHONI PT PR
 16 ANÍBAL GOMES PMDB CE
 17 ANTHONY GAROTINHO PR RJ
 18 ANTONIO BALHMANN PSB CE
 19 ARIOSTO HOLANDA PSB CE
 20 ARNON BEZERRA PTB CE
 21 ARTUR BRUNO PT CE
 22 ASSIS CARVALHO PT PI
 23 ASSIS DO COUTO PT 23 PR
 24 ASSIS MELO PCdoB RS
 25 BETO FARO PT PA
 26 BIFFI PT MS
 27 BOHN GASS PT RS
 28 BRIZOLA NETO PDT RJ
 29 CABO JULIANO RABELO PSB MT
 30 CARLOS ZARATTINI PT SP
 31 CHICO ALENCAR PSOL RJ
 32 CHICO D’ANGELO PT RJ
 33 CHICO LOPES PCdoB CE
 34 CIDA BORGHETTI PP PR
 35 CLÁUDIO PUTY PT PA
 36 CLEBER VERDE PRB MA
 37 DANIEL ALMEIDA PCdoB BA
 38 DANILO FORTE PMDB CE
 39 DELEGADO PROTÓGENES PCdoB SP
 40 DEVANIR RIBEIRO PT SP
 41 DOMINGOS DUTRA PT MA
 42 DR. GRILO PSL MG
 43 DR. JORGE SILVA PDT ES
 44 DR. PAULO CÉSAR PSD RJ
 45 DR. ROSINHA PT PR
 46 DR. UBIALI PSB SP
 47 EDINHO ARAÚJO PMDB SP
 48 EDSON EZEQUIEL PMDB RJ
 49 EDSON SILVA PSB CE
 50 EFRAIM FILHO DEM PB
 51 ELCIONE BARBALHO PMDB PA
 52 ELIANE ROLIM PT RJ
 53 EMILIANO JOSÉ PT BA
 54 ENIO BACCI PDT RS
 55 ERIKA KOKAY PT DF
 56 EUDES XAVIER PT CE
 57 EVANDRO MILHOMEN PCdoB AP
 58 FÁTIMA BEZERRA PT RN
 59 FERNANDO FERRO PT PE
 60 FERNANDO FRANCISCHINI PSDB PR
 61 FERNANDO MARRONI PT RS
 62 FRANCISCO ARAÚJO PSD RR
 63 FRANCISCO ESCÓRCIO PMDB MA
 64 FRANCISCO PRACIANO PT AM
 65 GABRIEL GUIMARÃES PT MG
 66 GERALDO SIMÕES PT BA
 67 GIACOBO PR PR
 68 GIVALDO CARIMBÃO PSB AL
 69 GLAUBER BRAGA PSB RJ
 70 GONZAGA PATRIOTA PSB PE
 71 HENRIQUE FONTANA PT RS
 72 HENRIQUE OLIVEIRA PR AM
 73 IRACEMA PORTELLA PP PI
 74 IVAN VALENTE PSOL SP
 75 IZALCI PR DF
 76 JAIR BOLSONARO PP RJ
 77 JANDIRA FEGHALI PCdoB RJ
 78 JANETE CAPIBERIBE PSB AP
 79 JANETE ROCHA PIETÁ PT SP
 80 JÂNIO NATAL PRP BA
 81 JEAN WYLLYS PSOL RJ
 82 JÔ MORAES PCdoB MG
 83 JOÃO ANANIAS PCdoB CE
 84 JOÃO PAULO CUNHA PT SP
 85 JOÃO PAULO LIMA PT PE
 86 JORGINHO MELLO PSDB SC
 87 JOSÉ DE FILIPPI PT SP
 88 JOSÉ GUIMARÃES PT CE
 89 JOSÉ MENTOR PT SP
 90 JOSE STÉDILE PSB RS
 91 JOSEPH BANDEIRA PT BA
 92 JOSIAS GOMES PT BA
 93 KEIKO OTA PSB SP
 94 LAERCIO OLIVEIRA PR SE
 95 LAUREZ MOREIRA PSB TO
 96 LEONARDO MONTEIRO PT MG
 97 LINCOLN PORTELA PR MG
 98 LOURIVAL MENDES PTdoB MA
 99 LUCI CHOINACKI PT SC
 100 LUCIANA SANTOS PCdoB PE
 101 LUCIANO CASTRO PR RR
 102 LUIZ ALBERTO PT BA
 103 LUIZ CARLOS PSDB AP
 104 LUIZ COUTO PT PB
 105 LUIZ NOÉ PSB RS
 106 LUIZA ERUNDINA PSB SP
 107 MANATO PDT ES
 108 MANUELA D’ÁVILA PCdoB RS
 109 MARCELO MATOS PDT RJ
 110 MÁRCIO MACÊDO PT SE
 111 MARCON PT RS
 112 MARCOS MEDRADO PDT BA
 113 MARCOS ROGÉRIO PDT RO
 114 MARINA SANTANNA PT GO
 115 MARLLOS SAMPAIO PMDB PI
 116 MAURÍCIO QUINTELLA LESSA PR AL
 117 MAURO BENEVIDES PMDB CE
 118 MAURO LOPES PMDB MG
 119 MENDONÇA PRADO DEM SE
 120 MIRIQUINHO BATISTA PT PA
 121 MIRO TEIXEIRA PDT RJ
 122 NAZARENO FONTELES PT PI
 123 NELSON BORNIER PMDB RJ
 124 NELSON MARCHEZAN JUNIOR PSDB RS
 125 NELSON MARQUEZELLI PTB SP
 126 NELSON PELLEGRINO PT BA
 127 NEWTON LIMA PT SP
 128 ONOFRE SANTO AGOSTINI PSD SC
 129 ONYX LORENZONI DEM RS
 130 OSMAR JÚNIOR PCdoB PI
 131 OSMAR SERRAGLIO PMDB PR
 132 PADRE JOÃO PT MG
 133 PADRE TON PT RO
 134 PASTOR MARCO FELICIANO PSC SP
 135 PAUDERNEY AVELINO DEM AM
 136 PAULO FEIJÓ PR RJ
 137 PAULO FOLETTO PSB ES
 138 PAULO FREIRE PR SP
 139 PAULO PIMENTA PT RS
 140 PAULO RUBEM SANTIAGO PDT PE
 141 PAULO WAGNER PV RN
 142 PEDRO UCZAI PT SC
 143 PEPE VARGAS PT RS
 144 PERPÉTUA ALMEIDA PCdoB AC
 145 POLICARPO PT DF
 146 PROFESSOR SETIMO PMDB MA
 147 RAIMUNDÃO PMDB CE
 148 REBECCA GARCIA PP AM
 149 REGINALDO LOPES PT MG
 150 REGUFFE PDT DF
 151 RENAN FILHO PMDB AL
 152 RICARDO BERZOINI PT SP
 153 RICARDO IZAR PSD SP
 154 ROGÉRIO CARVALHO PT SE
 155 ROMÁRIO PSB RJ
 156 RONALDO FONSECA PR DF
 157 RONALDO ZULKE PT RS
 158 RUBENS BUENO PPS PR
 159 RUBENS OTONI PT GO
 160 SANDES JÚNIOR PP GO
 161 SANDRO ALEX PPS PR
 162 SEBASTIÃO BALA ROCHA PDT AP
 163 SEVERINO NINHO PSB PE
 164 SIBÁ MACHADO PT AC
 165 SILVIO COSTA PTB PE
 166 SUELI VIDIGAL PDT ES
 167 TAUMATURGO LIMA PT AC
 168 TIRIRICA PR SP
 169 VALDEMAR COSTA NETO PR SP
 170 VALMIR ASSUNÇÃO PT BA
 171 VANDER LOUBET PT MS
 172 VANDERLEI SIRAQUE PT SP
 173 VICENTE CANDIDO PT SP
 174 VICENTINHO PT SP
 175 VIEIRA DA CUNHA PDT RS
 176 WALDENOR PEREIRA PT BA
 177 WALTER TOSTA PSD MG
 178 WASHINGTON REIS PMDB RJ
 179 WELITON PRADO PT MG
 180 WELLINGTON FAGUNDES PR MT
 181 WEVERTON ROCHA PDT MA
 182 WILSON FILHO PMDB PB
 183 WOLNEY QUEIROZ PDT PE
 184 ZÉ GERALDO PT PA
 185 ZOINHO PR RJ

FONTE:  http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/2011/12/para-amaury-ribeiro-jr.-cpi-da-privataria-fara-livro-ficar-pequeno