Dia 8 de março é o Dia Internacional da Mulher. É uma data marcada por manifestações que empunham bandeiras feministas em defesa da igualdade entre homens e mulheres!
A ideia de criar uma data internacional para celebrar as lutas e conquistas das mulheres surgiu em 1910, na II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas. A definição do dia 08 de março ocorreu em 1921, na Conferência Internacional das Mulheres Comunistas, em homenagem às operárias russas que, neste dia, em 1917, realizaram uma greve geral contra a fome, a guerra e o czarismo, e que impulsionaram o processo que culminou na revolução russa. A data foi oficializada a partir de 1922, simbolizando o conjunto de ações de mulheres que, cotidianamente, lutam por transformações no mundo do trabalho e na sociedade.
Ainda hoje, mais de 100 anos após a primeira celebração, muitas são as lutas que precisamos encarar para construir uma sociedade livre do machismo e com igualdade entre todos e todas!
A presença das mulheres no mercado de trabalho cresce ano a ano em nosso país. Contudo, a discriminação no acesso e no cotidiano ainda permanece.
As mulheres ganham menos que os homens pelo mesmo trabalho (e têm, em média, mais tempo de estudo), representam 70% dos excluídos/as da previdência social e são a maioria entre os desempregados/as.
As mulheres são também maioria absoluta no mercado informal (aquele sem carteira assinada, sem direitos, nem regulação). Por exemplo: as mulheres jovens pobres têm o trabalho doméstico como possibilidade de primeiro emprego, trabalho praticado, na maioria das vezes, sem nenhum direito – como férias, 13º salário, contribuição previdenciária, e outros.
A discriminação no mercado de trabalho reflete-se em outras práticas discriminatórias, tais como a desvalorização dos empregos tidos como “femininos”.
A CUT vem atuando firmemente para que o mundo do trabalho seja cada vez mais um espaço em que as mulheres estejam presentes em todos os cargos e em todas as profissões, com igualdade de oportunidades e de salários em relação aos homens. Para isso é urgente a Ratificação da Convenção 156 da OIT sobre Igualdade de Oportunidades e também a alteração do Artigo 7º da Constituição Federal para que haja
equiparação dos direitos das domésticas com os demais trabalhadores/as.
Reduzir as desigualdades entre homens e mulheres passa também por uma política permanente de valorização do salário mínimo. Tanto homens quanto mulheres são beneficiários desta política. Entretanto, as mulheres, especialmente as jovens, são mais impactadas, pois são maioria das que recebem até dois salários.
Dentre o total de mulheres em idade ativa, as que não possuem rendimento ou têm de até no máximo dois
salários mínimos são 84,3% do total. E ainda, dentre as mulheres ocupadas, as que recebem até dois salários
mínimos são 66,5% do total.
A CUT continua lutando junto ao Congresso Nacional para transformar em Lei a atual política de valorização
do salário mínimo, que é fruto da nossa luta.
A garantia de creches públicas e educação infantil, em tempo integral, para além de ser um direito da criança, é uma recusa ao atual modelo que reforça a responsabilidade individual das mulheres pelo cuidado com as crianças e é também indispensável para a entrada e permanência das mulheres no mercado de trabalho.
A creche pública nos locais de moradia possibilita às crianças conviverem no ambiente no qual elas estão inseridas e possibilita às pessoas responsáveis pelo seu cuidado participarem integralmente da vida pública, seja no trabalho, na política, na cultural ou no lazer. Especialmente no caso das mulheres que precisam
conciliar o cuidado com as crianças, as tarefas domésticas e o trabalho formal, a ausência de creches públicas traz prejuízos pessoais e profissionais.
Atualmente o número de creches públicas atende somente 11% do total de crianças de 0 a três anos, segundo dados do Ministério da Educação.
Por isso, a luta pela ampliação das creches públicas, com qualidade, é uma reivindicação histórica das trabalhadoras.
A violência contra as mulheres é um grave problema em nossa sociedade. Ela ocorre em casa, na rua, nos locais de trabalho e explicita o machismo, a vontade dos homens em tratar as mulheres como objeto e subordinadas a eles. No âmbito doméstico, a Lei Maria da Penha (Lei Nº 11.340/2006) é uma grande conquista, pois reconhece a violência como crime e não como assunto privado. Porém, são necessárias a implantação e ampliação de políticas públicas de combate e prevenção destas práticas. Nos locais de trabalho, o assédio moral e sexual são outras formas de violência contra as mulheres que precisam ser combatidas.
Este ano, dias 16 e 17 de agosto, trabalhadoras rurais ao lado de diversos movimentos sociais, feministas,
sindicatos e a CUT, realizam mais uma edição da Marcha das Margaridas, em Brasília. CUTistas de todo o Brasil estarão nas ruas, para denunciar e protestar contra a fome, a pobreza e todas as formas de violência,
exploração, discriminação e dominação das mulheres e avançar na construção da igualdade.
A CUT convoca suas entidades a participarem das ações da Marcha das Margaridas e convida a todas/os a
somarem-se a esta luta que é de toda sociedade e que terá reivindicações a partir dos seguintes eixos temáticos:
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