quarta-feira, 3 de outubro de 2012

CLASSE ARTÍSTICA REPUDIA GESTÕES SERRA/KASSAB


Intelectuais e artistas consideram Haddad capaz de desenvolver políticas de ocupação dos espaços públicos pelos cidadãos e pelo movimento cultural (Foto: Paulo Pinto)


Ao apoiar Haddad, artistas de São Paulo declaram repúdio à gestão Serra/Kassab

Classe artística e intelectual critica a exclusão da cultura nos espaços públicos; tratamento da mídia ao julgamento do mensalão e a coincidência de ocorrer às vésperas da eleição preocupam segmento

As classes artísticas da capital paulista manifestaram total repúdio à administração José Serra (PSDB)-Gilberto Kassab (PSD) por conta da exclusão da cultura nos espaços públicos da cidade. Também criticaram "a falta de diálogo, a mercantilização do setor e a interrupção do incentivo ao protagonismo do movimento cultural da periferia". O tratamento da mídia tradicional para o julgamento da Ação Penal 470, conhecida como mensalão, e a "coincidência" de o processo ocorrer às vésperas das eleições minoritárias também causam revolta na classe.
Na noite de ontem (2), artistas e intelectuais reuniram-se na capital para declarar apoio ao candidato petista à prefeitura, Fernando Haddad, considerado por eles o único compromissado com o desenvolvimento de políticas de ocupação dos espaços públicos pelos cidadãos e pelo movimento cultural. Juristas, comunicadores, educadores, arquitetos, urbanistas, filósofos e representantes do movimento de luta pelos direitos humanos também participaram do ato, nos moldes do que foi realizado em 2010 em apoio a Dilma Rousseff, então candidata à Presidência da República. 
O presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e secretário da Questão da Mídia do PCdoB, Altamiro Borges, afirmou que na reta final do primeiro turno das eleições a blogosfera deve se unir às atividades de rua da campanha para levar Haddad à prefeitura. “Enfrentamos uma ‘coincidência’ esta semana, que é o fato de a grande mídia só falar no julgamento do ‘mensalão’. A blogosfera deve dar sua contribuição juntando as ruas e as redes nesta campanha.”
A socióloga e professora Maria Victória Benevides e o jurista Márcio Thomaz Bastos questionaram o julgamento do mensalão neste momento – Bastos é advogado de alguns dos réus. Ela afirmou que há "sinais de manipulação" no julgamento e também um viés político, e não jurídico. "Considero que é um julgamento político e não jurídico", disse a socióloga.
Para o ator Sérgio Mamberti, Haddad é o candidato da cultura, das mudanças e das forças progressistas. Já o escritor Fernando Morais disse que a prefeitura tem dispensado à cultura um papel subalterno. Ele comentou que, ao responder a uma pesquisa eleitoral há poucos dias, foi questionado sobre o motivo de não votar no (Celso) Russomanno. "Respondi que não o conhecia." Então, perguntaram por que não votar em Serra. "Eu disse que era porque o conhecia muito bem.”
Para o professor e economista Paul Singer, secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, a atuação do governo federal no combate à miséria durante os dois governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o da presidenta Dilma Rousseff é uma das melhores coisas já feitas no Brasil. Ele considera que por ter integrado esses governos Haddad conseguirá implementar o combate à pobreza com força em São Paulo.
A arquiteta e urbanista Ermínia Maricato disse que "está acontecendo uma tragédia na cidade". "Especulação imobiliária, queimadas... É urgente fazer algo. Cada metro quadrado é disputado e os pobres são expulsos. Nós temos conhecimento em urbanismo, nós temos condições de mudar a cidade”, defendeu.
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, apelou à militância para integrar a reta final da campanha. “Faltam apenas cinco dias para as eleições e quem for para o segundo turno vai ganhar do Russomanno. Vocês têm poder e devem usar esse poder.”
A união dos movimentos sociais e técnicos de diversas áreas em torno do projeto de governo proposto por Haddad foi defendida pela candidata a vice-prefeita Nádia Campeão (PCdoB). “Precisamos de todo esse apoio e essa energia não apenas para ganhar as eleições, mas para nos ajudar a governar.”
Para Haddad, no momento em que o Brasil passou a ser reconhecido mundialmente por seus projetos e políticas públicas de inclusão, “São Paulo se apagou” e perdeu a chance de também se tornar vitrine. Ele destacou o trabalho de construção do projeto de governo e disse que suas propostas refletem a “São Paulo que queremos, merecemos e precisamos”. 
Com informações do Vermelho

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