Padilha acusou de insensíveis os que se opõem ao Mais Médicos, sob ataque de entidades de classe |
Ao lado de Padilha, Lula diz que São Paulo deve tirar PSDB do comando
Ex-presidente argumenta que estado não pode ser governado 'por um passarinho que tem voo muito curto e bico muito grande'. Ministro afirma que PT fará de São Paulo um 'lugar melhor para viver'
São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez hoje (14) a primeira defesa aberta da candidatura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao governo de São Paulo. Mais cotado para ser o nome do PT na disputa contra Geraldo Alckmin (PSDB), Padilha, presente ao evento, ganhou o apoio explícito do líder, que não citou diretamente seu nome por dizer ter receio de multas da justiça eleitoral.
“Sem nenhum problema pessoal contra ninguém, mas acho que São Paulo merece se dar uma chance tirando os tucanos do comando”, afirmou, durante encontro de integrantes do partido na região metropolitana da capital paulista, ao lado do presidente nacional da sigla, Rui Falcão, do prefeito Fernando Haddad e de ministros.
“Esse estado precisa recuperar sua autoestima, esse estado precisa recuperar sua graça. Esse estado é muito grande para ser governado por um passarinho que tem voo muito curto e bico muito grande”, disse, para em seguida fazer uma referência ao símbolo do PT, a estrela. “ Esse estado merece uma constelação. Vocês imaginam uma combinação entre o PT governando o estado e o Haddad governando a prefeitura, como é que a gente pode mudar. A esperança que tenho é de que a gente possa fazer em São Paulo igual ou mais do que a gente fez no Brasil.”
O ex-presidente cobrou que a militância petista em São Paulo recupere o orgulho que tem da sigla, voltando a usar nas ruas a camiseta vermelha e trabalhando desde já pela mudança no comando do Palácio dos Bandeirantes, há quase duas décadas comandado pelo PSDB. “A gente não tem que ter vergonha porque as críticas que fazem à gente é pelas nossas virtudes, não é pelos nossos defeitos.”
Durante a maior parte do discurso, Lula promoveu uma homenagem ao ex-ministro Luiz Gushiken, morto ontem em São Paulo vítima de um câncer, e confidenciou que o colega lhe pediu que trabalhasse para recuperar o partido. O petista advertiu que é preciso estar presente na vida dos trabalhadores, e não se igualar às outras siglas ao aderir a uma lógica simplesmente eleitoral.
No discurso, Lula se referiu ao slogan usado por Haddad durante a campanha do ano passado, quando o hoje prefeito dizia que, graças ao governo federal, a vida das pessoas havia melhorado, mas ainda esbarrava na prestação insatisfatória de serviços públicos, crítica que acabou eclodindo nas manifestações de junho. “O povo agora quer resolver da porta pra fora. Ao invés da gente achar que isso é ruim, temos que achar que isso é bom. Se tem um partido nesse país que não tem que se esconder, ter medo de povo na rua, esse partido é o Partido dos Trabalhadores porque foi da rua que ele nasceu”, ponderou o ex-presidente.
Discursando antes de Lula, Padilha, que hoje completa 42 anos, afirmou que “vamos fazer” de São Paulo um lugar melhor. “E o PT vai fazer isso por São Paulo”, adiantou. Ele teceu elogios também a Miriam Belchior, ministra do Planejamento e integrante do PT em Santo André, no ABC paulista, a quem atribuiu um trabalho de organização e investimento que vai “mudar a cara” do transporte público na região metropolitana.
O ministro da Saúde fez uma nova defesa do Mais Médicos, programa anunciado no último dia 8 de julho para garantir atendimento à população nas periferias das grandes cidades e no interior do Brasil, lugares que têm dificuldades em atrair profissionais de saúde. Padilha ressaltou a importância de que militantes petistas fomentem o debate sobre a importância da iniciativa, que garante remuneração de R$ 10 mil mensais líquidos, além de uma ajuda de custo que pode chegar a R$ 40 mil anuais, e tem investimentos previstos de R$ 1,5 bilhão para melhorar a infraestrutura dos municípios.
“Dizer que não faltam médicos no Brasil é uma tremenda insensibilidade com o sofrimento do nosso povo. É só ir numa unidade de saúde não no meio da região amazônica, pra onde fui, mas é só ir aqui na periferia da cidade de São Paulo, da cidade mais rica do país, onde tem os hospitais mais estruturados, faltam médicos para o povo de São Paulo”, disse, reiterando em seguida que profissionais brasileiros não preencheram todas as vagas disponíveis, o que levou à contratação de formados no exterior.
Os contratos, com duração de três anos, preveem exclusividade na atenção básica, com jornada de 40 horas semanais. “É um programa que não vai admitir que qualquer profissional entre numa unidade de saúde e queira trabalhar lá um dia por semana, ou dar uma passadinha lá de manhã e não ficar lá o dia inteiro. Esse programa vai ajudar a moralizar o atendimento de saúde para o nosso povo, sobretudo o povo que precisa.”
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