"O Dr. Martin
Luther King, Prêmio Nobel da Paz em 1964, principal expoente e líder da
não-violência nos Estados Unidos, morreu hoje depois de ter sido atingido em
pleno rosto por disparo de arma de fogo, segundo anunciou o subchefe da Polícia
de Menfis, onde o insigne batalhador pela causa da integração racial e dos
direitos dos negros nos Estados Unidos instalara seu quartel-general para dar
inicio a nova marcha pela integração nesta cidade do Tennessee. Dois homens não
identificados foram detidos. King foi baleado enquanto estava na sacada do
hotel. O Rev. Anw Young,
vice-presidente da Conferência Meridional de Orientação Cristã, presidida por
Martin Luther King, afirmou que a bala o atingira no pescoço e na parte
inferior do rosto."
Com esta notícia o mundo
tomou conhecimento, em 4 de abril de 1968, às 6 h da tarde, da morte do Pastor
Martin Luther King Jr, assassinado em Mênfis com um tiro na cabeça. Morreu
levando para o túmulo seu "sonho americano" de uma sociedade justa e
livre de preconceitos.
Em 1929, Luther King
já era pastor adjunto de uma comunidade. Morava com sua mulher Alberta e sua
filha Cristina de um ano, na casa de seu sogro, um pastor de renome chamado
Adam Daniel Williams.
A casa possuía doze
peças e fora construída no coração de Atlanta, na Avenida Auburn, artéria muito
importante para a comunidade negra da cidade. A Igreja Batista de Ebenezer,
onde também começaria a pregar Martin, localizava-se nesta mesma avenida.
Na grande casa ocupada
pelos King e Williams, o movimento era febril naquelas primeiras semanas de
janeiro de 1929. Alberta não passava bem no final da gravidez e todos se
mantinham em grande expectativa. No dia 14, o estado de saúde de Alberta King
piorou muito, mas finalmente no dia seguinte, 15 de janeiro de 1929, vinha ao mundo
um menino que, para maior angústia de todos, parecia ter nascido morto.
Entretanto, após vigorosa palmada do médico, o bebê principiou a gritar.
Passava, assim, a respirar o futuro grande líder negro, que foi registrado,
devido a um erro do encarregado do registro civil, como Michael Luther King
Júnior, nome que só foi mudado oficialmente para Martin Luther King Júnior em
1957.
Com a morte do sogro
(Williams) em 1931, o jovem pastor assumiu a posição de condutor espiritual
daquela que viria a ser a igreja onde Martin Luther King Jr. principiou sua
carreira de pregador, transformando-se mais tarde num dos maiores guias
espirituais da humanidade nos tempos modernos. Naquele ano de 1931, data do
completo êxito de Luther King, seu ilustre filho contava então apenas dois anos
de idade.
Martin, sua irmã mais
velha Cristina e o caçula Alfred Daniel cresceram em um ambiente
confortavelmente burguês. O ano de 1929, início da grande Depressão
norte-americana e ano do nascimento de Martin, deixou 65% dos negros de Atlanta
desempregados, mas o lar dos King não viria a ser atingido pela crise. Jamais
moraram em uma casa alugada e, segundo as próprias palavras de Luther King,
jamais andaram muito tempo em um automóvel que não estivesse totalmente pago.
Apesar de toda esta estabilidade, ainda mais acentuada quando notamos que o
temperamento calmo e tranqüilo da mãe servia de equilíbrio à índole inconstante
e emotiva do pai, Martin Luther King Jr tentou o suicídio duas vezes antes dos
treze anos de idade, o que vem a mostrar a instabilidade emocional do menino
que, já a essa altura, estava tomado pelos fantasmas de sua condição de negro
uma sociedade que não admite tal fato. A primeira tentativa deu-se quando sua
querida avó, Jennie Williams, sofreu um acidente que fez com que perdesse a
consciência. Julgando-a morta, Martin saltou da janela do primeiro andar sob os
olhares atônitos da família. Quando, em 1941, sua avó realmente morreu, Martin
tornou a saltar do primeiro andar, e mais uma vez não sofreu mais do que pequenos
arranhões.
Em 1935, Martin entrou
na escola pública, passando em seguida para uma instituição privada, a Escola
Experimental da Universidade de Atlanta, freqüentando depois a Escola
Secundária Booker T. Washington.
Nesta altura a família
King muda-se para uma rua bem mais rica, a Boulevard Street, ocupando uma bela
casa de tijolos vermelhos. Luther King já é então pastor influente, ocupando
importantes cargos junto a todos os conselhos de direção dos mais variados
movimentos em favor dos negros de Atlanta, o que provoca o recebimento de
cartas anônimas e constantes telefonemas injuriando-o e ameaçando-o de morte,
principalmente por parte da Ku Klux Klan. Este clima de ameaças serviu para
despertar no menino Martin a real consciência do mundo em que vivia, levando-o
a meditar sobre as terríveis contradições sociais que geravam tanto ódio, tanta
violência, tanta desumanidade.
Em setembro de 1944,
Martin Luther King Jr., seguindo a tradição da família, entra para o Morehouse
College. Optando pela sociologia, Martin mostrou ser um ótimo estudante,
integrando-se muito bem no ambiente do campus, onde às vezes surgiam discussões
políticas e sociológicas. Em junho de 1948, recebe o seu diploma, deixando
assim o Morehouse College, onde foram plantadas as sementes intelectuais no
espírito sensível e emotivo do jovem futuro líder que viria projetar-se no
mundo inteiro.
No outono de 1948,
Martin Luther King Jr. sai de Atlanta e dirige-se para a cidade de Chester,
Pensilvânia, ingressando na Faculdade de Teologia Crozer. Martin já se
encontrava plenamente consciente da explosiva situação mundial, semeada de
conflitos sociais de toda espécie, que permaneceram latentes após o término da
Segunda Guerra Mundial.
Em junho de 1951,
recebe seu diploma em Teologia, encerrando assim mais urna importante etapa de
sua formação intelectual. Quase que imediatamente, inscreveu-se no curso de
Filosofia da Universidade de Boston, para onde segue no outono seguinte. E
nesse período que ele trava conhecimento com Coretta Scott, a bela e inteligente
moça que viria a ser sua esposa, a companheira nos dias luminosos e também nos
trágicos. O casamento se realizou a 18 de junho de 1953. Em setembro de 1954,
Martin tornou-se pastor da Igreja Batista da Avenida Dexter, em Montgomery,
Alabama, dando início à sua cruzada pelos direitos civis. Por essa época, a Ku
Klux Klan, bem como outros grupos e a própria polícia, atuavam sem cessar,
procurando através do medo paralisar os negros e mantê-los submissos. Martin
percebeu então que era preciso combater esse medo, pois à medida que ele se
desfizesse, a voz negra passaria fatalmente a ser ouvida. Nesse mesmo ano
nasceu sua primeira filha, Yolanda, ou Yoki, como ficou depois conhecida.
Na primavera de 1955,
Martin recebeu seu diploma de doutor em Filosofia. Nessa época, entre todos os
aspectos do segregacionismo em Montgomery, o mais degradante era o regulamento
da Companhia de Ônibus da Cidade de Montgomery.
No dia 1º de dezembro de 1955, a Sra. Rosa Parks, uma costureira negra de quarenta e dois anos, fatigada por um dia de trabalho, entrou num ônibus superlotado para voltar para casa. Por sorte, descobriu um lugar vago no princípio da seção reservada aos negros. Quando o ônibus lotou mais, o motorista ordenou aos negros que se Levantassem para que os brancos pudessem sentar-se, e a Sra. Parks, mais por cansaço que por espírito revolucionário, negou-se a ceder seu lugar. Foi imediatamente presa e levada para o Palácio da Justiça. Rosa foi libertada sob fiança por E.D. Nixon, homem que sempre se dedicou à luta pelos direitos civis; e foi ele quem, farto de tantas injustiças, entrou em contato com todas as associações e movimentos dos negros. A idéia do Conselho Político Feminino de realizar um dia de boicote aos ônibus logo começou a germinar e, como veremos a seguir, foi tão bem aceita que o boicote durou "apenas" trezentos e oitenta e dois dias!
No dia seguinte, 2 de
setembro, Martin foi chamado por Nixon para uma assembléia com mais quarenta
representantes de todas as seções negras da cidade, onde foi decidido por
unanimidade o boicote, que teria lugar no dia 5 de dezembro. O movimento foi um
sucesso total, tendo 99% de eficiência e estendendo-se até meados de janeiro de
1956, quando a polícia resolveu prender Martin Luther King Jr., usando o
pretexto de excesso de velocidade. Com a sua prisão, ainda mais unidos ficaram
os negros.
No dia 30 de janeiro
de 1956, Martin proferia um discurso em uma das reuniões quando lhe deram a
notícia do ataque a bomba em sua residência; felizmente, graças à presença de
espírito de Coretta, ela e Yoki nada sofreram, além do susto. Uma multidão de
negros enfurecidos formou-se em frente à casa de Martin, querendo fazer justiça
com as próprias mãos aos que tão injustamente os perseguiam; Martin, usando
sempre da sua política de não-violência, pediu que depusessem as armas e
voltassem para suas casas, dizendo para encerrar: "Devemos responder ao
ódio com amor".
Mas o grande dia
finalmente despontou. A 20 de dezembro de 1956, chegou a Montgomery a ordem da
Suprema Corte, declarando ilegal a segregação nos ônibus. Era o fim do boicote
que durara mais de um ano, e uma grande vitória para Martin Luther King Jr.,
que nessa ocasião se tornou mundialmente famoso.
Martin Luther King Jr.
sempre foi uma personalidade controvertida dentro dos Estados Unidos,
especialmente nos primórdios de sua campanha pela integração racial.
Posteriormente, o valor de suas ações, tais como manifestações de protesto pela
segregação nas lanchonetes, Jornada pela Liberdade, manifestações pelos
direitos civis, Marcha Sobre Washington, Campanha de Registro de Eleitores,
etc., baseada nos preceitos da não-violência, foi mundialmente reconhecido com
a consagração do Prêmio Nobel da Paz que lhe foi concedido em 1964, cujo valor,
cerca de cinqüenta mil dólares, ele destinou aos movimentos em prol dos
direitos civis.
Ao receber o prêmio em
Oslo, perante numerosa assembléia, King afirmou que o recebia em nome de
milhões de negros americanos que lutam "para dar fim à longa noite de
injustiças raciais".
A reação nos Estados
Unidos em face da concessão do prêmio foi a de "muito apropriada" e a
de "vergonha para todo o mundo". Esta última expressão foi utilizada
por racistas do Sul dos Estados Unidos.
Combatido por uns,
defendido por outros, o certo é que o Pastor negro deu aos seus compatriotas da
mesma cor uma poderosa arma para a luta contra a segregação. Edgar Hoover,
então diretor do FBI, qualificou-o certa vez como "o maior mentiroso e
patranheiro dos Estados Unidos". O ex-presidente Truman afirmou ser ele um
instigador de motins. Tudo isso não impediu que o mundo inteiro o considerasse
um dos maiores líderes na luta pela justiça social em todo o mundo.
Nos Estados Unidos sua
ação foi reconhecida pelo presidente John F. Kennedy que, antes de ter um
destino semelhante ao seu, deu extraordinário impulso à legislação destinada a
pôr fim "à maior chaga interna dos Estados Unidos", como já
qualificada a discriminação racial que vigorava e ainda vigora, especialmente
nos Estados do Sul.
No início de 1965, na
decidida luta pelos direitos reais dos votos dos negros no Estado do Alabama,
um dos mais segregacionistas dos Estados Unidos, King foi preso pela décima
vez. Mas sua campanha de não-violência conseguiu impor-se, apesar de terem sido
detidos na ocasião, juntamente com seu líder, cerca de três mil negros.
Na primavera do mesmo
ano orientou a marcha de Selma sobre Montgomery, a capital do Estado do
Alabama, que ficou histórica especialmente em face dos milhares de
participantes. Luther King, contra a opinião de lideres de sua própria cor que
pregavam a violência, sustentava que as marchas deviam catalisar o potencial
negro que, do contrário, explodiria de maneira diversa. Na campanha entre
Johnson e Goldwater, o pastor batista colocou-se indiretamente ao lado do
candidato democrata, repudiando o candidato republicano.
Em 4 de abril de 1967,
o pastor Martin Luther King Jr. levantou-se na igreja de Riverside, em Nova
Iorque, e proferiu a mais violenta invectiva contra a ação dos Estados Unidos
no Vietnã, concitando os negros americanos a se recusarem ao serviço militar
"por motivos de consciência". Com esta atitude ele atraiu sobre si
grandes críticas, pois estava levantando dúvidas sobre a lealdade do negro à
sua pátria, mas de qualquer maneira estava dentro de sua política de não-violência,
fosse qual fosse a sua situação.
Suas campanhas fizeram
com que fosse constantemente ameaçado de morte. Telefonemas e cartas
prometiam-lhe o pior. King conservava certa resignação a respeito, pronunciando
em 1962 frases que seriam proféticas se consideradas à luz de seu trágico
desaparecimento: "Podem crucificar-me. Posso mesmo morrer. Mas, mesmo que
isto me aconteça, quero que digam: ele morreu para libertar os homens".
Nem sempre suas
campanhas foram coroadas de êxito e as controvérsias existentes sobre ele nos
círculos brancos - e mesmo entre os negros, que por vezes se deixavam dominar
por lideranças radicais ou derrotistas - não tornavam fácil a sua campanha.
Entretanto, ele nunca desanimou. Em certa alocução declarou: "Nunca
estarei satisfeito até que a segregação racial desapareça da América. Eu sonhei
que algum dia a nação deverá levantar-se e afirmar: mantemos a verdade de que
todos os homens nasceram iguais. Sonhei que algum dia sobre as colinas da
Geórgia os filhos de escravos e os filhos de velhos senhores estarão prontos
para sentarem-se à mesa da fraternidade. Eu sonhei que o Estado do Mississippi,
hoje dominado pela injustiça e pela opressão, tornar-se-á algum dia um oásis de
liberdade e justiça. Eu sonhei que meus bisnetos viverão em uma nação em que
não serão julgados pela cor da pele mas por seu caráter".
Martin Luther King Jr.
não era um sonhador, apesar de alimentar um sonho. Sua visão de uma sociedade
de justiça era conseqüência de uma tumultuosa realidade. Sob sua liderança
milhões de negros americanos saíram do aprisionamento espiritual, do temor, da
apatia, e foram para as ruas reivindicar sua liberdade. O ressoar de milhões de
pés em marcha antecedeu o sonho. Sem estes feitos, inspirados pela sua
admirável coragem pessoal, as palavras teriam simplesmente criado uma fantasia.
Martin Luther King, o guerreiro pacífico, revelou ao povo o seu poder latente;
o protesto não-violento de massas, firmemente disciplinado, capacitou-o a
avançar contra seus opressores num combate eficiente e sem derramamento de
sangue. De um só golpe ele organizou seus exércitos e confundiu os seus
adversários. Em plena rua, sob o clarão das luminárias, ele deu uma lição à
nação, revelando quem era o oprimido e quem era o opressor.
Ele foi, sem dúvida,
um dos líderes negros preeminentes da História. No entanto, foi igualmente um
líder para milhões de brancos que com ele aprenderam que, apoiando a libertação
do negro, eles se engrandeciam.
Pouca gente sabe o
quanto este gigante era humilde. Tinha uma inesgotável fé no povo, e as
multidões sentiam isto com todo o seu coração e seu espírito e lhe tributavam
mais do que respeito, quase veneração.
Um número ainda mais
reduzido de pessoas sabia quanto ele ficava aborrecido, e até torturado, porque
duvidava da sua própria capacidade de não falhar nas decisões fatais que lhe
atribuíam. Pedia exaustivamente conselhos a seus amigos mais íntimos; procurava
as respostas dentro de si próprio; rogava com veemência por orientação.
Hoje, quando milhares
de retratos seus estão suspensos em modestas cabanas, nos lares de gente comum
e em salões importantes, é doloroso lembrar que ele proibiu sua organização de
reproduzir seu retrato. Ele não queria ser idolatrado, mas sim ouvido. Em sua
cripta, no SouthView Cemetery, estão
gravadas as palavras que ele pronunciou na Marcha Sobre Washington:
"FREE AT LAST, FREE AT LAST;
THANK GOD ALMIGHTY
I'M FREE AT LAST!"
("Enfim livre,
enfim livre! Graças a Deus Todo-Poderoso sou finalmente livre!")
Em seu último sermão
para o mundo, na igreja de Ebenezer, Atlanta, na qual era pastor, Martin Luther
King Jr. uniu este sonho à sua própria morte:
"Freqüentemente
eu penso naquilo que é denominador comum e derradeiro da vida: nessa alguma
coisa que costumamos chamar de "morte". Freqüentemente penso em minha
própria morte e em meu funeral, mas não em sentido angustiante. Freqüentemente
pergunto a mim mesmo o que gostaria que fosse dito então, eu deixo aqui com
vocês, esta manhã, a resposta...
Se vocês estiverem ao
meu lado, quando eu encontrar meu dia, lembrem-se de que não quero um longo
funeral. E se conseguirem alguém para fazer o "discurso fúnebre",
digam-lhe para não falar muito. Digam-lhe para não mencionar que eu tenho um
Prêmio Nobel da Paz: isto não é importante! Digam-lhe para não mencionar que eu
tenho trezentos ou quatrocentos prêmios: isto não é importante!
Eu gostaria que alguém
mencionasse aquele dia em que Martin Luther King tentou dar a vida a serviço
dos outros.
Eu gostaria que alguém
mencionasse o dia em que Martin Luther King tentou amar alguém.
Quero que digam que eu
tentei ser direito e caminhar ao lado do próximo.
Quero que vocês possam
mencionar o dia em que... tentei vestir o mendigo, tentei visitar os que
estavam na prisão, tentei amar e servir a humanidade.
Sim, se quiserem dizer
algo, digam que eu fui um arauto: um arauto da justiça, um arauto da paz, um
arauto do direito.
Todas as outras coisas
triviais não têm importância. Não quero deixar atrás nenhum dinheiro.
Eu só quero deixar
atrás uma vida de dedicação!
E isto é tudo o que eu
tenho a dizer:
Se eu puder ajudar
alguém a seguir adiante
Se eu puder animar
alguém com uma canção
Se eu puder mostrar a
alguém o caminho certo
Se eu puder cumprir
meu dever cristão
Se eu puder levar a
salvação para alguém
Se eu puder divulgar a
mensagem que o Senhor deixou...então, minha vida não terá sido em vão."
Martin Luther King
defendia a não-violência, mas após a sua morte, em 4 de abril de 1968, mais de
cem cidades americanas viveram o pesadelo dos saques, explosões, incêndios e
conflitos entre negros e a policia. Nos dias posteriores à sua morte, o país
estava em chamas e os grupos negros radicais (o black power). vingavam o pastor
que oferecera a outra face ao ódio dos racistas e morrera por isto.
"Quando a América branca matou o Dr. King, declarou-nos guerra",
disse Stockly Carmichael, o principal líder negro do momento.
Onze anos depois, os
negros americanos conquistaram alguns direitos políticos, mas não econômicos, a
tal ponto que Jimmy Carter, em sua campanha para a presidência, conseguiu motivar
esta minoria exatamente por retomar alguns direitos políticos, mas seus
problemas. Dois anos após sua eleição, os negros americanos declaram-se
insatisfeitos com ele, que não cumpriu suas promessas. Mas falta, na América
negra de hoje, a liderança carismática.
Não existe mais o
punho fechado dos black panthers de Carmichael, não existe mais o apelo de
não-violência de Martin Luther King Jr. Continuam, porém, os problemas dos
negros.
Cronologia (Biografia)
1899 - 19 de dezembro
- Nascimento de Martin Luther King, pai, em Stockbridge, Geórgia.
1929 - 15 de janeiro -
Nascimento de Martin Luther King Jr., em Atlanta, Geórgia.
1935 - Entrada na
escola pública.
1935 - 1942 - Passagem
pela Escola Experimental da Universidade de Atlanta e estudos na Escola Secundária
Booker T. Washington.
1941 - Morte de sua
avó, Jennie Williams. Desesperado, o menino King joga-se do primeiro andar de
sua casa, mas felizmente escapa ileso.
1944 - Viagem a
Hartford, Connecticut, e a outras cidades do Norte, onde Martin percebe a tal
ausência de sinais externos de segregação, contrariamente a todo o Sul norte
americano, minado por um eterno clima de violência racial. Em setembro, entra
no Morehouse College.
1947 - Consagrado e
nomeado adjunto da igreja de Ebenezer.
1948 - Junho - Recebe
seu diploma no Morehouse College. No outono, parte para Chester, Pennsylvania,
onde entra na Faculdade de Teologia de Crozer. Estuda filosofia, lendo
principalmente Hegel.
1951 - Junho - Recebe
o diploma na Faculdade de Teologia de Crozer. Inscreve-se imediatamente nos
cursos de filosofia da Universidade de Boston.
1952 - Namoro entre
Martin e Coretta Scott, em Boston.
1953 - 18 de junho -
Casamento de Martin e Coretta, na casa da noiva, em Marion, Georgia.
1954 - Martin se torna
pastor da Igreja Batista da avenida Dexter, Montgomery, Alabama.
1955 - Primavera -
Martin recebe o diploma de doutor em Filosofia.
1955 - Novembro -
Nasce a primeira filha de Martin e Coretta: Yolanda.
1955 - Dezembro -
Boicote aos ônibus de Montgomery: Martin participa intensamente do movimento, o
primeiro entre tantos em prol dos direitos civis.
1956 - 30 de janeiro -
Atentado a bomba contra a casa de Martin, em Montgomery, felizmente sem
vítimas.
1956 - 20 de dezembro
- Fim do boicote com a chegada a Montgomery da ordem do Supremo Tribunal dos
Estados Unidos abolindo a segregação nos ônibus.
1957 - Março - Viagem
a Gana, África, a convite do presidente Nkrumah.
1958 - A 17 de
setembro publica o seu primeiro livro Stride Toward Freedom.
1958 - A 19 de
setembro, autografando Livros, sofre um atentado.
1959 - Em princípios
de março, viaja para a Índia, na companhia da esposa e do prof. Lawrence D.
Reddick.
1959 - A 29 de
novembro, pede demissão da Igreja batista da avenida Dexter, Montgomery, e
transfere-se para Atlanta.
1960 - Tornam-se
comuns em Atlanta as manifestações de protesto pela segregação nas lanchonetes.
Luther King é preso, juntamente com estudantes universitários, quando
participava de urna delas.
1961 - Em dezembro,
foi novamente preso, desta vez em Albany.
1961 - Têm início as
Jornadas pela Liberdade, sendo Luther King o presidente da comissão de
coordenação.
1962 - No dia 27 de
julho foi preso, ao participar de uma manifestação pelos direitos civis.
1963 - Durante uma
permanência de oito dias na prisão, Luther King escreveu a "Carta de uma
Prisão em Birmingham", uma carta aberta a um grupo de sacerdotes brancos
do Alabama.
1963 - No dia 28 de
agosto, realizou-se a Marcha sobre Washington.
1964 - Recebe o Prêmio
Nobel da Paz.
1965 - Declarou-se
contrário à guerra no Vietnã.
1966 - Muda-se com a
família para Chicago.
1967 - No dia 4 de
abril, pronuncia o seu discurso "Além do Vietnã".
1967 - Viaja pelos
Estados Unidos, pronunciando discursos.
1968 - Pronuncia, no
dia 3 de abril, o seu último discurso, em Memphis.
1968 - No dia 4 de
abril, é assassinado.
1968 - No dia 9 de
abril, realizam-se os funerais na Igreja Batista de Ebenezer.
FONTE:http://www.guiame.com.br/noticias/gospel/testemunhos/conheca-a-historia-de-martin-luther-king-jr.html
Edição por Rosa Araújo
Edição por Rosa Araújo
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