segunda-feira, 26 de março de 2012

MANIFESTO CONTRA A "PRIVATARIA (TAMBÉM) DA CULTURA"


Venha se manifestar contra a privataria da Cultura!

Ato acontece no dia 3 de abril, terça-feira, no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo. Entidades denunciam desmonte geral da rádio e TV Cultura, defendem retomada de programas extintos, democratização do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, pluralismo, diversidade na programação e uma política transparente e democrática para abertura à programação independente.

As rádios e a TV Cultura de São Paulo se consolidaram historicamente como uma alternativa aos meios de comunicação privados. As rádios AM e FM ficaram conhecidas pela excelente programação de música popular brasileira e de música clássica. A televisão criou alguns dos principais programas de debates de temas nacionais, como o Roda Viva e o Opinião Nacional, e constituiu núcleos de referência na produção de programas infantis e na de musicais, como o Ensaio e o Viola, Minha Viola. As emissoras tornaram-se, apesar dos percalços, um patrimônio da população paulista.

Contudo, nos últimos anos, a TV e as rádios Cultura estão passando por um processo de desmonte e privatização, com a degradação de seu caráter público. Esse e outros fatos se destacam:

- mais de mil demissões, entre contratados e prestadores de serviço (PJs);

- extinção de programas (Zoom, Grandes Momentos do Esporte, Vitrine, Cultura Retrô, Login) e tentativa de extinção do Manos e Minas;

- demissão da equipe do Entrelinhas e extinção do programa, sem garantias de que ele seja quadro fixo do Metrópolis;

- aniquilação das equipes da Rádio Cultura e estrangulamento da equipe de jornalismo;

- enfraquecimento da produção própria de conteúdo, inclusive dos infantis;

- entrega, sem critérios públicos, de horários na programação para meios de comunicação privados, como a Folha de S.Paulo;

- cancelamento de contratos de prestação de serviços (TV Justiça, Assembleia e outros);

- doação da pinacoteca e biblioteca;

- sucateamento da cenografia, da marcenaria, de maquinaria e efeitos, além do setor de transportes.


Pela sua composição e formato de indicação, o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta não tem a independência necessária para defender a Cultura das ações predatórias vindas de sua própria presidência. Mesmo que tivesse, sobre alguns desses pontos o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta sequer foi consultado.

Não podemos deixar esse patrimônio do povo de São Paulo ser dilapidado, vítima de sucateamento promovido por sucessivas gestões sem compromisso com o interesse público, seriamente agravado na gestão Sayad.

Nesse momento, é preciso afirmar seu caráter público e lutar pelos seguintes pontos:

- Contra o desmonte geral da rádio e TV Cultura e pela retomada dos programas.

- Em defesa do pluralismo e da diversidade na programação.

- Por uma política transparente e democrática para abertura à programação independente, com realização de pitchings e editais.

- Pela democratização do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta


ATO CONTRA A PRIVATARIA DA CULTURA

3 de abril, terça-feira, às 19h

Sindicato dos Engenheiros de São Paulo

Rua Genebra, 25 – Centro (ao lado da Câmara Municipal)


Gilberto Maringoni
Hamilton Octavio de Souza
Ivana Jinkings
Joaquim Palhares – Carta Maior
Laurindo Lalo Leal Filho
Luiz Carlos Azenha – blog Vi o Mundo
Luiz Gonzaga Belluzzo
Renato Rovai – Revista Fórum e Presidente da Altercom
Rodrigo Vianna – blog Escrevinhador
Wagner Nabuco – Revista Caros Amigos
Emir Sader
Flávio Aguiar

Altercom - Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação

Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

CUT – Central Única dos Trabalhadores

Frente Paulista pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação

Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social



FONTE: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19836

quinta-feira, 8 de março de 2012

HADDAD ELENCA DESAFIOS DA CIDADE DE SÃO PAULO

Convidado do MB em Debate Especial, pré-candidato à prefeitura destacou também avanços
obtidos pelo ministério da Educação nos governos Lula e Dilma

São Paulo - Espaço de cidadania, o MB em Debate Especial, programa de webtv do Sindicato, proporcionou aos bancários a oportunidade de debater os problemas da cidade de São Paulo e conhecer um pouco dos projetos implantados pelo ex-ministro da Educação e pré-candidato a prefeitura Fernando Haddad. O programa, comandado pela presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, foi transmitido ao vivo na noite desta terça-feira dia 6.

Haddad destacou os avanços obtidos pelo ministério da Educação nos governos Lula e Dilma e os desafios de solucionar os problemas da maior cidade do país. “Historicamente pouco se investia em educação no nosso país. O governo Lula mudou esse panorama e praticamente quadruplicou o orçamento contemplando todos níveis”, disse.

O ex-ministro lembrou que para capital paulista foram direcionadas mais de 100 mil bolsas do Prouni (programa que garante financiamento para jovens estudarem em universidades particulares). “Já são mais de 200 mil diplomados pelo programa e, além disso, dobramos também as vagas nas universidades federais”, afirmou, ressaltando que o programa é intraorçamento, ou seja, é uma troca de tributos por bolsas que já chega a mais de um milhão em todo o Brasil.

Haddad destacou também a criação do piso nacional para professores, que ainda não conseguiu atingir todos os estados e municípios e fez uma comparação de quando Getúlio Vargas criou o salário mínimo. “Na época, nem todos cumpriam o valor estabelecido, mas com o tempo todos passaram a adotar. O processo com o piso nacional dos professores é a mesma coisa, com o passar dos anos todos vão se habituar a cumprir”, afirmou, salientando que sem professor não há bons profissionais. “Se essa categoria não for valorizada, não temos futuro.”

O pré-candidato explicou que a União multiplicou por dez o que aporta no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), para que não haja desculpa para o não pagamento do piso. “Passamos de R$ 1 milhão para R$ 10 milhões.”

Convidados – Além dos bancários que puderam fazer perguntas ao convidado especial, o programa abriu espaço também para agentes da sociedade que abordaram questão de interesse da cidade de São Paulo.

Por meio de um vídeo gravado, o Padre Júlio Lancelotti questionou o pré-candidato à prefeitura sobre qual espaço os moradores de rua terão num eventual governo de Haddad.

O ex-ministro criticou a atual política do atual prefeito Gilberto Kassab de fechar os albergues da região central e espalhar para os bairros periféricos e propôs investimentos em moradia. “O morador de rua está em busca de uma atividade econômica. E aqui no centro está concentrada essa atividade. Ao espalhar os albergues pelos bairros periféricos, essa alternativa é retirada dele. A solução é investir em moradia, coisa que atualmente não se faz em São Paulo.” O município, inclusive, teve de devolver recursos não aplicados em habitação. “Foram construídas somente 7 mil moradias em sete anos. Há 20 mil famílias recebendo bolsa aluguel e nenhuma construção programada”, relatou  Haddad. E lembrou de projetos criados na gestão petista de Marta Suplicy, que cuidavam da população de rua e foram abandonados, como o Boracéia. “Um projeto de grande generosidade, exemplar, com uma visão humanitária.”

O blogueiro Eduardo Guimarães também participou do programa e chamou de insana a política social de Kassab, criticando especialmente a expulsão dos doentes da cracolândia. Haddad respondeu que a ação foi descoordenada – só polícia, sem agentes de saúde – e lembrou que um problema que existe há mais de 20 anos quiseram resolver em 20 dias.

A presidenta do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo, Irene Batista Paula, mencionou, em sua pergunta, a falta de diálogo do atual prefeito com o funcionalismo. Haddad ressaltou a experiência positiva que teve à frente do ministério da Educação, com a manutenção de negociações permanentes com os servidores federais. “Construímos dinâmica de bom relacionamento e respeito.”


Mobilidade – A questão do transporte público e da mobilidade urbana foi ressaltada durante o programa. “O tempo médio de deslocamento na cidade é de cerca de duas horas e meia. Esse é um dos problemas que mais afetam a qualidade de vida dos bancários”, disse Juvândia, lembrando que São Paulo tem a tarifa de ônibus mais cara do país e o terceiro maior orçamento – perdendo somente para a União e o estado de SP.

Haddad informou que com o ritmo atual de investimentos em metrô, por exemplo, São Paulo vai demorar cerca de 65 anos para chegar à malha da Cidade do México, atualmente com 202 km, e já não tem trânsito bom. E sugeriu a retomada dos investimentos em transporte multimodal, ou seja, uma combinação entre os diversos meios de locomoção como corredores de ônibus, metrô e ciclovias. “A atual gestão abandonou os investimentos em corredores de ônibus. A cidade de São Paulo não está equilibrada em relação à locomoção.”

O pré-candidato à prefeitura também criticou a falta de creches – são 164 mil crianças desassistidas, apesar de ser um dos compromissos de campanha de Kassab zerar esse déficit. “Isso não é visto pela atual administração com o devido caráter de urgência.”

Nas considerações finais a presidenta Juvandia Moreira fez um histórico da luta dos bancários em relação às portas de segurança e das ações do Sindicato na esfera municipal e estadual – quando encampou projetos de lei na Câmara de Vereadores e na Assembleia Legislativa, que obrigariam as instituições financeiras a implantar o equipamento de segurança. O projeto foi vetado pelo prefeito Kassab e pelo governador Serra. Haddad se comprometeu a estudar a questão de interesse da categoria e se colocou à disposição para novos debates.

AS ORIGENS E A COMEMORAÇÃO DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER



Recuperar o histórico do Dia Internacional das Mulheres como parte da luta social, como inegável ponto de intersecção entre a luta das trabalhadoras, do movimento socialista e da luta feminista, evidencia o caráter político dessa comemoração e ao  mesmo tempo, retoma historicamente o esforço das militantes socialistas em construir uma dinâmica de organização e luta específica das mulheres. A história evidencia a resistência  – e mesmo o rechaço – de setores do movimento socialista à perspectiva de organização das mulheres, alicerçada na recorrente incompreensão do direito das mulheres à igualdade no mundo público (ao trabalho e à participação política), contrastando com a realidade da sua presença no trabalho agrícola e no proletariado industrial. Já fortemente marcado pela divisão sexual do trabalho. Em diversos setores, a mão de obra feminina era mesmo majoritária. Difícil seria pensar na organização da luta revolucionária sem a participação das trabalhadoras.

No entanto, duas lógicas aparentemente contraditórias se complementam – o impulso para a presença das mulheres no mercado de trabalho e o reforço do seu lugar na família. A exploração capitalista não destrói a estrutura familiar, como inicialmente imaginaram os pensadores marxistas. E o movimento sindical predominantemente masculino, apoiou e reforçou o papel da família operária e o lugar ideal das mulheres como donas de casa e mães de família. A contradição entre reivindicações de melhoria nas condições de trabalho muitas vezes se apoiou na restrição aos direitos das mulheres ao trabalho, alimentando uma lógica de organização do mercado de trabalho, legitimada durante décadas, que considerava “natural” a demissão de mulheres ao se casarem, ou a existência de profissões consideradas “adequadas” ao padrão de feminilidade imposto. São alguns mecanismos de controle da exploração dos trabalhadores em seu conjunto, e das mulheres em particular, que favorecem os trabalhadores do sexo  masculino reforçando a desigualdade entre mulheres e homens.

Após sua aprovação na Segunda Conferência de Mulheres Socialistas em 1910, inspirada no Woman’s Day (Dia da Mulher) organizado pelas socialistas dos Estados Unidos, as comemorações de um dia internacional das mulheres organizadas pelas militantes socialissta ocorrem em dias diferentes a cada ano nos distintos países. O livro nos relata a história dessas comemorações, orientadas prioritariamente para reivindicação do direito de voto, sem a definição de um dia específico para sua realização entre os anos 1911 e 1920. Foram as manifestações das mulheres na Rússia, no dia 8 de março de 1917 (23 de fevereiro segundo o antigo calendário russo) que motivaram a escolha do dia 8 de março como data comum para comemoração do Dia Internacional das Mulheres, alguns anos depois. A confluência das comemorações do Dia Internacional das Mulheres com a greve das operárias têxteis e a revolta das mulheres com a escassez de alimentos foi o estopim da Revolução de Fevereiro de 1917 na Rússia. O tento de 1920 de Kollontai, publicado neste livro, descreve a mobilização das mulheres:

Em 1917, no dia 8 de março (23 de fevereiro), no Dia das Mulheres Trabalhadoras, elas saíram corajosamente às ruas de Petrogrado. As mulheres – algumas eram trabalhadoras, outras mulheres de soldados –reivindicaram “Pão para nossos filhos” e “Retorno dos nossos maridos das trincheiras”. Nesse momento decisivo, o protesto das mulheres trabalhadoras era tão ameaçador que mesmo as forças de seguranças tzaristas não ousaram tomar as medidas usuais contra as rebeldes e observavam atônitas o mar turbulento da ira do povo. O Dia das Mulheres Trabalhadoras de 1917 tornou-se memorável na história. Nesse dia as mulheres russas ergueram a tocha da revolução proletária e incendiaram todo o mundo. A revolução de fevereiro se iniciou a partir desse dia.

Da mesma forma Trotski relata o início da revolução em A história da Revolução russa (Capítulo 7), enfatizando que as mobilizações das mulheres passaram por cima do receio das direções partidárias que consideravam que as condições para um movimento grevista não estavam dadas:

O dia 23 de fevereiro era o Dia Internacional da Mulher. Os círculos social-democrata tencionavam festejá-lo segundo as normas tradicionais: reuniões, discursos, manifestos. Na véspera ainda ninguém poderia supor que o dia da Mulher pudesse inaugurar a Revolução. Nenhuma organização preconizara greves para aquele dia (...) Tal foi a linha de conduta preconizada pelo Comitê, nas vésperas do dia 23, e parecia ter sido aceita por todos. No dia seguinte, pela manhã, apesar de todas as determinações, as operárias têxteis de diversas fábricas abandonaram o trabalho e enviaram delegadas aos metalúrgicos, solicitando-lhes que apoiassem a greve. Foi “contra a vontade”, escreve Kayurov, que os bolcheviques entraram na greve, secundados pelos mencheviques e socialistas-revolucionários. Vistos tratar-se de uma greve de massas, não havia outro remédio senão fazer com que todos descessem à ruae tomar a frente do movimento (...) ninguém, absolutamente ninguém –podemos afirmar categoricamente baseando-se em todos os documentos consultados – supunha que o dia 23 de fevereiro marcaria o início de um assalto decisivo contra o absolutismo.

A mobilização das mulheres respondia a mais de uma motivação. E detonava a insatisfação exacerbada pelo longo período de opressão e guerra. Como já mencionara Kollontai, para a mobilização das mulheres nas ruas confluíram as grevistas do setor têxtil, as imensas filas para a distribuição de pão, as mulheres familiares dos soldados do exército – chamadas de soldatiki – explodindo uma revolta acumulada contra a repressão do regime tzarista intensificada pela guerra. A revolta se estendeu por vários dias, ganhando, cada vez mais um caráter de greve geral e de luta política. O relato de Trotski pontua com detalhes a iniciativa das mulheres:

É evidente pois que a Revolução de Fevereiro foi iniciada pelos elementos de base, que ultrapassaram a resistências de suas próprias organizações revolucionárias, e que esta iniciativa foi tomada espontaneamente pela camada proletária mais explorada e oprimida que as demais – as operárias da indústria têxtil, entre as quais, deve-se supor, estavam incluídas numerosas mulheres de soldados. O impulso decisivo originou-se das intermináveis esperas nas portas das padarias. O número de grevistas, mulheres e homens, orçou, neste dia, por volta de 90 mil. (...) Uma multidão de mulheres, nem todas operárias, dirigiu-se à Duma Municipal, pedindo pão. Era o mesmo que pedir água a uma pedra. Em outras partes da cidade foram desfraldadas bandeiras vermelhas cujas inscrições atestavam que os trabalhadores exigiam pão, mas que também não queriam mais a autocracia nem a guerra. O Dia da Mulher foi bem sucedido, cheio de entusiasmo e sem vítimas. Anoitecera e nada revelava ainda o que esse dia trazia em suas entranhas.

Foi para relembrar a ação das mulheres na história da Revolução Russa que o Dia Internacional das Mulheres passou a ser comemorada de forma unificada no dia 8 de março. A decisão de unificação da data foi tomada na Conferência de Mulheres Comunistas, coincidindo com o Congresso da Terceira Internacional, realizado em Moscou, em 1921. Parte dessa história, entretanto, ficou esquecida durante vários anos. (...)
Quando novamente ganharam fôlego as comemorações, após os anos 1960, muitas versões se contaram, se confundiram, se criaram e os acontecimentos e motivações que deram origem ao Dia Internacional das Mulheres, ao 8 de Março ficaram submersos. Quantas de nós já não ouvimos, e repetimos, que a origem do 8 de Março está vinculada a um incêndio que causou a morte de uma centena de operárias...! Um incêndio que de fato existiu, acontecimento trágico e marcante nos Estados Unidos, mas cuja história se vincula à proposição de um dia de luta das mulheres e, tampouco, à definição da data de sua comemoração. (...)

Ao se completar um século desde que as mulheres socialistas reunidas em Copenhague aprovaram a proposta do Dia internacional da Mulheres, a recuperação histórica do significado dessa data é uma contribuição importante para a reflexão sobre o que é constitutivo na luta feminista: a afirmação, cada vez mais, da autonomia e soberania das mulheres e de que a igualdade entre os sexos tem que ser parte fundamental de todos os processos de transformação. Esse é o lugar do 8 de Março na longa jornada das mulheres: reafirmar que sem socialismo não há feminismo, sem feminismo não há socialismo.
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Fonte: As Origens e a Comemoração do Dia Internacional das Mulheres de Ana Isabel Álvares González. 1ª ed. São Paulo: Expressão Popular: SOF – Sempreviva Organização Feminista, 2010.

Texto extraído de parte da apresentação do livro por Nalu Faria, Coordenadora do SOF – Sempreviva Organização Feminista

Pesquisa: Ana Paula Perciano 

quinta-feira, 1 de março de 2012

MARÇO, O MÊS DE LUTAS DAS MULHERES!

NENHUM DIREITO A MENOS, 
NOSSA LUTA É PELA IGUALDADE!

Igualdade de oportunidades e de direitos para um desenvolvimento sustentável, com distribuição de renda e valorização do trabalho.


Marcha das Margaridas, realizada em 2011 (Foto: Dino Santos)


8 de Março – Dia Internacional da Mulher

Dia 8 de março é o Dia Internacional da Mulher. É uma data de luta marcada por bandeiras feministas em defesa da igualdade entre homens e mulheres! Em 1910, a alemã Clara Zetkin propôs, na 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, a criação do Dia Internacional da Mulher, celebrado inicialmente em datas diferentes, de acordo com o calendário de lutas de cada país. A ação das operárias russas no dia 8 de março de 1917, precipitando o início das ações da Revolução Russa, é a razão mais provável para a fixação desta data como o Dia Internacional da Mulher.

Com a revolução, muitos direitos foram conquistados, como o voto e elegibilidade feminina. Em 1922, a celebração internacional foi oficializada nesta data e o 8 de Março se transformou no símbolo da participação ativa das mulheres para transformarem sua condição e a sociedade, em busca de um mundo justo, solidário, fraterno e com igualdade entre homens e mulheres.



Adi dos Santos Lima e Sônia Auxiliadora Vasconcelos Silva
Nenhum direito a menos – nossa luta é pela igualdade! A frase, escolhida para marcar este 8 de março, dia e mês das mulheres, não poderia ser mais abrangente. Se o gênero difere, idêntica é a luta por reconhecimento e respeito, a busca pela justiça e a construção de um País sem desigualdade. Para que isso de fato ocorra, porém, é preciso começar da origem: exercitar a cada dia a igualdade entre homens e mulheres e acabar com o preconceito a partir de casa, dividindo tarefas e somando esforços para o florescimento de uma geração que privilegie o ser humano, independentemente de seu gênero, raça, opção sexual, etc.
Difícil, sim, mas plenamente possível. As mulheres conhecem bem as dificuldades dessa luta. Conquistaram os estudos, o mercado de trabalho e o respeito profissional, mas ainda ganham menos. Podem controlar a natalidade e devem ter o direito a tomar decisões sobre sua vida com autonomia, o que pressupõe o direito de decidir sobre o seu próprio corpo sem que seja criminalizada. Muitas vezes, se desejam ter filhos, sofrem com a falta de creches e, muitas vezes, sobre elas recai todo o trabalho da criação das crianças e organização da casa.
Apesar de avanços com a lei Maria da Penha, muitas ainda sofrem com a violência doméstica. Mesmo nos grandes centros urbanos, são ainda as meninas as principais vítimas do trabalho escravo e da exploração sexual.
Há um longo caminho na busca da igualdade de oportunidades e de direitos para as mulheres. Ele passa, necessariamente, pela distribuição de renda e valorização do trabalho, pela equiparação salarial para trabalho igual; redução da jornada sem cortes nos salários, ascensão a cargos de poder em todas as instâncias. Temos a primeira presidenta da República e nos orgulhamos dela, mas queremos que a alternância entre presidentas e presidentes seja a regra, não a exceção.
É necessário também a urgente implementação de políticas públicas voltadas para as mulheres, como creches; ampliação de direitos para as empregadas domésticas; saúde pública, universal, integral e laica, tendo como foco o acolhimento, o atendimento qualificado e o acesso aos serviços públicos numa rede integrada com atenção adequada em todos os níveis e com controle social.
São Paulo pode e deve ser protagonista do desenvolvimento econômico com base na renovação das suas estruturas produtivas, com políticas que promovam a justiça social e a geração de emprego e renda, atuando como provedor de serviços públicos universais e de qualidade, com bases sociais e ambientais sustentáveis.
Infelizmente, não é essa a política implantada pelo governo do Estado. Convivemos nas duas últimas décadas sob a hegemonia de governos neoliberais e o que vemos é o sucateamento da máquina pública, cujo resultado tem sido a piora nos serviços prestados à população, sobretudo para os de menor renda, no qual a maioria são mulheres. Portanto, são elas que mais sofrem com a total ausência de políticas públicas.
Igualdade de oportunidades e de direitos para um desenvolvimento sustentável, com distribuição de renda e valorização do trabalho. Uma luta de muitas frentes, a ser enfrentada por homens e mulheres que buscam um mundo melhor e sabem que a solidariedade e o companheirismo ainda são a melhor parte dessa caminhada.         

Adi dos Santos Lima é presidente da CUT-SP
Sônia Auxiliadora Vasconcelos Silva é secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SP


ATO UNIFICADO NO DIA 8 DE MARÇO – DIA INTERNACIONAL DE LUTA DA MULHER 
A PARTIR DAS 14H – CONCENTRAÇÃO NA PRAÇA DA SÉ E CAMINHADA ATÉ A PRAÇA DA REPÚBLICA


Acompanhe a agenda do Mês da Mulher
no Estado de São Paulo

SINTRAPP – Sindicato dos Municipais de Presidente Prudente e Região:

Dia 03/03, 8h30, em Nantes. Palestra: DST - Renata Soares de Souza, no Salão Capela São Sebastião – Município de Nantes.
Dia 10/03, 17h00, em Nantes. Ato político em Homenagem ao Dia da Mulher Praça Nossa Senhora Aparecida, em Nantes – SP.
Dia 18/03, 15h00, em Presidente Prudente - Festividade do Dia da Mulher / Chá Bingo. Local: Salão Social da APEA - Associação Prudentina de Esportes Atléticos, em Presidente Prudente – SP.

Sindipetro Unificado do Estado de São Paulo

Dia 03/03, 1º Encontro das Mulheres Petroleiras do Estado de São Paulo, com mesa de abertura às 9h, na sede do Sindicato.

FETAM

Dia 08 de Março, 10h, no Sindsep-SP - Lançamento do Coletivo de Mulheres

SINDSAÚDE SP

Dia 09/03, a partir das 09h, na sede do Sindicato – Rua Cardeal Arco Verde, 119 – Tema: Paridade sem Exceção! Durante todo o mês, realização de palestras nas 17 Subsedes.

Apeoesp / Penápolis

Dia 07 de Março realização de um café da tarde para poder celebrar o Dia Internacional das Mulheres junto ao conselho municipal dos direitos das mulheres de Penápolis, às 17h, na sala Cora Coralina.

Apeoesp / Pereira Barreto

Panfletagem dia 08/03

Apeoesp / Campinas

Dia 06/03, 11h30, no Sindicato dos Bancários (Rua Ferreira Penteado): Encontro de Representantes de Escola e Palestra: “A mulher no mundo do Trabalho”.

Apeoesp Sede Central / Secretaria da Mulher

2ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres Educadoras que será realizada na 2ª quinzena de abril.

CUT Subsede Araçatuba

Dia 08/03 em Andradina / Penápolis / Araçatuba / Lins / Mirandópolis / Pereira Barreto - panfletagens com o material da CUT/São Paulo

CUT Subsede Vale do Ribeira – Centro de Referencia de Atendimento a Mulher de Registro e Pastoral da Mulher

Dia 08/03, a partir das 18h, no Anfiteatro KKKK em Registro: posse do 1º Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Registro com atividades culturais e palestra sobre o Dia Internacional da Mulher, importância do Conselho e da luta das mulheres pelos direitos

CUT Subsede Osasco

Dia 08/03, 09h - Atividade na CUT - Subsede Osasco - Mulheres Cutistas; 09/03, 19h - panfletagem no Calçadão de Osasco; 10/03, 18h - Atividade e Show com Leci Brandão em Osasco (Parceria em comemoração Osasco 50 Anos)

Fórum Estadual das 30 Horas Já! 

Dia 08/03, das 09h às 13h, Audiência Pública na ALESP: Av. Pedro Álvares Cabral, 201 / SP, Auditório Franco Montoro. Tema: “Condição do Trabalho Feminino na Enfermagem”.

CUT de Jundiaí

Dia 08 de março, 09h, Dia Internacional da Mulher com show e entrega de material, no calçadão, centro de Jundiaí

CUT SUBSEDE SOROCABA e Sindicatos filiados

Dia 08/03, manhã e tarde, distribuição de carta aberta direcionada aos homens sobre o combate a violência contra a mulher e dia 09/03, às 19h, no Sindicato dos Metalúrgicos, debate sobre o tema: Lei Maria da Penha e o Combate a Violência contra as Mulheres

SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO ABC 

Dia 08/03, entrega de lembrança para a categoria e mobilização para as eleições do sindicato que acontecerão de 2 a 4 de abril/2012

Coletivo de Mulheres da Subsede CUT Campinas e Região e Sindicatos filiados

Dia 10 de Março, Ato das Mulheres com a participação de Movimentos Sociais, Movimentos Populares e Centrais Sindicais.  Oficina das 09h00 às 12h00, em frente ao Largo da Catedral, seguida de caminhada até a Estação Cultura com encerramento do ato.

Afuse Macro Itaquera

Dia 10/03, 09h30, debate político: “Mais poder para as Mulheres, Mais mulheres no Poder!” Local: Subsede Afuse – Rua Inácio Alves de Matos, 201 - Itaquera

SIND. QUIMICOS SP

Dia 11 de março, das 10h às 17h, na sede do sindicato - Rua Tamandaré, 348 – Liberdade. Debate: Mesa 1 – Avanços e Desafios  na Luta pela Igualdade de Oportunidades; Mesa 2 – A Luta das Trabalhadoras Domésticas: Trabalho Decente e Ratificação da Convenção 189 da OIT. Encerramento às 16h com show da cantora Juliana Lima com repertório exaltando a mulher.

SIND. BANCÁRIOS DE SP - FETEC/SP – OBSERVATÓRIO DA MULHER

Dia 21/03, 18h, na Fetec - Seminário Imagem da Mulher na Mídia. INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: 3188-5208

AFUSE

Dia 23/03, Seminário Anual Comunicação e Expressão em todas as Subsedes do Estado de São Paulo - Primeiro Módulo que abrange o tema Comunicação e Prática Sindical voltado para questão de gênero. 

SINDICATO DOS VIDREIROS DE SÃO PAULO

Dias 24 e 25 de março, evento com palestra, na Colônia de Férias em Praia Grande / SP

SINTEPS 

Dia 28/03/2012, 14h, Lançamento Regional do Forum Mundial de Educação Profissional e Tecnológico na Alesp/SP com homenagem pelo Dia Internacional da Mulher

Coletivo de Mulheres da CUT SUBSEDE ABC

Dia 29 de Março, das 10h às 14h, Debate Humanização do atendimento das mulheres vitimas de violência. Local: Consorcio Intermunicipal do ABC

SIND. QUIMICOS ABC

Dia 30 de março, às 18h, na sede do Sindicato – Av. Lino Jardim, 401, Santo André/SP, lançamento da revista: “10 anos da Comissão de Mulheres Químicas do ABC”

Sindicatos dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo filiados à CUT

Salto
dia 10 de março realizará “Festa baile para a categoria em homenagem ao Dia das Mulheres”, na sede do sindicato das 21:00 às 03:00 – Rua Antonio Vendramini, 258 – Vila Teixeira - Salto.
São Carlos
“As lutas e os Desafios das mulheres metalúrgicas”
Dia 18/03/12 das 09:00 às 13:00 no Clube de Campo – terá atividade física, palestra sobre (Saúde e Direitos da Mulher) e encerramento com show musical.
Sorocaba
Debate e encerramento com almoço
11/03 – das 09:00 às 14:00 – Subsede Iperó
18/03 – das 09:00 às 14:00 – Subsede Araçariguama
25/03 – das 09:00 às 14:00 – Subsede Piedade

SINDICATO DE PROFISSIONAIS EM CONFECÇÕES DO ABC

Realização de palestras nas empresas pautando o eixo do Dia Internacional da Mulher