domingo, 30 de janeiro de 2011
O “caos” midiático e a legitimação da ordem
Neste artigo, o coletivo de contra-informação Recife Resiste analisa matéria do Diario de Pernambuco referente ao protesto estudantil contra o reajuste de passagens e lança questões pertinentes sobre a dinâmica urbana do Recife, o direito à cidade e o isolamento da periferia. Durante as semanas de protesto, a equipe do Recife Resiste fez a cobertura das manifestações no centro da cidade.
As manifestações contra o aumento das passagens foi um dos acontecimentos que mais recebeu cobertura da mídia local recifense nas últimas semanas. Foram vários os enfoques dados às manifestações, sendo um ponto comum o destaque aos engarrafamentos causados pelos protestos. Tal abordagem muitas vezes ofusca o assunto que, em tese, seria o objeto principal da matéria: o protesto gerado por mais um aumento das passagens de ônibus. Dentre tantos discursos formulados acerca do tema se destaca a matéria do Diário de Pernambuco (DP) intitulada “Mais uma vez, a cidade é refem”¹. Quando fala de cidade, em quem e no que o Diário de Pernambuco está pensando?Em dezembro de 2003 uma equipe do SETRANS-PE (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco) publica que o transporte público é um poderoso aliado de uma política de inclusão social e de combate à pobreza². O direito à cidade é uma das conquistas mais básicas que uma população urbana deve ter, mas no Recife esse direito foi usurpado por uma classe empresarial composta por algumas famílias. O transporte aqui não existe primordialmente pela necessidade de mobilidade, mas se aproveita criminosamente dessa necessidade para produzir gordos lucros para as gordas panças desses empresários. A necessidade simples de mobilidade urbana não é atendida e as pessoas ou encaram o assalto, gastando parte significativa da renda apenas para o transporte, ou surfam nos ônibus ou recorrem às bicicletas quando podem, arriscando a vida enfrentando a tirania de um tráfego lotado de carros, sem o mínimo de ciclo-estrutura e segurança.É comum a todas as grandes cidades o isolamento, ou a tentativa de isolamento, da pobreza. A elite busca ocultar tudo aquilo que fere seus olhos, mas que paradoxalmente é produto de um sistema defendido dia e noite por ela mesma. A miséria do capitalismo não pode ofuscar os grandes sinais de desenvolvimento que o poder anuncia, por isso o trabalho de isolamento deve ser sistemático. Esse isolamento é produzido por um ordenamento geográfico-imobiliário que joga os pobres para as periferias, longe dos locais de interesse da elite, e dificultam o acesso à cidade negando o investimento em transporte gratuito e de qualidade.Protestar indignado com a privatização do transporte que deveria ser público é protestar contra a usurpação do direito de ir e vir e não ao contrário, como falaciosamente afirma o Diário de Pernambuco. Para esse jornal, ter uma estrutura de transporte precária e cara, inacessível a grande parte da população não fere o direito à mobilidade, mas impedir por um dia que a classe média busque suas crianças na escola o fere criminosamente, sequestra a cidade por algumas horas, daí concluímos: o direito de ir e vir só faz sentido quando é a elite no carro. O Diário de Pernambuco não pode esconder: ele fala por e para uma classe, para os interesses dos que lucram com o direito de ir e vir.Para que o discurso do DP faça sentido é preciso se esforçar para ser um dos únicos falantes e não para ter um jornalismo respeitável. Sendo um dos únicos falantes seu discurso adquire uma condição de neutralidade, constrói fatos, uma realidade cotidiana que mesmo não passando de uma interpretação das mais medíocres aparece como a verdade.Na matéria em questão os jornalistas do Diário se preocuparam em entrevistar apenas aqueles personagens que eram contra o ato, parecendo diversificar nas classes sociais: entrevista uma usuária de ônibus e alguns motoristas de automóvel, mas o que importa é que ambos estão contra a manifestação. Esta cobertura foi feita aos gritos de “mídia golpista” por parte do movimento que não reconhece a voz da mídia corporativa e que, de alguma forma, gritou em desespero por saber que não teria o direito à voz – é importante dizer, que o aumento das passagens não foi sequer lembrado na matéria.O Diário de Pernambuco fala que a manifestação criou um caos, mas não precisamos de manifestações para que o trânsito em Recife se encontre num caos, o próprio modelo de transporte rodoviário falido já é um caos por ele mesmo, mas isso não sai no Diário de Pernambuco porque questionar a hegemonia do transporte rodoviário-motorizado é mexer com interesses industriais e empresariais que o Diário pretende manter intocáveis. Recife, enquanto aglomeração urbana e industrial já é fundada sob o caos, não é o caos que preocupa o Diário de Pernambuco, a num ser que caos, para o jornal, seja muito mais um trânsito parado por pouco menos de duas horas do que uma massa de indivíduos largados a toda sorte de atividades, lutando contra a pobreza e pela sobrevivência e convivendo dia-a-dia com a brutalidade policial, que parece tão aliada do DP que seus discursos sobre a ordem se confundem e se fundem.À primeira vista o que parece incentivar o DP a insistir, em tom cinicamente apelativo, na paralisação do trânsito como contraponto ao protesto é que a paralisação aparece como uma consequência negativa imediata de um ato político nas ruas. O que o DP se preocupa, na verdade, é em deslegitimar a manifestação política, seja ela qual for, se esforçando em proteger seus aliados, aliados esses que não fazem política nas ruas, eles estão longe delas, longe dos metrôs, longe dos ônibus, estão, nesse caso, nos gabinetes da Grande Recife Consórcio de Transporte fazendo cálculos com um único, medíocre e desumano objetivo: lucro, lucro, lucro!Recife Resiste!
As manifestações contra o aumento das passagens foi um dos acontecimentos que mais recebeu cobertura da mídia local recifense nas últimas semanas. Foram vários os enfoques dados às manifestações, sendo um ponto comum o destaque aos engarrafamentos causados pelos protestos. Tal abordagem muitas vezes ofusca o assunto que, em tese, seria o objeto principal da matéria: o protesto gerado por mais um aumento das passagens de ônibus. Dentre tantos discursos formulados acerca do tema se destaca a matéria do Diário de Pernambuco (DP) intitulada “Mais uma vez, a cidade é refem”¹. Quando fala de cidade, em quem e no que o Diário de Pernambuco está pensando?
Em dezembro de 2003 uma equipe do SETRANS-PE (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco) publica que o transporte público é um poderoso aliado de uma política de inclusão social e de combate à pobreza². O direito à cidade é uma das conquistas mais básicas que uma população urbana deve ter, mas no Recife esse direito foi usurpado por uma classe empresarial composta por algumas famílias. O transporte aqui não existe primordialmente pela necessidade de mobilidade, mas se aproveita criminosamente dessa necessidade para produzir gordos lucros para as gordas panças desses empresários. A necessidade simples de mobilidade urbana não é atendida e as pessoas ou encaram o assalto, gastando parte significativa da renda apenas para o transporte, ou surfam nos ônibus ou recorrem às bicicletas quando podem, arriscando a vida enfrentando a tirania de um tráfego lotado de carros, sem o mínimo de ciclo-estrutura e segurança.
É comum a todas as grandes cidades o isolamento, ou a tentativa de isolamento, da pobreza. A elite busca ocultar tudo aquilo que fere seus olhos, mas que paradoxalmente é produto de um sistema defendido dia e noite por ela mesma. A miséria do capitalismo não pode ofuscar os grandes sinais de desenvolvimento que o poder anuncia, por isso o trabalho de isolamento deve ser sistemático. Esse isolamento é produzido por um ordenamento geográfico-imobiliário que joga os pobres para as periferias, longe dos locais de interesse da elite, e dificultam o acesso à cidade negando o investimento em transporte gratuito e de qualidade.
Protestar indignado com a privatização do transporte que deveria ser público é protestar contra a usurpação do direito de ir e vir e não ao contrário, como falaciosamente afirma o Diário de Pernambuco. Para esse jornal, ter uma estrutura de transporte precária e cara, inacessível a grande parte da população não fere o direito à mobilidade, mas impedir por um dia que a classe média busque suas crianças na escola o fere criminosamente, sequestra a cidade por algumas horas, daí concluímos: o direito de ir e vir só faz sentido quando é a elite no carro. O Diário de Pernambuco não pode esconder: ele fala por e para uma classe, para os interesses dos que lucram com o direito de ir e vir.
Para que o discurso do DP faça sentido é preciso se esforçar para ser um dos únicos falantes e não para ter um jornalismo respeitável. Sendo um dos únicos falantes seu discurso adquire uma condição de neutralidade, constrói fatos, uma realidade cotidiana que mesmo não passando de uma interpretação das mais medíocres aparece como a verdade.
Na matéria em questão os jornalistas do Diário se preocuparam em entrevistar apenas aqueles personagens que eram contra o ato, parecendo diversificar nas classes sociais: entrevista uma usuária de ônibus e alguns motoristas de automóvel, mas o que importa é que ambos estão contra a manifestação. Esta cobertura foi feita aos gritos de “mídia golpista” por parte do movimento que não reconhece a voz da mídia corporativa e que, de alguma forma, gritou em desespero por saber que não teria o direito à voz – é importante dizer, que o aumento das passagens não foi sequer lembrado na matéria.
O Diário de Pernambuco fala que a manifestação criou um caos, mas não precisamos de manifestações para que o trânsito em Recife se encontre num caos, o próprio modelo de transporte rodoviário falido já é um caos por ele mesmo, mas isso não sai no Diário de Pernambuco porque questionar a hegemonia do transporte rodoviário-motorizado é mexer com interesses industriais e empresariais que o Diário pretende manter intocáveis. Recife, enquanto aglomeração urbana e industrial já é fundada sob o caos, não é o caos que preocupa o Diário de Pernambuco, a num ser que caos, para o jornal, seja muito mais um trânsito parado por pouco menos de duas horas do que uma massa de indivíduos largados a toda sorte de atividades, lutando contra a pobreza e pela sobrevivência e convivendo dia-a-dia com a brutalidade policial, que parece tão aliada do DP que seus discursos sobre a ordem se confundem e se fundem.
À primeira vista o que parece incentivar o DP a insistir, em tom cinicamente apelativo, na paralisação do trânsito como contraponto ao protesto é que a paralisação aparece como uma consequência negativa imediata de um ato político nas ruas. O que o DP se preocupa, na verdade, é em deslegitimar a manifestação política, seja ela qual for, se esforçando em proteger seus aliados, aliados esses que não fazem política nas ruas, eles estão longe delas, longe dos metrôs, longe dos ônibus, estão, nesse caso, nos gabinetes da Grande Recife Consórcio de Transporte fazendo cálculos com um único, medíocre e desumano objetivo: lucro, lucro, lucro!
Recife Resiste!
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
IMAGENS QUE TRADUZEM O MUNDO DO TRABALHO
Coletânea de charges do cartunista Laerte, de domínio público,
enfocando diversas situações que envolvem as questões
dos direitos do trabalhador e sua dignidade.
enfocando diversas situações que envolvem as questões
dos direitos do trabalhador e sua dignidade.
Descaso com a saúde, com as reivindicações, com os direitos
conquistados, desmandos e o desrespeito à pessoa humana.
28/01/2011 - EXPLORAÇÃO
28/01/2011 - ASSÉDIO MORAL
27/01/2011 - CHEFES CAPACHOS
27/01/2011 - CANALHICE
27/01/2011 - UNIDOS CONTRA O DESRESPEITO
27/01/2011 - DESCASO COM A SAÚDE DO TRABALHADOR
27/01/2011 - PATRÃO CARA DE PAU
27/01/2011 - PELEGO
27/01/2011 - TRABALHADORES MOBILIZADOS
Novas publicações em breve.
Wagner Marins
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
DILMA LANÇA SISTEMA NACIONAL DE PREVENÇÃO DE DESASTRES
Moradores buscam corpos em área de risco de Nova Friburgo (RJ)
Foto: AP
Para evitar novas tragédias como as que atingem a região serrana do Rio de Janeiro e outras áreas do País todos os anos, o governo federal anunciou, nesta segunda-feira, o lançamento do Sistema Nacional de Prevenção e Alerta de Desastres Naturais. O anúncio foi feito após reunião entre a presidente Dilma Rousseff e os ministros da Defesa, Nelson Jobim, de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Integração Nacional, Fernando Bezerra.
A expectativa do governo federal é de que o sistema esteja em pleno funcionamento dentro de quatro anos. "Mas já esperamos respostas para o próximo verão. Vamos implantar pelo menos nas áreas mais críticas", afirmou o ministro de Ciência e Tecnologia.
Segundo Mercadante, o sistema de alerta vai prevenir os desastres naturais mais comuns no Brasil, que são deslizamentos de terra, inundações, ressacas, secas e vendavais. Um novo supercomputador foi adquirido, com capacidade para escanear o território nacional a cada 5 km², quando antes esse mapeamento era feito a cada 20 km². "Isso vai esquadrinhar o Brasil em regiões menores e nos dará uma previsão mais precisa", disse Mercadante. O sistema terá uma sede nacional e outras cinco distribuídas entre as regiões brasileiras.
"Para aprimorar a capacidade de previsão do tempo, vamos implantar novos radares meteorológicos e integrar todos os disponíveis, inclusive os da Aeronáutica, num só sistema. A previsão por satélite dá uma estimativa boa para três dias antes, quanto mais próximo, mais seguro. Mas os radares captam a chuva que está efetivamente ocorrendo, o que nos avisa sobre o encharcamento do solo", afirmou o ministro de Ciência e Tecnologia.
Além dos radares, 700 pluviômetros (equipamentos que captam o volume de chuva) serão adquiridos pelo governo federal - o que ainda depende do Ministério do Planejamento para determinar o ritmo de compra dos equipamentos. A intenção é fazer o levantamento das condições de solo e geografia do País. "Estimamos em aproximadamente 500 áreas de risco no País, com cerca de 5 milhões de pessoas morando nessas áreas, e temos outras 300 regiões sujeitas a inundações", disse Mercadante. O sistema será coordenado pelo ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) Carlos Nobre, que ficou à frente do órgão por 12 anos.
O ministro da Integração Nacional afirmou que Dilma determinou o retorno de alguns titulares para acompanhar a situação no Rio de Janeiro. "Voltaremos eu (Fernando Bezerra), o ministro da Justiça e o ministro da Defesa já amanhã. Vamos visitar as cidades atingidas para que possamos reforçar nossas ações e iniciar o monitoramento mais próximo das áreas ainda sujeitas a riscos, para evitar a perda de novas vidas", declarou.
Fonte: Terra Notícias
domingo, 16 de janeiro de 2011
URGENTE! CAMPANHA SOLIDÁRIA PELAS VÍTIMAS DAS CHUVAS
Estamos iniciando mais uma AÇÃO SOLIDÁRIA em favor das vítimas das chuvas ocorridas no País.
Precisamos de doações de roupas, colchonetes, alimentos não perecíveis, artigos de higiene pessoal.
Já estamos mantendo contato com as organizações oficiais que estão trabalhando nesse sentido (Defesa Civil, Cruz Vermelha, etc) para o envio do material e alimentos que arrecadarmos.
PARA CONTATO:
mosquitosfc@mosquitosfc.com.br
Facebook - http://www.facebook.com/mosquitosfc
Twitter - http://www.twitter.com/mosquitosfc
Repassem, por favor.
CONTAMOS COM TODOS VOCÊS.
Grato.
Wagner Marins
sábado, 15 de janeiro de 2011
QUEM VAI RESPONDER POR ISSO?!
Apesar de todo os esforço e comprometimento com a inclusão social, com a dignidade de um povo, do Governo Federal nos últimos 8 anos, ainda imperou o descaso de governantes estaduais e municipais por este Brasil a fora.
Essa COLCHA DE RETALHOS costurada ao longo dos anos, por políticos profissionais descomprometidos com a dignidade humana, vem acobertando toda esse descaso e a enfadonha forma de “governar”. Governar sim, mas apenas para as elites dos palácios reluzentes, dos sapatos brilhantes, dos rostos corados, mas arrogantes e degenerados.
O compromisso maior desses patifes que ainda imperam em parte de municípios e estados brasileiros é apenas com a corja e parasitas que os sustentam.
Para onde vão os recursos destinados a uma política de habitação segura e decente?
Para onde vão os recursos destinados às prevenções de tragédias naturais?
Para onde vão os recursos enviados pelo Governo Federal aos Estados?
Certamente esses recursos param no meio do caminho ou são usados para construir muros gigantescos separando RICOS dos POBRES.
São 600 mortos até agora e milhares de desabrigados. Quem vai responder por isso? Certamente a canalhice dará a resposta de sempre, ou seja, “A CULPA É DA NATUREZA”.
É o exemplo vivo que ocorre no Estado de São Paulo, através da DUPLA SERRA/KASSAB. Respectivamente um abandonou o governo do estado para concorrer à Presidência e outro, cria dele, ficou na cadeira de prefeito, vomitando sobre as causas sociais, aumentando tarifas de ônibus e se preocupando com tamanhos de placas do comércio. Esse infeliz atribuiu, há poucos dias, às chuvas a culpa pelas enchentes e tragédias.
Espero por uma geração futura cuja consciência social e atitude faça com que esses vampiros da política de direita e excludente, percam o sono.
Wagner Marins
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
COM CAIXA CHEIO, KASSAB NÃO USA VERBA RESERVADA PARA PROJETOS ANTIENCHENTE EM SP
Esse é o "Prefeito" da maior cidade da América Latina.
A matéria abaixo demonstra a herança que aquele candidato derrotado do PSDB nos deixou aqui em São Paulo.
Gilberto Kassab é fruto de uma parceria espúria entre os piores partidos políticos deste país.
Os bilhões de reais arrecadados através de impostos indevidos são destinados para a classe favorecida, apenas.
Esse é o ROBIN HOOD invertido, ROUBA DOS POBRES PARA DAR AOS RICOS.
Wagner Marins
Motorista enfrenta alagamento na avenida Zaki Narchi com a Cruzeiro do Sul, na zona norte de São Paulo
No ano em que a prefeitura bateu recorde de arrecadação de impostos, a gestão Gilberto Kassab (DEM) investiu menos do que estava previsto no Orçamento em projetos antienchente.
Segundo a Secretaria de Planejamento, no ano passado, as receitas de impostos cresceram 20,4%, puxadas pelo IPTU (alta de 26,2%), que colocou R$ 835 milhões a mais nos cofres da prefeitura em relação ao ano anterior. O valor extra é quase o dobro do que Kassab gastou com intervenções antienchente (R$ 430 milhões de um total previsto de R$ 504 milhões).
Parte dos locais alagados nos últimos dias tem obras planejadas há anos, mas que continuam no papel. Em um deles, no final de dezembro, morreu a professora Michele Borges, 29, arrastada pelas águas do córrego Ponte Baixa, em M'Boi Mirim, zona sul. Tivessem prevalecido os planos da prefeitura, o córrego já estaria canalizado.
FONTE: clique aqui
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
(Kassab atribui à intensidade da chuva os transtornos em SP) ESSE É UM CARA DE PAU!
Esse infeliz, a exemplo daquele outro infeliz que perdeu as eleições para Presidente recentemente, atribuiu às forças da natureza os transtornos vividos aqui em São Paulo, na verdade um verdadeiro CAOS!
Um, já mandamos para o espaço, agora, nas próximas eleições para Prefeito da Cidade de São Paulo, precisamos conscientizar a grande massa para que não coloquemos mais um CARA DE PAU na cadeira de Prefeito, não esses que vieram para governar exclusivamente para a elite degenerada.
Os colchões desses nojentos estão boiando nas correntezas? NÃO!
Wagner Marins
sábado, 8 de janeiro de 2011
KASSAB: HERANÇA MALDITA DE JOSÉ SERRA
O Prefeito de São Paulo, KASSAB, é um dos DESASTRES que o perdedor JOSÉ SERRA nos deixou de herança na Cidade de São Paulo.
Essa cria infeliz do poder sujo preocupa-se em governar a Cidade apenas para os engomados da elite nojenta. Enquanto isso, colchões e móveis são levados pelas correntezas do DESCASO! - FORA, SEU INFELIZ!
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Dilma anuncia 'PAC contra miséria' para erradicar pobreza
Direto de Brasília
A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, anunciou nesta quinta-feira a determinação da presidente Dilma Rousseff de criar um "PAC contra miséria", programa que reunirá estratégias para erradicar a pobreza extrema no Brasil.
O combate à miséria, uma das principais promessas do discurso de posse da presidente, levará em conta programas de inclusão produtiva, a ampliação da rede de serviços e benefícios sociais já existentes, como oferta de saneamento básico, além de políticas voltadas à educação e saúde. Esse é o primeiro programa criado pelo recém-empossado governo dilmista.
Nos moldes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), conjunto de obras de infraestrutura coordenado pela então ministra Dilma e responsável por alçá-la à condição de presidenciável, o "PAC contra miséria" terá um comitê gestor e definirá metas e condições de monitoramento das políticas sociais. Entre as possibilidades em estudo pelo governo, está o reajuste do programa Bolsa Família e a busca de alternativas para que os atuais cadastrados possam ter condições de abrir mão dos recursos que recebem pelo benefício.
"Vamos construir para esse programa um modelo de gestão como fizemos para o PAC, onde queremos ter metas claras, queremos ter condições de monitoramento, queremos prestar contas para a sociedade e para a imprensa do andamento dessas metas", disse a ministra. O novo programa não leva em conta o horizonte de 2014, fim do mandato de Dilma, para o cumprimento das metas.
"Estamos trabalhando em três frentes importantes. A principal frente é de inclusão produtiva, também da ampliação da rede de serviços, continuidade e aprofundamento de um trabalho de ampliação da rede de benefícios e transferência de renda", afirmou Campello, enfatizando que o novo "PAC da miséria" não é "uma soma de programas".
De acordo com assessores do governo, a primeira etapa é estabelecer um patamar para a linha da pobreza, já em estudo por técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e, então, verificar o orçamento necessário para o novo PAC e aplicar as políticas para a erradicação da miséria. Não há um universo de público delimitado para os projetos.
"Estamos trabalhando no sentido de universalizar a rede de serviços. É uma expectativa do governo e obviamente a gente não vai atacar a agenda da pobreza e, principalmente, da extrema pobreza somente com políticas de transferência de renda. Ao contrário, nossa agenda é uma agenda de inclusão social e produtiva", disse a ministra do Desenvolvimento Social.
Independentemente do "PAC contra Pobreza", programas já existentes, como o Bolsa Família, que atende hoje 12,7 milhões de famílias carentes, e os benefícios de ação continuada, como os que oferecem recursos a portadores de deficiência, serão mantidos por serem previstos em lei. "Não estamos apagando nada. Não tem cortes (de programas)", disse a secretária-executiva do novo programa, Ana Fonseca.
Fonte: Terra Notícias
Dilma pede união em torno de projeto de crescimento
“Meu sonho é o mesmo de qualquer cidadão. O sonho que uma mãe e um pai possam oferecer aos seus filhos oportunidades melhores do que as que tiveram. É um sonho que constrói um país, uma família, uma nação. É o desafio que ergue um país”, disse a presidenta Dilma Rousseff, em discurso no parlatório do Palácio do Planalto. “Foi por não acreditar que havia o impossível que o presidente Lula fez tanto pelo país nesses últimos anos. Precisarei muito do apoio de todos vocês. Quero pedir o apoio de todos, de leste a oeste, de norte a sul de todo o país. Se todos trabalharmos pelo Brasil, o Brasil nos devolverá em dobro o nosso esforço", acrescentou.
Agência Brasil
No primeiro discurso à nação como presidenta da República, Dilma Rousseff pediu a união de todos em torno do crescimento do país. No parlatório do Palácio do Planalto, diante de milhares de pessoas que acompanharam a posse do gramado do Congresso e da Praça dos Três Poderes, Dilma disse que só com união é possível criar mais e melhores oportunidades para todos.
“Meu sonho é o mesmo de qualquer cidadão. O sonho que uma mãe e um pai possam oferecer aos seus filhos oportunidades melhores do que as que tiveram. É um sonho que constroi um país, uma família, uma nação. É o desafio que ergue um país”, disse emocionada.
Em alguns momentos, ao discursar, Dilma chorou e foi aplaudida. Ela falou em perseguir sonhos considerados impossíveis. “Foi por não acreditar que havia o impossível que o presidente Lula fez tanto pelo país nesses últimos anos. Precisarei muito do apoio de todos vocês. Quero pedir o apoio de todos, de leste a oeste, de norte a sul de todo o país. Se todos trabalharmos pelo Brasil, o Brasil nos devolverá em dobro o nosso esforço. E que Deus abençoe o Brasil e o povo brasileiro. Que todos nós, juntos, possamos construir um mundo de paz”, completou, repetindo o que havia destacado um pouco antes, durante discurso no Congresso Nacional.
Neste discurso, a presidenta apresentou as diretrizes gerais e os objetivos que nortearão o seu governo. Publicamos a seguir a íntegra do pronunciamento de Dilma Rousseff ao Congresso brasileiro:
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
Pela decisão soberana do povo, hoje será a primeira vez que a faixa presidencial cingirá o ombro de uma mulher.
Sinto uma imensa honra por essa escolha do povo brasileiro e sei do significado histórico desta decisão.
Sei, também, como é aparente a suavidade da seda verde-amarela da faixa presidencial, pois ela traz consigo uma enorme responsabilidade perante a nação.
Para assumi-la, tenho comigo a força e o exemplo da mulher brasileira. Abro meu coração para receber, neste momento, uma centelha de sua imensa energia.
E sei que meu mandato deve incluir a tradução mais generosa desta ousadia do voto popular que, após levar à presidência um homem do povo, decide convocar uma mulher para dirigir os destinos do país.
Venho para abrir portas para que muitas outras mulheres, também possam, no futuro, ser presidenta; e para que --no dia de hoje-- todas as brasileiras sintam o orgulho e a alegria de ser mulher.
Meu compromisso supremo é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos!
Não venho para enaltecer a minha biografia; mas para glorificar a vida de cada mulher brasileira. Meu compromisso supremo é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos!
Venho, antes de tudo, para dar continuidade ao maior processo de afirmação que este país já viveu.
Venho para consolidar a obra transformadora do presidente Luis Inácio Lula da Silva, com quem tive a mais vigorosa experiência política da minha vida e o privilégio de servir ao país, ao seu lado, nestes últimos anos.
De um presidente que mudou a forma de governar e levou o povo brasileiro a confiar ainda mais em si mesmo e no futuro do seu País.
A maior homenagem que posso prestar a ele é ampliar e avançar as conquistas do seu governo. Reconhecer, acreditar e investir na força do povo foi a maior lição que o presidente Lula deixou para todos nós.
Sob sua liderança, o povo brasileiro fez a travessia para uma outra margem da história.
Minha missão agora é de consolidar esta passagem e avançar no caminho de uma nação geradora das mais amplas oportunidades.
Quero, neste momento, prestar minha homenagem a outro grande brasileiro, incansável lutador, companheiro que esteve ao lado do Presidente Lula nestes oito anos: nosso querido vice José Alencar. Que exemplo de coragem e de amor à vida nos dá este homem! E que parceria fizeram o presidente Lula e o vice-presidente José Alencar, pelo Brasil e pelo nosso povo!
Eu e Michel Temer nos sentimos responsáveis por seguir no caminho iniciado por eles.
Um governo se alicerça no acúmulo de conquistas realizadas ao longo da história. Ele sempre será, ao seu tempo, mudança e continuidade. Por isso, ao saudar os extraordinários avanços recentes, é justo lembrar que muitos, a seu tempo e a seu modo, deram grandes contribuições às conquistas do Brasil de hoje.
Podemos ser uma das nações mais desenvolvidas e menos desiguais do mundo.
Vivemos um dos melhores períodos da vida nacional: milhões de empregos estão sendo criados; nossa taxa de crescimento mais que dobrou e encerramos um longo período de dependência do FMI, ao mesmo tempo em que superamos nossa dívida externa.
Reduzimos, sobretudo, a nossa histórica dívida social, resgatando milhões de brasileiros da tragédia da miséria e ajudando outros milhões a alcançarem a classe média.
Mas, em um país com a complexidade do nosso, é preciso sempre querer mais, descobrir mais, inovar nos caminhos e buscar novas soluções.
Só assim poderemos garantir, aos que melhoraram de vida, que eles podem alcançar mais; e provar, aos que ainda lutam para sair da miséria, que eles podem, com a ajuda do governo e de toda sociedade, mudar de patamar.
Que podemos ser, de fato, uma das nações mais desenvolvidas e menos desiguais do mundo - um país de classe média sólida e empreendedora.
Uma democracia vibrante e moderna, plena de compromisso social, liberdade política e criatividade institucional.
Queridos brasileiros e queridas brasileiras,
Para enfrentar estes grandes desafios é preciso manter os fundamentos que nos garantiram chegar até aqui.
Mas, igualmente, agregar novas ferramentas e novos valores.
Reforma política é tarefa urgente e indeclinável
Na política é tarefa indeclinável e urgente uma reforma política com mudanças na legislação para fazer avançar nossa jovem democracia, fortalecer o sentido programático dos partidos e aperfeiçoar as instituições, restaurando valores e dando mais transparência ao conjunto da atividade pública.
Para dar longevidade ao atual ciclo de crescimento é preciso garantir a estabilidade de preços e seguir eliminando as travas que ainda inibem o dinamismo de nossa economia, facilitando a produção e estimulando a capacidade empreendedora de nosso povo, da grande empresa até os pequenos negócios locais, do agronegócio à agricultura familiar.
É, portanto, inadiável a implementação de um conjunto de medidas que modernize o sistema tributário, orientado pelo princípio da simplificação e da racionalidade. O uso intensivo da tecnologia da informação deve estar a serviço de um sistema de progressiva eficiência e elevado respeito ao contribuinte.
Valorizar nosso parque industrial e ampliar sua força exportadora será meta permanente. A competitividade de nossa agricultura e da pecuária, que faz do Brasil grande exportador de produtos de qualidade para todos os continentes, merecerá toda nossa atenção. Nos setores mais produtivos a internacionalização de nossas empresas já é uma realidade.
O apoio aos grandes exportadores não é incompatível com o incentivo à agricultura familiar e ao microempreendedor. As pequenas empresas são responsáveis pela maior parcela dos empregos permanentes em nosso país. Merecerão políticas tributárias e de crédito perenes.
Valorizar o desenvolvimento regional é outro imperativo de um país continental, sustentando a vibrante economia do nordeste, preservando e respeitando a biodiversidade da Amazônia no norte, dando condições à extraordinária produção agrícola do centro-oeste, a força industrial do sudeste e a pujança e o espírito de pioneirismo do sul.
É preciso, antes de tudo, criar condições reais e efetivas capazes de aproveitar e potencializar, ainda mais e melhor, a imensa energia criativa e produtiva do povo brasileiro.
No plano social, a inclusão só será plenamente alcançada com a universalização e a qualificação dos serviços essenciais. Este é um passo, decisivo e irrevogável, para consolidar e ampliar as grandes conquistas obtidas pela nossa população.
É, portanto, tarefa indispensável uma ação renovada, efetiva e integrada dos governos federal, estaduais e municipais, em particular nas áreas da saúde, da educação e da segurança, vontade expressa das famílias brasileiras.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos.
Uma expressiva mobilidade social ocorreu nos dois mandatos do Presidente Lula. Mas, ainda existe pobreza a envergonhar nosso país e a impedir nossa afirmação plena como povo desenvolvido.
Não vou descansar enquanto houver brasileiros sem alimentos na mesa, enquanto houver famílias no desalento das ruas, enquanto houver crianças pobres abandonadas à própria sorte. O congraçamento das famílias se dá no alimento, na paz e na alegria. E este é o sonho que vou perseguir!
Esta não é tarefa isolada de um governo, mas um compromisso a ser abraçado por toda sociedade. Para isso peço com humildade o apoio das instituições públicas e privadas, de todos os partidos, das entidades empresariais e dos trabalhadores, das universidades, da juventude, de toda a imprensa e de das pessoas de bem.
A superação da miséria exige prioridade na sustentação de um longo ciclo de crescimento. É com crescimento que serão gerados os empregos necessários para as atuais e as novas gerações.
É com crescimento, associado a fortes programas sociais, que venceremos a desigualdade de renda e do desenvolvimento regional.
Isso significa - reitero - manter a estabilidade econômica como valor absoluto. Já faz parte de nossa cultura recente a convicção de que a inflação desorganiza a economia e degrada a renda do trabalhador. Não permitiremos, sob nenhuma hipótese, que esta praga volte a corroer nosso tecido econômico e a castigar as famílias mais pobres.
Continuaremos fortalecendo nossas reservas para garantir o equilíbrio das contas externas. Atuaremos decididamente nos fóruns multilaterais na defesa de políticas econômicas saudáveis e equilibradas, protegendo o país da concorrência desleal e do fluxo indiscriminado de capitais especulativos.
Não faremos a menor concessão ao protecionismo dos países ricos que sufoca qualquer possibilidade de superação da pobreza de tantas nações pela via do esforço de produção.
Faremos um trabalho permanente e continuado para melhorar a qualidade do gasto público.
O Brasil optou, ao longo de sua história, por construir um estado provedor de serviços básicos e de previdência social pública.
Isso significa custos elevados para toda a sociedade, mas significa também a garantia do alento da aposentadoria para todos e serviços de saúde e educação universais. Portanto, a melhoria dos serviços é também um imperativo de qualificação dos gastos governamentais.
Outro fator importante da qualidade da despesa é o aumento dos níveis de investimento em relação aos gastos de custeio. O investimento público é essencial como indutor do investimento privado e como instrumento de desenvolvimento regional.
Através do Programa de Aceleração do Crescimento e do Minha Casa Minha Vida, manteremos o investimento sob estrito e cuidadoso acompanhamento da Presidência da República e dos ministérios.
O PAC continuará sendo um instrumento de coesão da ação governamental e coordenação voluntária dos investimentos estruturais dos estados e municípios. Será também vetor de incentivo ao investimento privado, valorizando todas as iniciativas de constituição de fundos privados de longo prazo.
Por sua vez, os investimentos previstos para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas serão concebidos de maneira a dar ganhos permanentes de qualidade de vida, em todas as regiões envolvidas.
Este princípio vai reger também nossa política de transporte aéreo. É preciso, sem dúvida, melhorar e ampliar nossos aeroportos para a Copa e as Olimpíadas. Mas é mais que necessário melhorá-los já, para arcar com o crescente uso deste meio de transporte por parcelas cada vez mais amplas da população brasileira.
Só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
Junto com a erradicação da miséria, será prioridade do meu governo a luta pela qualidade da educação, da saúde e da segurança.
Nas últimas duas décadas, o Brasil universalizou o ensino fundamental. Porém é preciso melhorar sua qualidade e aumentar as vagas no ensino infantil e no ensino médio.
Para isso, vamos ajudar decididamente os municípios a ampliar a oferta de creches e de pré escolas.
No ensino médio, além do aumento do investimento publico vamos estender a vitoriosa experiência do PROUNI para o ensino médio profissionalizante, acelerando a oferta de milhares de vagas para que nossos jovens recebam uma formação educacional e profissional de qualidade.
Mas só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens.
Somente com avanço na qualidade de ensino poderemos formar jovens preparados, de fato, para nos conduzir à sociedade da tecnologia e do conhecimento.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
Consolidar o Sistema Único de Saúde será outra grande prioridade do meu governo.
Para isso, vou acompanhar pessoalmente o desenvolvimento desse setor tão essencial para o povo brasileiro.
Quero ser a presidenta que consolidou o SUS, tornando-o um dos maiores e melhores sistemas de saúde pública do mundo.
O SUS deve ter como meta a solução real do problema que atinge a pessoa que o procura, com uso de todos os instrumentos de diagnóstico e tratamento disponíveis, tornando os medicamentos acessíveis a todos, além de fortalecer as políticas de prevenção e promoção da saúde.
Vou usar a força do governo federal para acompanhar a qualidade do serviço prestado e o respeito ao usuário.
Vamos estabelecer parcerias com o setor privado na área da saúde, assegurando a reciprocidade quando da utilização dos serviços do SUS.
A formação e a presença de profissionais de saúde adequadamente distribuídos em todas as regiões do país será outra meta essencial ao bom funcionamento do sistema.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
A ação integrada de todos os níveis de governo e a participação da sociedade é o caminho para a redução da violência que constrange a sociedade e as famílias brasileiras.
Meu governo fará um trabalho permanente para garantir a presença do Estado em todas as regiões mais sensíveis à ação da criminalidade e das drogas, em forte parceria com Estados e Municípios.
O estado do Rio de Janeiro mostrou o quanto é importante, na solução dos conflitos, a ação coordenada das forças de segurança dos três níveis de governo, incluindo - quando necessário - a participação decisiva das Forças Armadas.
O êxito desta experiência deve nos estimular a unir as forças de segurança no combate, sem tréguas, ao crime organizado, que sofistica a cada dia seu poder de fogo e suas técnicas de aliciamento de jovens.
Buscaremos também uma maior capacitação federal na área de inteligência e no controle das fronteiras, com uso de modernas tecnologias e treinamento profissional permanente.
Reitero meu compromisso de agir no combate as drogas, em especial ao avanço do crack, que desintegra nossa juventude e infelicita as famílias.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
O pré-sal é nosso passaporte para o futuro, mas só o será plenamente se produzir uma síntese equilibrada de avanço tecnológico, avanço social e cuidado ambiental.
A sua própria descoberta é resultado do avanço tecnológico brasileiro e de uma moderna política de investimentos em pesquisa e inovação. Seu desenvolvimento será fator de valorização da empresa nacional e seus investimentos serão geradores de milhares de novos empregos.
O grande agente desta política é a Petrobrás, símbolo histórico da soberania brasileira na produção energética.
O meu governo terá a responsabilidade de transformar a enorme riqueza obtida no Pré Sal em poupança de longo prazo, capaz de fornecer às atuais e às futuras gerações a melhor parcela dessa riqueza, transformada, ao longo do tempo, em investimentos efetivos na qualidade dos serviços públicos, na redução da pobreza e na valorização do meio ambiente. Recusaremos o gasto apressado, que reserva às futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.
Meus queridos brasileiros e brasileiras,
Muita coisa melhorou em nosso país, mas estamos vivendo apenas o início de uma nova era. O despertar de um novo Brasil.
Recorro a um poeta da minha terra: "o que tem de ser, tem muita força".
Pela primeira vez o Brasil se vê diante da oportunidade real de se tornar, de ser, uma nação desenvolvida. Uma nação com a marca inerente da cultura e do estilo brasileiros --o amor, a generosidade, a criatividade e a tolerância.
Uma nação em que a preservação das reservas naturais e das suas imensas florestas, associada à rica biodiversidade e a matriz energética mais limpa do mundo, permitem um projeto inédito de país desenvolvido com forte componente ambiental.
O mundo vive num ritmo cada vez mais acelerado de revolução tecnológica. Ela se processa tanto na decifração de códigos desvendadores da vida quanto na explosão da comunicação e da informática.
Temos avançado na pesquisa e na tecnologia, mas precisamos avançar muito mais. Meu governo apoiará fortemente o desenvolvimento científico e tecnológico para o domínio do conhecimento e a inovação como instrumento da produtividade.
Mas o caminho para uma nação desenvolvida não está somente no campo econômico. Ele pressupõe o avanço social e a valorização da diversidade cultural. A cultura é a alma de um povo, essência de sua identidade.
Vamos investir em cultura, ampliando a produção e o consumo em todas as regiões de nossos bens culturais e expandindo a exportação da nossa música, cinema e literatura, signos vivos de nossa presença no mundo.
Em suma: temos que combater a miséria, que é a forma mais trágica de atraso, e, ao mesmo tempo, avançar investindo fortemente nas áreas mais sofisticadas da invenção tecnológica, da criação intelectual e da produção artística e cultural.
Justiça social, moralidade, conhecimento, invenção e criatividade, devem ser, mais que nunca, conceitos vivos no dia-a-dia da nação.
Queridos brasileiros e queridas brasileiras,
Considero uma missão sagrada do Brasil a de mostrar ao mundo que é possível um país crescer aceleradamente, sem destruir o meio-ambiente.
Somos e seremos os campeões mundiais de energia limpa, um país que sempre saberá crescer de forma saudável e equilibrada.
O etanol e as fontes de energia hídricas terão grande incentivo, assim como as fontes alternativas: a biomassa, a eólica e a solar. O Brasil continuará também priorizando a preservação das reservas naturais e das florestas.
Nossa política ambiental favorecerá nossa ação nos fóruns multilaterais. Mas o Brasil não condicionará sua ação ambiental ao sucesso e ao cumprimento, por terceiros, de acordos internacionais.
Defender o equilíbrio ambiental do planeta é um dos nossos compromissos nacionais mais universais.
Meus queridos brasileiros e brasileiras,
Nossa política externa estará baseada nos valores clássicos da tradição diplomática brasileira: promoção da paz, respeito ao princípio de não-intervenção, defesa dos Direitos Humanos e fortalecimento do multilateralismo.
O meu governo continuará engajado na luta contra a fome e a miséria no mundo.
Seguiremos aprofundando o relacionamento com nossos vizinhos sul-americanos; com nossos irmãos da América Latina e do Caribe; com nossos irmãos africanos e com os povos do Oriente Médio e dos países asiáticos. Preservaremos e aprofundaremos o relacionamento com os Estados Unidos e com a União Européia.
Vamos dar grande atenção aos países emergentes.
O Brasil reitera, com veemência e firmeza, a decisão de associar seu desenvolvimento econômico, social e político ao de nosso continente.
Podemos transformar nossa região em componente essencial do mundo multipolar que se anuncia, dando consistência cada vez maior ao Mercosul e à Unasul. Vamos contribuir para a estabilidade financeira internacional, com uma intervenção qualificada nos fóruns multilaterais.
Nossa tradição de defesa da paz não nos permite qualquer indiferença frente à existência de enormes arsenais atômicos, à proliferação nuclear, ao terrorismo e ao crime organizado transnacional.
Nossa ação política externa continuará propugnando pela reforma dos organismos de governança mundial, em especial as Nações Unidas e seu Conselho de Segurança.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
Disse, no início deste discurso, que eu governarei para todos os brasileiros e brasileiras. E vou fazê-lo.
Mas é importante lembrar que o destino de um país não se resume à ação de seu governo. Ele é o resultado do trabalho e da ação transformadora de todos os brasileiros e brasileiras. O Brasil do futuro será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ele hoje. Do tamanho da participação de todos e de cada um:
Dos movimentos sociais,
dos que labutam no campo,
dos profissionais liberais,
dos trabalhadores e dos pequenos empreendedores,
dos intelectuais,
dos servidores públicos,
dos empresários,
das mulheres,
dos negros, dos índios e dos jovens,
de todos aqueles que lutam para superar distintas formas de discriminação.
Quero estar ao lado dos que trabalham pelo bem do Brasil na solidão amazônica, na seca nordestina, na imensidão do cerrado, na vastidão dos pampas.
Quero estar ao lado dos que vivem nos aglomerados metropolitanos, na vastidão das florestas; no interior ou no litoral, nas capitais e nas fronteiras do Brasil.
Quero convocar todos a participar do esforço de transformação do nosso país.
Respeitada a autonomia dos poderes e o princípio federativo, quero contar com o Legislativo e o Judiciário, e com a parceria de governadores e prefeitos para continuarmos desenvolvendo nosso País, aperfeiçoando nossas instituições e fortalecendo nossa democracia.
Reafirmo meu compromisso inegociável com a garantia plena das liberdades individuais; da liberdade de culto e de religião; da liberdade de imprensa e de opinião.
Reafirmo que prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras. Quem, como eu e tantos outros da minha geração, lutamos contra o arbítrio e a censura, somos naturalmente amantes da mais plena democracia e da defesa intansigente dos direitos humanos, no nosso País e como bandeira sagrada de todos os povos.
O ser humano não é só realização prática, mas sonho; não é só cautela racional, mas coragem, invenção e ousadia. E esses são elementos fundamentais para a afirmação coletiva da nossa nação.
Eu e meu vice Michel Temer fomos eleitos por uma ampla coligação partidária. Estamos construindo com eles um governo onde capacidade profissional, liderança e a disposição de servir ao país serão os critérios fundamentais.
Mais uma vez estendo minha mão aos partidos de oposição e as parcelas da sociedade que não estiveram conosco na recente jornada eleitoral. Não haverá de minha parte discriminação, privilégios ou compadrio.
A partir deste momento sou a presidenta de todos os brasileiros, sob a égide dos valores republicanos.
Serei rígida na defesa do interesse público. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. A corrupção será combatida permanentemente, e os órgãos de controle e investigação terão todo o meu respaldo para aturem com firmeza e autonomia.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
Chegamos ao final desse longo discurso. Dediquei toda a minha vida a causa do Brasil. Entreguei minha juventude ao sonho de um país justo e democrático. Suportei as adversidades mais extremas infligidas a todos que ousamos enfrentar o arbítrio. Não tenho qualquer arrependimento, tampouco ressentimento ou rancor.
Muitos da minha geração, que tombaram pelo caminho, não podem compartilhar a alegria deste momento. Divido com eles esta conquista, e rendo-lhes minha homenagem.
Esta dura caminhada me fez valorizar e amar muito mais a vida e me deu sobretudo coragem para enfrentar desafios ainda maiores. Recorro mais uma vez ao poeta da minha terra:
"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem"
É com esta coragem que vou governar o Brasil.
Mas mulher não é só coragem. É carinho também.
Carinho que dedico a minha filha e ao meu neto. Carinho com que abraço a minha mãe que me acompanha e me abençoa.
É com este mesmo carinho que quero cuidar do meu povo, e a ele - só a ele - dedicar os próximos anos da minha vida.
Que Deus abençoe o Brasil!
Que Deus abençoe a todos nós!
Fonte: CARTA MAIOR
Pela decisão soberana do povo, hoje será a primeira vez que a faixa presidencial cingirá o ombro de uma mulher.
Sinto uma imensa honra por essa escolha do povo brasileiro e sei do significado histórico desta decisão.
Sei, também, como é aparente a suavidade da seda verde-amarela da faixa presidencial, pois ela traz consigo uma enorme responsabilidade perante a nação.
Para assumi-la, tenho comigo a força e o exemplo da mulher brasileira. Abro meu coração para receber, neste momento, uma centelha de sua imensa energia.
E sei que meu mandato deve incluir a tradução mais generosa desta ousadia do voto popular que, após levar à presidência um homem do povo, decide convocar uma mulher para dirigir os destinos do país.
Venho para abrir portas para que muitas outras mulheres, também possam, no futuro, ser presidenta; e para que --no dia de hoje-- todas as brasileiras sintam o orgulho e a alegria de ser mulher.
Meu compromisso supremo é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos!
Não venho para enaltecer a minha biografia; mas para glorificar a vida de cada mulher brasileira. Meu compromisso supremo é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos!
Venho, antes de tudo, para dar continuidade ao maior processo de afirmação que este país já viveu.
Venho para consolidar a obra transformadora do presidente Luis Inácio Lula da Silva, com quem tive a mais vigorosa experiência política da minha vida e o privilégio de servir ao país, ao seu lado, nestes últimos anos.
De um presidente que mudou a forma de governar e levou o povo brasileiro a confiar ainda mais em si mesmo e no futuro do seu País.
A maior homenagem que posso prestar a ele é ampliar e avançar as conquistas do seu governo. Reconhecer, acreditar e investir na força do povo foi a maior lição que o presidente Lula deixou para todos nós.
Sob sua liderança, o povo brasileiro fez a travessia para uma outra margem da história.
Minha missão agora é de consolidar esta passagem e avançar no caminho de uma nação geradora das mais amplas oportunidades.
Quero, neste momento, prestar minha homenagem a outro grande brasileiro, incansável lutador, companheiro que esteve ao lado do Presidente Lula nestes oito anos: nosso querido vice José Alencar. Que exemplo de coragem e de amor à vida nos dá este homem! E que parceria fizeram o presidente Lula e o vice-presidente José Alencar, pelo Brasil e pelo nosso povo!
Eu e Michel Temer nos sentimos responsáveis por seguir no caminho iniciado por eles.
Um governo se alicerça no acúmulo de conquistas realizadas ao longo da história. Ele sempre será, ao seu tempo, mudança e continuidade. Por isso, ao saudar os extraordinários avanços recentes, é justo lembrar que muitos, a seu tempo e a seu modo, deram grandes contribuições às conquistas do Brasil de hoje.
Podemos ser uma das nações mais desenvolvidas e menos desiguais do mundo.
Vivemos um dos melhores períodos da vida nacional: milhões de empregos estão sendo criados; nossa taxa de crescimento mais que dobrou e encerramos um longo período de dependência do FMI, ao mesmo tempo em que superamos nossa dívida externa.
Reduzimos, sobretudo, a nossa histórica dívida social, resgatando milhões de brasileiros da tragédia da miséria e ajudando outros milhões a alcançarem a classe média.
Mas, em um país com a complexidade do nosso, é preciso sempre querer mais, descobrir mais, inovar nos caminhos e buscar novas soluções.
Só assim poderemos garantir, aos que melhoraram de vida, que eles podem alcançar mais; e provar, aos que ainda lutam para sair da miséria, que eles podem, com a ajuda do governo e de toda sociedade, mudar de patamar.
Que podemos ser, de fato, uma das nações mais desenvolvidas e menos desiguais do mundo - um país de classe média sólida e empreendedora.
Uma democracia vibrante e moderna, plena de compromisso social, liberdade política e criatividade institucional.
Queridos brasileiros e queridas brasileiras,
Para enfrentar estes grandes desafios é preciso manter os fundamentos que nos garantiram chegar até aqui.
Mas, igualmente, agregar novas ferramentas e novos valores.
Reforma política é tarefa urgente e indeclinável
Na política é tarefa indeclinável e urgente uma reforma política com mudanças na legislação para fazer avançar nossa jovem democracia, fortalecer o sentido programático dos partidos e aperfeiçoar as instituições, restaurando valores e dando mais transparência ao conjunto da atividade pública.
Para dar longevidade ao atual ciclo de crescimento é preciso garantir a estabilidade de preços e seguir eliminando as travas que ainda inibem o dinamismo de nossa economia, facilitando a produção e estimulando a capacidade empreendedora de nosso povo, da grande empresa até os pequenos negócios locais, do agronegócio à agricultura familiar.
É, portanto, inadiável a implementação de um conjunto de medidas que modernize o sistema tributário, orientado pelo princípio da simplificação e da racionalidade. O uso intensivo da tecnologia da informação deve estar a serviço de um sistema de progressiva eficiência e elevado respeito ao contribuinte.
Valorizar nosso parque industrial e ampliar sua força exportadora será meta permanente. A competitividade de nossa agricultura e da pecuária, que faz do Brasil grande exportador de produtos de qualidade para todos os continentes, merecerá toda nossa atenção. Nos setores mais produtivos a internacionalização de nossas empresas já é uma realidade.
O apoio aos grandes exportadores não é incompatível com o incentivo à agricultura familiar e ao microempreendedor. As pequenas empresas são responsáveis pela maior parcela dos empregos permanentes em nosso país. Merecerão políticas tributárias e de crédito perenes.
Valorizar o desenvolvimento regional é outro imperativo de um país continental, sustentando a vibrante economia do nordeste, preservando e respeitando a biodiversidade da Amazônia no norte, dando condições à extraordinária produção agrícola do centro-oeste, a força industrial do sudeste e a pujança e o espírito de pioneirismo do sul.
É preciso, antes de tudo, criar condições reais e efetivas capazes de aproveitar e potencializar, ainda mais e melhor, a imensa energia criativa e produtiva do povo brasileiro.
No plano social, a inclusão só será plenamente alcançada com a universalização e a qualificação dos serviços essenciais. Este é um passo, decisivo e irrevogável, para consolidar e ampliar as grandes conquistas obtidas pela nossa população.
É, portanto, tarefa indispensável uma ação renovada, efetiva e integrada dos governos federal, estaduais e municipais, em particular nas áreas da saúde, da educação e da segurança, vontade expressa das famílias brasileiras.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos.
Uma expressiva mobilidade social ocorreu nos dois mandatos do Presidente Lula. Mas, ainda existe pobreza a envergonhar nosso país e a impedir nossa afirmação plena como povo desenvolvido.
Não vou descansar enquanto houver brasileiros sem alimentos na mesa, enquanto houver famílias no desalento das ruas, enquanto houver crianças pobres abandonadas à própria sorte. O congraçamento das famílias se dá no alimento, na paz e na alegria. E este é o sonho que vou perseguir!
Esta não é tarefa isolada de um governo, mas um compromisso a ser abraçado por toda sociedade. Para isso peço com humildade o apoio das instituições públicas e privadas, de todos os partidos, das entidades empresariais e dos trabalhadores, das universidades, da juventude, de toda a imprensa e de das pessoas de bem.
A superação da miséria exige prioridade na sustentação de um longo ciclo de crescimento. É com crescimento que serão gerados os empregos necessários para as atuais e as novas gerações.
É com crescimento, associado a fortes programas sociais, que venceremos a desigualdade de renda e do desenvolvimento regional.
Isso significa - reitero - manter a estabilidade econômica como valor absoluto. Já faz parte de nossa cultura recente a convicção de que a inflação desorganiza a economia e degrada a renda do trabalhador. Não permitiremos, sob nenhuma hipótese, que esta praga volte a corroer nosso tecido econômico e a castigar as famílias mais pobres.
Continuaremos fortalecendo nossas reservas para garantir o equilíbrio das contas externas. Atuaremos decididamente nos fóruns multilaterais na defesa de políticas econômicas saudáveis e equilibradas, protegendo o país da concorrência desleal e do fluxo indiscriminado de capitais especulativos.
Não faremos a menor concessão ao protecionismo dos países ricos que sufoca qualquer possibilidade de superação da pobreza de tantas nações pela via do esforço de produção.
Faremos um trabalho permanente e continuado para melhorar a qualidade do gasto público.
O Brasil optou, ao longo de sua história, por construir um estado provedor de serviços básicos e de previdência social pública.
Isso significa custos elevados para toda a sociedade, mas significa também a garantia do alento da aposentadoria para todos e serviços de saúde e educação universais. Portanto, a melhoria dos serviços é também um imperativo de qualificação dos gastos governamentais.
Outro fator importante da qualidade da despesa é o aumento dos níveis de investimento em relação aos gastos de custeio. O investimento público é essencial como indutor do investimento privado e como instrumento de desenvolvimento regional.
Através do Programa de Aceleração do Crescimento e do Minha Casa Minha Vida, manteremos o investimento sob estrito e cuidadoso acompanhamento da Presidência da República e dos ministérios.
O PAC continuará sendo um instrumento de coesão da ação governamental e coordenação voluntária dos investimentos estruturais dos estados e municípios. Será também vetor de incentivo ao investimento privado, valorizando todas as iniciativas de constituição de fundos privados de longo prazo.
Por sua vez, os investimentos previstos para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas serão concebidos de maneira a dar ganhos permanentes de qualidade de vida, em todas as regiões envolvidas.
Este princípio vai reger também nossa política de transporte aéreo. É preciso, sem dúvida, melhorar e ampliar nossos aeroportos para a Copa e as Olimpíadas. Mas é mais que necessário melhorá-los já, para arcar com o crescente uso deste meio de transporte por parcelas cada vez mais amplas da população brasileira.
Só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
Junto com a erradicação da miséria, será prioridade do meu governo a luta pela qualidade da educação, da saúde e da segurança.
Nas últimas duas décadas, o Brasil universalizou o ensino fundamental. Porém é preciso melhorar sua qualidade e aumentar as vagas no ensino infantil e no ensino médio.
Para isso, vamos ajudar decididamente os municípios a ampliar a oferta de creches e de pré escolas.
No ensino médio, além do aumento do investimento publico vamos estender a vitoriosa experiência do PROUNI para o ensino médio profissionalizante, acelerando a oferta de milhares de vagas para que nossos jovens recebam uma formação educacional e profissional de qualidade.
Mas só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a educação das crianças e jovens.
Somente com avanço na qualidade de ensino poderemos formar jovens preparados, de fato, para nos conduzir à sociedade da tecnologia e do conhecimento.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
Consolidar o Sistema Único de Saúde será outra grande prioridade do meu governo.
Para isso, vou acompanhar pessoalmente o desenvolvimento desse setor tão essencial para o povo brasileiro.
Quero ser a presidenta que consolidou o SUS, tornando-o um dos maiores e melhores sistemas de saúde pública do mundo.
O SUS deve ter como meta a solução real do problema que atinge a pessoa que o procura, com uso de todos os instrumentos de diagnóstico e tratamento disponíveis, tornando os medicamentos acessíveis a todos, além de fortalecer as políticas de prevenção e promoção da saúde.
Vou usar a força do governo federal para acompanhar a qualidade do serviço prestado e o respeito ao usuário.
Vamos estabelecer parcerias com o setor privado na área da saúde, assegurando a reciprocidade quando da utilização dos serviços do SUS.
A formação e a presença de profissionais de saúde adequadamente distribuídos em todas as regiões do país será outra meta essencial ao bom funcionamento do sistema.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
A ação integrada de todos os níveis de governo e a participação da sociedade é o caminho para a redução da violência que constrange a sociedade e as famílias brasileiras.
Meu governo fará um trabalho permanente para garantir a presença do Estado em todas as regiões mais sensíveis à ação da criminalidade e das drogas, em forte parceria com Estados e Municípios.
O estado do Rio de Janeiro mostrou o quanto é importante, na solução dos conflitos, a ação coordenada das forças de segurança dos três níveis de governo, incluindo - quando necessário - a participação decisiva das Forças Armadas.
O êxito desta experiência deve nos estimular a unir as forças de segurança no combate, sem tréguas, ao crime organizado, que sofistica a cada dia seu poder de fogo e suas técnicas de aliciamento de jovens.
Buscaremos também uma maior capacitação federal na área de inteligência e no controle das fronteiras, com uso de modernas tecnologias e treinamento profissional permanente.
Reitero meu compromisso de agir no combate as drogas, em especial ao avanço do crack, que desintegra nossa juventude e infelicita as famílias.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
O pré-sal é nosso passaporte para o futuro, mas só o será plenamente se produzir uma síntese equilibrada de avanço tecnológico, avanço social e cuidado ambiental.
A sua própria descoberta é resultado do avanço tecnológico brasileiro e de uma moderna política de investimentos em pesquisa e inovação. Seu desenvolvimento será fator de valorização da empresa nacional e seus investimentos serão geradores de milhares de novos empregos.
O grande agente desta política é a Petrobrás, símbolo histórico da soberania brasileira na produção energética.
O meu governo terá a responsabilidade de transformar a enorme riqueza obtida no Pré Sal em poupança de longo prazo, capaz de fornecer às atuais e às futuras gerações a melhor parcela dessa riqueza, transformada, ao longo do tempo, em investimentos efetivos na qualidade dos serviços públicos, na redução da pobreza e na valorização do meio ambiente. Recusaremos o gasto apressado, que reserva às futuras gerações apenas as dívidas e a desesperança.
Meus queridos brasileiros e brasileiras,
Muita coisa melhorou em nosso país, mas estamos vivendo apenas o início de uma nova era. O despertar de um novo Brasil.
Recorro a um poeta da minha terra: "o que tem de ser, tem muita força".
Pela primeira vez o Brasil se vê diante da oportunidade real de se tornar, de ser, uma nação desenvolvida. Uma nação com a marca inerente da cultura e do estilo brasileiros --o amor, a generosidade, a criatividade e a tolerância.
Uma nação em que a preservação das reservas naturais e das suas imensas florestas, associada à rica biodiversidade e a matriz energética mais limpa do mundo, permitem um projeto inédito de país desenvolvido com forte componente ambiental.
O mundo vive num ritmo cada vez mais acelerado de revolução tecnológica. Ela se processa tanto na decifração de códigos desvendadores da vida quanto na explosão da comunicação e da informática.
Temos avançado na pesquisa e na tecnologia, mas precisamos avançar muito mais. Meu governo apoiará fortemente o desenvolvimento científico e tecnológico para o domínio do conhecimento e a inovação como instrumento da produtividade.
Mas o caminho para uma nação desenvolvida não está somente no campo econômico. Ele pressupõe o avanço social e a valorização da diversidade cultural. A cultura é a alma de um povo, essência de sua identidade.
Vamos investir em cultura, ampliando a produção e o consumo em todas as regiões de nossos bens culturais e expandindo a exportação da nossa música, cinema e literatura, signos vivos de nossa presença no mundo.
Em suma: temos que combater a miséria, que é a forma mais trágica de atraso, e, ao mesmo tempo, avançar investindo fortemente nas áreas mais sofisticadas da invenção tecnológica, da criação intelectual e da produção artística e cultural.
Justiça social, moralidade, conhecimento, invenção e criatividade, devem ser, mais que nunca, conceitos vivos no dia-a-dia da nação.
Queridos brasileiros e queridas brasileiras,
Considero uma missão sagrada do Brasil a de mostrar ao mundo que é possível um país crescer aceleradamente, sem destruir o meio-ambiente.
Somos e seremos os campeões mundiais de energia limpa, um país que sempre saberá crescer de forma saudável e equilibrada.
O etanol e as fontes de energia hídricas terão grande incentivo, assim como as fontes alternativas: a biomassa, a eólica e a solar. O Brasil continuará também priorizando a preservação das reservas naturais e das florestas.
Nossa política ambiental favorecerá nossa ação nos fóruns multilaterais. Mas o Brasil não condicionará sua ação ambiental ao sucesso e ao cumprimento, por terceiros, de acordos internacionais.
Defender o equilíbrio ambiental do planeta é um dos nossos compromissos nacionais mais universais.
Meus queridos brasileiros e brasileiras,
Nossa política externa estará baseada nos valores clássicos da tradição diplomática brasileira: promoção da paz, respeito ao princípio de não-intervenção, defesa dos Direitos Humanos e fortalecimento do multilateralismo.
O meu governo continuará engajado na luta contra a fome e a miséria no mundo.
Seguiremos aprofundando o relacionamento com nossos vizinhos sul-americanos; com nossos irmãos da América Latina e do Caribe; com nossos irmãos africanos e com os povos do Oriente Médio e dos países asiáticos. Preservaremos e aprofundaremos o relacionamento com os Estados Unidos e com a União Européia.
Vamos dar grande atenção aos países emergentes.
O Brasil reitera, com veemência e firmeza, a decisão de associar seu desenvolvimento econômico, social e político ao de nosso continente.
Podemos transformar nossa região em componente essencial do mundo multipolar que se anuncia, dando consistência cada vez maior ao Mercosul e à Unasul. Vamos contribuir para a estabilidade financeira internacional, com uma intervenção qualificada nos fóruns multilaterais.
Nossa tradição de defesa da paz não nos permite qualquer indiferença frente à existência de enormes arsenais atômicos, à proliferação nuclear, ao terrorismo e ao crime organizado transnacional.
Nossa ação política externa continuará propugnando pela reforma dos organismos de governança mundial, em especial as Nações Unidas e seu Conselho de Segurança.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
Disse, no início deste discurso, que eu governarei para todos os brasileiros e brasileiras. E vou fazê-lo.
Mas é importante lembrar que o destino de um país não se resume à ação de seu governo. Ele é o resultado do trabalho e da ação transformadora de todos os brasileiros e brasileiras. O Brasil do futuro será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ele hoje. Do tamanho da participação de todos e de cada um:
Dos movimentos sociais,
dos que labutam no campo,
dos profissionais liberais,
dos trabalhadores e dos pequenos empreendedores,
dos intelectuais,
dos servidores públicos,
dos empresários,
das mulheres,
dos negros, dos índios e dos jovens,
de todos aqueles que lutam para superar distintas formas de discriminação.
Quero estar ao lado dos que trabalham pelo bem do Brasil na solidão amazônica, na seca nordestina, na imensidão do cerrado, na vastidão dos pampas.
Quero estar ao lado dos que vivem nos aglomerados metropolitanos, na vastidão das florestas; no interior ou no litoral, nas capitais e nas fronteiras do Brasil.
Quero convocar todos a participar do esforço de transformação do nosso país.
Respeitada a autonomia dos poderes e o princípio federativo, quero contar com o Legislativo e o Judiciário, e com a parceria de governadores e prefeitos para continuarmos desenvolvendo nosso País, aperfeiçoando nossas instituições e fortalecendo nossa democracia.
Reafirmo meu compromisso inegociável com a garantia plena das liberdades individuais; da liberdade de culto e de religião; da liberdade de imprensa e de opinião.
Reafirmo que prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio das ditaduras. Quem, como eu e tantos outros da minha geração, lutamos contra o arbítrio e a censura, somos naturalmente amantes da mais plena democracia e da defesa intansigente dos direitos humanos, no nosso País e como bandeira sagrada de todos os povos.
O ser humano não é só realização prática, mas sonho; não é só cautela racional, mas coragem, invenção e ousadia. E esses são elementos fundamentais para a afirmação coletiva da nossa nação.
Eu e meu vice Michel Temer fomos eleitos por uma ampla coligação partidária. Estamos construindo com eles um governo onde capacidade profissional, liderança e a disposição de servir ao país serão os critérios fundamentais.
Mais uma vez estendo minha mão aos partidos de oposição e as parcelas da sociedade que não estiveram conosco na recente jornada eleitoral. Não haverá de minha parte discriminação, privilégios ou compadrio.
A partir deste momento sou a presidenta de todos os brasileiros, sob a égide dos valores republicanos.
Serei rígida na defesa do interesse público. Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito. A corrupção será combatida permanentemente, e os órgãos de controle e investigação terão todo o meu respaldo para aturem com firmeza e autonomia.
Queridas brasileiras e queridos brasileiros,
Chegamos ao final desse longo discurso. Dediquei toda a minha vida a causa do Brasil. Entreguei minha juventude ao sonho de um país justo e democrático. Suportei as adversidades mais extremas infligidas a todos que ousamos enfrentar o arbítrio. Não tenho qualquer arrependimento, tampouco ressentimento ou rancor.
Muitos da minha geração, que tombaram pelo caminho, não podem compartilhar a alegria deste momento. Divido com eles esta conquista, e rendo-lhes minha homenagem.
Esta dura caminhada me fez valorizar e amar muito mais a vida e me deu sobretudo coragem para enfrentar desafios ainda maiores. Recorro mais uma vez ao poeta da minha terra:
"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem"
É com esta coragem que vou governar o Brasil.
Mas mulher não é só coragem. É carinho também.
Carinho que dedico a minha filha e ao meu neto. Carinho com que abraço a minha mãe que me acompanha e me abençoa.
É com este mesmo carinho que quero cuidar do meu povo, e a ele - só a ele - dedicar os próximos anos da minha vida.
Que Deus abençoe o Brasil!
Que Deus abençoe a todos nós!
Fonte: CARTA MAIOR
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